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5 programas para fazer em São Paulo em maio

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06.05.2019
Maio é um mês repleto de arte em São Paulo, seja com grandes exposições que atraem multidões nos principais museus da cidade, ou com artistas internacionais nas galerias. Também sugerimos dois programas no centro, que misturam arquitetura, história e diversão.
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1 Tarsila do Amaral no Masp

Tarsila Popular é a exposição do ano, lotando o vão do Masp todos os dias desde sua abertura – aos fins de semana, prepare-se para três horas de fila. Tantos interessados não estão ali à toa. Trata-se da volta triunfal de Abaporu (1928), a obra mais emblemática da carreira de Tarsila do Amaral (1886-1973), normalmente moradora do Museu de Arte Latino-Americano, em Buenos Aires, Argentina. Há 11 anos, o quadro, considerado a ‘Monalisa tupiniquim’, não era exibido em solo brasileiro.

Outras obras importantes compõem a exposição: A Cuca (1924), Manacá (1927) e Operários (1933). Mas fique à vontade para escolher a sua preferida, entre 92. Essa é a exposição mais ampla já realizada sobre Tarsila, uma das maiores artistas brasileiras do século 20 e figura central do modernismo. Muito bem organizada, a sala expositiva tem limite de visitantes, possibilitando apreciar cada quadro com relativa tranquilidade.

Tarsila voltou a ganhar destaque no cenário artístico em 2018, quando o Moma, em Nova York, Estados Unidos, realizou a exposição Inventing Modern Art in Brazil e, em seguida, comprou A Lua (1928), por estimados 20 milhões de dólares, o que representaria a obra mais cara de um artista brasileiro na história.

Apesar da importância do reconhecimento internacional, a exposição do Masp é mais completa, proporcionando aos brasileiros uma chance imperdível de conhecer Tarsila de perto. O complexo conceito de ‘popular’ guia a expografia, mostrando uma identidade nacional e a invenção de uma brasilidade. Em Tarsila, se vê o popular nas paisagens do interior ou do subúrbio, nas fazendas e nas favelas, nas figuras indígenas ou negras e nos personagens de mitos brasileiros.

A Osklen preparou uma coleção cápsula inspirada em Tarsila, que está à venda na loja temporária do museu. Estando no Masp, não deixe de visitar também Lina Bo Bardi: Habitat, sobre a arquiteta que projetou esse e tantos outros prédios importantes em São Paulo. Vale lembrar que o museu tem dedicado todo o ano de 2019 à valorização de mulheres, no projeto História das mulheres, histórias feministas.

Tarsila do Amaral, Operários, 1933 (Foto: divulgação Masp)

Serviço

Período: 5 de abril a 28 de julho

Horários: quarta a domingo, das 10h às 18h; terça grátis, das 10h às 20h

Localização: Av. Paulista, 1.578, Bela Vista

Entrada: R$ 40 (meia R$ 20 para estudantes, portadores de deficiência, professores e idosos)

Dicas: É uma boa ideia comprar os ingressos pela internet. Ainda assim há fila, mas bem menor. Planeje-se com antecedência, pois eles esgotam rapidamente. Se quiser aproveitar a entrada gratuita das terças, prepare-se para filas ainda maiores. Vale mais investir no ingresso nos outros dias. Vá de metrô (estação Trianon-Masp da linha verde) ou de uber.

2 Ernesto Neto na Pinacoteca

Se Tarsila do Amaral é a artista moderna do momento, o mesmo se pode dizer de Ernesto Neto para a arte contemporânea. Ele está em cartaz na exposição Sopro, na Pinacoteca, museu tão importante para São Paulo quanto o Masp, projetos de arquitetura icônicos de Paulo Mendes da Rocha e Lina Bo Bardi, respectivamente. Fundamental conhecer ambos, e não haverá melhor momento do que agora.

