Breve Guia da Cozinha Funcional
Quando falamos de espaços funcionais muita gente associa a ambientes grandes e superequipados. Porém, mais do que uma preocupação com a área, o ambiente funcional é aquele que atende as demandas do usuário, com layout bem resolvido, setorização definida e que priorize a praticidade no desempenho das atividades.
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É na cozinha onde grande parte do trabalho doméstico é realizado, especialmente pelo tempo e dedicação que o preparo da comida demanda. Por isso é tão importante que esse seja um ambiente facilitador do trabalho, acolhedor, seguro e confortável. Onde os moradores possam compartilhar as atividades e ter uma relação mais próxima com a comida que consomem.
Ao longo dos anos trabalhando como arquitetas notamos que as cozinhas são motivo frequente de insatisfação para quem quer reformar, e ponto de prioridade para quem vai construir. Provavelmente, por se tratar do coração da casa brasileira, que abriga tantas atividades e vira o centro das reuniões familiares.
Ambientes mal iluminados, bancadas muito pequenas, eletrodomésticos muito grandes e armários mal distribuídos, são algumas das queixas. Não existe um único modelo que funcione para todas as situações, uma cozinha funcional é aquela que atende as especificidades de cada usuário. É importante entender quantas pessoas utilizarão o ambiente, com que frequência, quais os equipamentos utilizados, utensílios necessários e demais especificidades.
Para não errar na hora de planejar a sua cozinha, elencamos algumas características que, de maneira geral, tornam esse ambiente mais funcional. Acompanhe com a gente:
LAYOUT DINÂMICO
O fluxo comum de uma cozinha é retirar o alimento da geladeira, encaminhar para a pia e depois para o fogão. Por isso o layout que facilita esse fluxo torna mais prático o processo de cozinhar ao evitar deslocamentos desnecessários.
É possível garantir esse fluxo em diferentes formatos e tamanhos de cozinha, através de layouts lineares, em L, em U ou paralelos. Mesmo cozinhas estreitas podem ser funcionais, com os equipamentos maiores nos cantos e bancadas mais estreitas para manter uma circulação adequada.
MOBILIÁRIO ORGANIZADO
Com locais específicos para guardar equipamentos e utensílios fica mais fácil manter a organização. Na hora de compartimentar os armários é fundamental considerar a frequência de uso de cada item (sempre, frequente, eventual, raro), quanto mais utilizado é o utensílio mais fácil deve ser o acesso a ele.
É possível organizar a armazenagem com armários e prateleiras prontos, mas o mobiliário sob medida permite maior personalização e o máximo aproveitamento de espaço, o que impacta especialmente as cozinhas pequenas.
ILUMINAÇÃO ADEQUADA
Cozinhar é uma tarefa de atenção, envolve a manipulação de alimentos, objetos cortantes e altas temperaturas. Uma iluminação insuficiente ou inadequada leva a um esforço exagerado dos olhos e aumenta o risco de acidentes.
A iluminação ideal contempla a luz geral do ambiente e específica para as bancadas de trabalho. Tornando o uso da cozinha mais agradável e seguro.
MATERIAIS RESISTENTES E FÁCEIS DE LIMPAR
A escolha de materiais adequados para a cozinha é garantia de durabilidade e praticidade. São pontos chave para a escolha dos mesmos: a facilidade de manutenção, a resistência à água, ao calor e à manchas.
O ato de cozinhar gera resíduos, respingos e gordura, portanto todos os materiais do ambiente devem ter acabamentos que evitem a impregnação de sujeira e facilitam a manutenção, especialmente pisos e revestimentos de parede.
No caso do piso, é fundamental que não seja escorregadio a fim de evitar acidentes, mas que não seja rugoso dificultando a limpeza e manutenção. Nesse caso, o mais indicado é utilizar um piso com acabamento acetinado ou natural.
O mesmo serve para os revestimentos de parede. Se antes a intenção era revestir todas as paredes da cozinha, agora a atenção está voltada para o backsplash - área livre entre bancada e armários aéreos - pois é a região que recebe os respingos da pia e do fogão.
Próximo aos eletrodomésticos geradores de calor como fogões, fornos e microondas é necessário utilizar materiais resistentes a altas temperaturas.
O material escolhido para as bancadas onde os alimentos são manipulados precisa ter boa resistência à manchas e ao risco. Também deve suportar a higienização adequada e frequente, o que normalmente envolve água e produtos de limpeza. A cozinha recebe diariamente alimentos e embalagens que carregam contaminação externa, muitos alimentos e bebidas possuem corantes naturais que podem gerar manchas e o uso de objetos afiados possibilita riscos nas superfícies.
Para os armários é importante escolher acabamentos que além de fáceis de limpar, não apresentem marcas de dedos com facilidade. Mesmo que a marcenaria não tenha contato direto com a água é importante que tenham resistência a umidade, pois eventualmente o material pode molhar, seja com o uso diário ou um pequeno vazamento.
Conviver constantemente com problemas de funcionalidade de um ambiente desestimula seu uso e, em se tratando da cozinha, torna o preparo dos alimentos uma atividade estressante e totalmente mecânica, afastando o usuário de uma relação mais próxima e saudável com a comida.
Pensar em um espaço aconchegante e funcional facilita a vida do usuário e pode colaborar para que os momentos em casa sejam mais agradáveis, até para quem não é muito fã de cozinhar.
Uma dica melhor que a outra! Já salvei todas! E as referências de projetos também!