A capital da Tailândia, Bangcoc, uma cidade erguida há mais de 300 anos nas margens do rio Chao Phraya, está ameaçada: um estudo desenvolvido pela ONU mostrou que até 2050, a cidade precisará ser abandonada, pois será engolida pelas águas. A decorrência do aquecimento global vai deixar a população completamente orfã de terras para viver.
O paradoxo que envolve Bangcoc é que, a cada ano, a região afunda 10cm abaixo do nível do mar e aumenta em 100 mil habitantes a sua população. Com uma população cada vez maior e a certeza de um fenômeno natural que irá acabar com a terra firme da região, há uma preocupação:
Qual a solução para oferecer às pessoas uma moradia alternativa? E a resposta, ousada, do escritório S+PBA foi a de construir uma cidade flutuante, a Wetropolis.
A ideia começa com o aproveitamento das fazendas aquáticas de criação de crustáceos, um setor que está cada vez mais condenado à falência. Esses locais serão as bases de Wetropolis, que conta com o auxílio do governo para um trabalho de descontaminação das águas e manguezais.
O projeto inclui toda a infraestrutura necessária: sistema de esgoto, água potável, energia solar, entre outras possibilidades. Formado por módulos de três andares planejáveis, os espaços serão divididos entre residências, endereços comerciais, escolas e mais.
Preocupados com a sustentabilidade, os arquitetos da S+PBA estão olhando com atenção para a poluição e viabilizando um projeto de cidade autosustentável. Eles pretendem investir na importação de carros elétricos e divulgar a utilização de bicicletas. Entre os módulos, serão construídas estradas, mas o trabalho mais importante agora é para a conscientização.
Uma cidade que surgiu às margens de um grandioso rio e utilizou os recursos naturais de forma agressiva, agora volta a olhar para as águas de Chao Phraya com uma verdadeira intenção de transformação e a opção de viver sobre as águas e evitar a poluição se tornou a forma mais viável de preservar a natureza do loca.