A retrospectiva de Ernesto traz 60 obras de três décadas de prática artística. Carioca com grande reconhecimento internacional, ele está presente nas coleções dos museus mais importantes do planeta, entre Tate Gallery, em Londres, Inglaterra, Centre Pompidou, em Paris, França, e Moma, em Nova York, Estados Unidos. Suas principais influências são o bioformismo do modernista romeno Constatin Brâncusi e a arte participativa e sensorial do neoconcretismo brasileiro de Lygia Clark.

A exposição foi batizada de Sopro porque Ernesto considera a arte como o vento, que vai para todo lugar, impossível de destruir. Fazem parte da exposição as famosas “gotas de meia de seda”, esculturas de membranas de poliamida fixadas no teto e esticadas ao máximo, recheadas de bolinhas de chumbo. O nome da instalação é Copulônia (1989), e veio de Inhotim especialmente para a Pinacoteca.

Da década de 1990, vieram as “naves”, instalações labirínticas de grandes proporções em que é possível entrar e interagir. Isso faz da exposição um excelente passeio para famílias com crianças, que se divertem nessa experiência de museu pouco convencional.

Exposição Sopro, de Ernesto Neto, na Pinacoteca (Foto: divulgação Secretaria da Cultura)

Serviço

Período: 30 de março a 15 de julho

Horários: quarta a segunda, das 10h às 18h

Localização: Praça da Luz, 2, Bom Retiro

Entrada: R$ 10 (meia R$ 5 para estudantes). Menores de 10 anos e maiores de 60 são isentos de pagamento. Sábados são gratuitos

Dicas: Vá de uber ou metrô (estação Luz da linha amarela ou azul). Na estação, siga as placas para Pinacoteca, pois há muitas saídas, algumas bem longe do museu. Aproveite para passear pelo Jardim da Luz, parque com muitas esculturas ao ar livre.

3 Condo

Condo é um programa internacional de intercâmbio entre galerias de arte. Funciona assim: as galerias abrem seus espaços expositivos para receber exposições de galerias de outros países. Em troca, são convidadas para montar exposições em outras galerias, alternando entre anfitriãs e convidadas. Tudo de forma bem colaborativa, sem fins lucrativos, com o objetivo de promover seus artistas representados no âmbito internacional. O programa atrai grandes públicos em Nova York, Londres e outras cidades.

É a segunda vez que São Paulo recebe o Condo. Em 2018, apenas a Galeria Jaqueline Martins foi anfitriã. Agora, nove recebem. A Casa Triângulo hospeda a Galeria Grimm (Amsterdã e Nova York), a Central Galeria hospeda Sunday Painter (Londres), a Galeria Jaqueline Martins hospeda a Galeria P420 (Bolonha), a Galeria Leme / AD hospeda a Galeria Nuno Centeno (Porto), a Galeria Lume hospeda Levy.Deval (Bruxelas), a Galeria Marilla Razuk hospeda a Galerie Antoine Levi (Paris) e o Instituto de Visión (Bogotá), a Galeria Raquel Arnaud hospeda a Mor Charpentier Galerie (Paris), a Luciana Brito Galeria hospeda a Galeria Madragoa (Lisboa) e a Sé Galeria hospeda Proyectos Ultravioleta (Cidade da Guatemala) e a Galería PM8 (Vigo, Espanha).

É uma ótima chance para conferir os trabalhos de artistas estrangeiros de forma gratuita, em solo brasileiro. Por exemplo, a ampliação das fronteiras da fotografia por Joachim Schmid vale a visita na Jaqueline Martins, até 18 de maio.

Exposição de Joachim Schmid, na Galeria Jaqueline Martins, como parte do Condo (Foto: divulgação Galeria Jaqueline Martins)

Serviço

Consulte os endereços, datas e horários em: condocomplex.org/saopaulo/

Dicas: Escolha duas ou três galerias no mesmo bairro para visitar. Por exemplo, Luciana Brito, Marilia Razuk e Lume estão bem próximas.

