Morar em grandes cidades hoje é quase sinônimo de morar em apartamentos. A chamada verticalização das moradias é um fenômeno que ganhou força no Brasil a partir dos anos 80, com a concentração da população nos grandes centros urbanos.
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Apesar dos benefícios que os grandes edifícios trazem aos seus moradores, principalmente ligados a segurança, acesso a infraestrutura e conforto, é inegável que a expansão não planejada de prédios altos pode trazer também prejuízos ambientais, que vão desde o desmatamento e a redução da biodiversidade, até o bloqueio de luz solar e correntes de ar.
Porém, nossas cidades não vão a lugar nenhum. O que nos resta é defender um crescimento arquitetônico planejado e fomentar uma mudança de consciência coletiva, uma em que urbanização e natureza possam coexistir em harmonia. Um exemplo disso está em Barcelona, onde as ruas de grandes blocos de edifícios foram fechadas para os carros, permitindo o ganho de espaço para a vegetação urbana e para a convivência humana.
Outra boa notícia é que muitos dos novos prédios residenciais já têm trilhado um caminho mais alinhado à sustentabilidade, com projetos que repensam o impacto ambiental desde a sua concepção. Um exemplo maravilhoso é o edifício residencial Bosco Verticale, na Itália, que abriga cerca de 20 mil plantas, entre árvores e espécies rasteiras. Além de visualmente linda, a presença da vegetação ajuda a criar um clima mais ameno e filtrar impurezas do ar. O edifício conta ainda com painéis solares e sistema de filtragem de água para rega das plantas.
Para quem projeta, reforma e decora, existe um mundo de possibilidades arquitetônicas, que envolvem novas tecnologias pensadas para a sustentabilidade, o reaproveitamento como regra básica e até o retorno ao uso de materiais tradicionais com alto valor ambiental. Vale a pena saber mais sobre certificações, selos e manuais, como é o caso da certificação LEED - Leadership in Energy and Environmental Design, que orienta e atesta o comprometimento de um projeto com a qualidade ambiental para a construção civil.
Dicas de sustentabilidade para quem mora em apartamento
- Para quem vive em apartamentos e quer ter um estilo de vida mais amigável, vale começar com atitudes simples que podem passar despercebidas, como trocar as lâmpadas comuns por lâmpadas de LED e verificar a ausência de vazamentos de água. Apostar nas plantas também é um ótimo começo, já que elas ajudam na purificação do ar e na estabilização da temperatura. Espécies como lírio-da-paz, samambaias, espada-de-São-Jorge e jiboias são bem eficientes.
- Depois de iniciada a arte da jardinagem indoor, é super possível se aventurar em cultivar ervas dentro de apartamentos. Uma janelinha com sol dá conta de alimentar ervas como manjericão, alecrim, cebolinha, coentro, hortelã e outras. E a empresa Yes We Grow possui uma horta inteligente com iluminação automática para quem tem pouca luz natural batendo dentro do apê.
- E quem disse que não dá para ter árvores frutíferas dentro do apartamento? Frutas como acerola, limão, goiaba, morango e laranja se dão bem mesmo quando plantadas em vasos pequenos. Confira esse guia para começar a cultivar as suas frutas.
- E por falar em alimentação, fazer a compostagem do lixo orgânico produzido também é super importante, já que os restos de comida produzem metano quando despejados em aterros sanitários comuns. Mini composteiras podem ser encontradas facilmente em lojas de jardinagem - veja aqui o passo-a-passo do Menos 1 Lixo para fazer a sua.
- Já ouviu falar do movimento ‘lixo zero’? O movimento se baseia em cinco princípios: recusar o que você não precisa, reduzir o que você usa, reutilizar o que puder, reciclar o que não pode reduzir e repensar sobre o que sobrou. Este é um caminho de transformações constantes, que pode ser iniciado por qualquer pessoa. Interessou? Conheça o livro Zero Waste Home.
- Engaje nas reuniões de condomínio para sugerir melhorias de médio a longo prazo, como a adesão à coleta seletiva, a criação de hortas coletivas e a instalação de captação de água da chuva e de painéis solares, por exemplo. Para inspirar, o projeto Nossa Horta, do grupo imobiliário Lello em parceria com a Loa Terra, está espalhando hortas urbanas em condomínios pelo estado de São Paulo. Quem vive em apartamentos tem em mãos a vantagem de estar inserido em uma pequena comunidade. Por isso, tirar proveito disso para propor ações de impacto positivo para o coletivo é muito possível!