Vencedores do concurso: O que está dentro importa

O concurso de Arquitetura prévio ao Archtrends Summit se mostrou uma grata surpresa. Foram inscritos 170 projetos de altíssima qualidade, que trabalharam com muita criatividade o tema O que está dentro importa. A decisão dos jurados para chegar a apenas 10 projetos foi difícil, exigindo duas rodadas de apuração. 

Entre os selecionados, há projetos residenciais, mas também um pavilhão de exposição de arte, uma pequena livraria e um hall com jardim. Alguns mais lúdicos, outros mais realistas, os projetos trabalharam conceitos como autenticidade, coletividade e sustentabilidade, além de brincar com as ideias de dentro e fora. Os autores são arquitetos e estudantes de arquitetura, da Bahia, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. Inspire-se com eles:

Meu interior, por Jefson Lopes

O projeto do arquiteto Jefson Lopes, de Salvador, BA, foi nota 10 unânime entre os jurados. Ele interpretou o tema O que está dentro importa mantendo a fachada da casa com características identitárias do contexto local, enquanto os ambientes internos trazem design contemporâneo, trabalhando conforto e leveza. O jardim de inverno proporciona contato com a natureza do lado de dentro. O que está dentro importa - e o que está fora também!

Alphaville FSA, por Anderson Nogueira

O estudante de arquitetura Anderson Nogueira, de Feira de Santana, BA, é uma grande promessa da arquitetura brasileira. Ele já configurou entre os vencedores dos dois concursos anteriores promovidos pelo Archtrends, com os projetos Living integrado e Cozinha e Estar - Marotti. Agora ele retorna e se supera com um projeto que engloba arquitetura e design de interiores, demonstrando profundo equilíbrio. Destaque para o uso criativo da dupla de bancadas Ato, design de Alex Atala.

Projeto Copan, por Robson Fabrini

O arquiteto Robson Fabrini, de Campinas, SP, escolheu desenvolver um projeto para a planta do apartamento de um dormitório do Bloco B do icônico Edifício Copan. “Acredito que o Copan representa hoje toda a essência dessa proposta. O projeto tem como principal premissa ressignificar o morar no centro de São Paulo”, explica Robson. A planta é completamente aberta, com mobiliário funcional e prático, e decoração aconchegante.

O que está dentro importa, por Murilo Amaral

“Se o que está dentro importa, então siga o seu caminho.” Essa frase inspirou o estudante de Arquitetura Murilo Amaral, de Itajaí, SC, a criar um hall de entrada para o concurso. O revestimento Solar, design de Marcelo Rosenbaum, acende o hall. Através dele, chega-se a um pequeno jardim nos fundos de uma área residencial. No jardim, vê-se através de uma estreita abertura um amplo vergel - e referência à comunidade que produz o revestimento.

Natural Beings Rooftop - A link experience, por Gabriel Sales

O arquiteto Gabriel Sales, de Juazeiro do Norte, BA, trabalhou o conceito de autenticidade para criar uma piscina coberta, com abertura zenital para entrada de sol, deque e sauna. “O projeto foi pensado buscando evidenciar a diversidade identitária, de personalidades e histórias em cada um. Seres diversos e multifacetados, que, sendo diferentes uns dos outros, se tornam comuns e semelhantes em suas diferenças.”

Atelier e refúgio do designer de brinquedos, por Monica Frias

A arquiteta Monica Frias, de Jundiaí, SP, projetou uma casa para um escultor que trabalha com criação de brinquedos e ama a natureza. Além da estética, se destaca a sustentabilidade, na escolha do sistema construtivo, a madeira engenheirada. Trata-se de um material que chega às obras já em placas, que passam por um processo de montagem mais limpo, rápido e prático do que as construções em alvenaria. 

Casa Cacau, por Thiago Bezerra

No coração da região litorânea do Sul da Bahia, na cidade de Itacaré, esse projeto arquitetônico brinca com os limites entre o construído e o natural. O chalé se funde ao cenário paradisíaco de natureza, jogando com o conceito de dentro e fora. Projeto do arquiteto Thiago Bezerra, de Ilhéus, BA.

Terra Bistrô, por Stella Botari

A estudante de arquitetura Stella Botari, de Mairiporã, SP, se inspirou na terra para criar um restaurante. Ela explorou os elementos e tonalidades da terra com as linhas Neotropical e materia_prima, ambos designs de Oskar Metsavaht. “Autenticidade é explorar a si mesmo, é o contato com a natureza, o contato com o novo, novos aspectos, novas texturas, novos sonhos. É repensar o usual e transformá-lo em algo único”, acredita.

Pavilhão Coletivo, por Jefferson Seuffitelli

O arquiteto Jefferson Seuffitelli, de Bom Jesus do Itabapoana, RJ, trabalhou o conceito de coletividade. Ele criou um pavilhão expositivo para arte, em que, “mais do que ver arte, o visitante é convidado a senti-la, a interpretá-la. A arte permite que cada indivíduo seja ele mesmo, sem pudores. Ao mesmo tempo, ela ainda é capaz de ser coletiva e individual, pois a mensagem que cada arte transmite, é interpretada individualmente pelo coletivo”.

Livraria Modelo, por Luiz Fernando Marinho

“O hábito da leitura de bons livros é uma das engrenagens que transformam o interior do homem”, acredita o arquiteto Luiz Fernando Marinho, de Araruama, RJ. “Ao se pensar no interior de espaços físicos, por que não refletir também sobre o interior dos seus (inúmeros) usuários? Assim surgiu a proposta para este projeto de uma pequena livraria”, continua ele. Por suas dimensões características, poderia estar localizada em uma praça.