4 Centro Novo com Bike Tour SP

Se antes São Paulo era uma cidade inimiga das bicicletas, hoje o cenário mudou, em parte graças ao Bike Tour SP, grupo que promove passeios gratuitos. Uma nova rota é de especial interesse para arquitetos, pois passa por vários prédios icônicos, de arquitetura antiga, moderna ou contemporânea. Entre eles, o Edifício Itália, de Franz Heep (1902-1978); o Edifício Copan, de Oscar Niemeyer (1907-2012); a Praça das Artes, do Brasil Arquitetura; o Sesc 24 de Maio e a Pinacoteca, ambos de Paulo Mendes da Rocha.

Centro Novo é a área localizada a partir do Vale do Anhangabaú, tendo o Viaduto do Chá como fronteira do Centro Velho, onde estão a Praça da Sé e o Mosteiro de São Bento. A separação foi criada entre o final do século 19 e o início do século 20, quando novas construções tomaram conta da região, com edifícios de arquitetura eclética e art déco.

O Bike Tour SP empresta a bicicleta, capacete e equipamentos de segurança. O grupo é acompanhado por dois monitores. Um equipamento de áudio fornece dados e curiosidades das atrações culturais. Uma ótima maneira de conhecer o centro de São Paulo com segurança, mas fora do carro, podendo conferir de perto os detalhes do rico mix arquitetônico.

Bike Tour SP em frente à Pinacoteca, um dos pontos da rota Centro Novo (Foto: divulgação Bike Tour SP)

Serviço

Horários: sábados, das 9h às 10h30, das 11h às 12h30, das 13h às 14h30 ou das 15h às 16h30. Reserve pelo site biketoursp.com.br

Localização: Praça das Artes, Avenida São João, 281, Centro

Entrada: doação de 2 kg de alimento não perecível, que serão destinados a instituições que ajudam pessoas em situação de rua no centro de São Paulo

Dicas: Vá para a Praça das Artes de uber ou de metrô (estação São Bento da linha azul). O passeio termina na Galeria do Rock, bem perto do ponto de saída, com acesso ao mesmo metrô.

5 Bar dos Arcos no Theatro Municipal

O mítico subsolo do Theatro Municipal virou bar no fim de 2018. As fundações da casa de música clássica formam um cenário espetacular, com arcos e paredes de tijolos à vista. Os arcos que dão nome ao bar são romanos, que sustentam a estrutura com pedras ligadas por argamassa feita de conchas, gordura de baleia e areia, pois na época da construção do teatro, 1911, não existia cimento.

Sempre valorizando os arcos, a decoração assume estilos diferentes nos dois salões. Um deles, minimalista, traz apenas balcões comunitários iluminados. No outro, mobiliário elaborado da Westwing, com peças confortáveis e elegantes. A atmosfera é de um lugar secreto, bom para quem ama novidades. Os drinks são excelentes.

Bares em locais históricos do centro são uma boa ideia de passeio na noite paulistana, pois misturam diversão e cultura. Outras opções são o Bar do Cofre do Farol Santander, nossa sugestão de abril, e o Mirante 9 de Julho.

Bar dos Arcos, no subsolo do Theatro Municipal (Foto: divulgação Bar dos Arcos)

Serviço

Horário: terça a sábado, das 19h30 à 2h30

Localização: Praça Ramos de Azevedo, República

Entrada: gratuita. Drinques de R$ 35 a R$ 45

Dicas: Entrada pela lateral do Theatro Municipal, em frente ao Vale do Anhangabaú. É bom chegar cedo para garantir lugar, pois, desde a abertura, o bar tem ficado cheio. Vá de uber, não é seguro circular a pé pelo centro à noite.

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Maria Silvia Ferraz
Colunista
Editora

Editora do Archtrends, colabora com a Portobello desde 2014. É jornalista pela Faculdade Cásper...

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