Uma semana dedicada ao design
Nos últimos anos, a cidade de São Paulo tem se tornado cada vez mais um polo de economia criativa, onde o design ocupa um dos lugares de destaque, movimentando lojas, galerias, instituições de ensino, estúdios e profissionais da área. Nesse cenário, eventos e iniciativas que valorizem as mentes criativas e a produção nacional são mais do que bem-vindos.
Considerado o maior festival de design da América Latina e um dos cinco maiores festivais urbanos de design do mundo, o DW! Weekend - Semana de Design de São Paulo é um desses eventos.
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Idealizado por Lauro Andrade, e com curadoria de Simões Neto, o DW! 2018 chegou à sétima edição com lugar garantido no calendário internacional de feiras de design. Foram mais de 300 atividades, realizadas entre os dias 29 de agosto e 2 de setembro, em mais de 120 endereços da capital paulista – com destaque para os Distritos DW!, onde se concentraram a maior parte dos acontecimentos do festival.
Palestras, exposições, lançamentos de produtos, feiras de negócios, circuitos temáticos, intervenções artísticas e visitas guiadas a galerias, ateliês e museus fizeram parte da programação, cuidadosamente pensada para aproximar cada vez mais o público do design.
Em entrevista para o Archtrends, Lauro Andrade fala sobre as novidades e os destaques da edição!
CS: O Design Weekend chegou à sua sétima edição consagrado como um dos cinco maiores festivais urbanos de design do mundo. O que mudou desde o primeiro evento?
LA: Dois pontos tiveram grande mudança ao longo das edições. O primeiro é, sem dúvida, o aumento do protagonismo dos criativos (designers e outros). A primeira edição, por exemplo, registrou cerca de 300 eventos, não mais de 60 tendo os criativos como personagens centrais. Em 2018, o número de eventos é similar, mas temos registro de mais de 600 designers com lançamentos e ações principais, junto com as marcas. O segundo ponto de destaque é o amadurecimento do setor como um todo, que a cada ano se aprimora nos conteúdos exibidos. Se em 2012 tínhamos grande experiência como visitantes de mostras internacionais, somos, em 2018, grandes cicerones, com atrações de padrão global de qualidade.
CS: Quais as novidades deste ano?
LA: Em 2018, tivemos seis macros distritos e 14 hubs. Os distritos são caracterizados por ações em determinadas regiões, que podem ser bairros e/ou ruas, definidas pela equipe do DW!. Já os hubs são locais únicos onde acontecem diversas ações simultâneas. Na feira High Design, um dos hubs principais do evento, tivemos diversas ações como High Design Objects, High Design Gallery, High Design Photo, Hotel Business Meeting e Arq + Smart Construction. Os novos DW! Hubs foram: Design & Technical Summit Accor Hotels, Cidade3, Liceu de Artes e Ofícios e o Jardim Pamplona Shopping. Em relação aos distritos, tivemos algumas umas novidades como o Circuito Gastronômico, que aconteceu na Rua Joaquim Antunes, com participação de cinco restaurantes. Outra grande novidade foi a realização do DW! Family Day, com o fechamento de um trecho da Alameda Gabriel Monteiro (entre as ruas Cônego Eugenio Leite até Ibsen, na altura da loja By Kamy) no domingo, dia 02/09. Na promoção das atividades, a grande novidade foi a veiculação da campanha do DW! na programação aberta da TV Globo, pela primeira vez, o que certamente aumentará muito a visibilidade dos participantes.
CS: Desde a sua criação, o DW! tem como objetivo promover o design e suas conexões com arquitetura, arte, decoração, urbanismo, inclusão social, negócios e inovação tecnológica. Como foi feita a curadoria dessa edição?
LA: Somos um festival de cidade que tem por princípio ser inclusivo e democrático. A curadoria do DW! segue totalmente esse posicionamento, exigindo dos participantes, sobretudo, a presença de conteúdo inédito e autoral, ligado às múltiplas facetas do design e suas conexões com a economia criativa. Eventos culturais, filantrópicos e (realmente) sem fins lucrativos têm prioridade, desde que tragam propostas relevantes ao segmento. Deixamos a curadoria fina e restritiva sob a responsabilidade de cada criativo/marca participante. São eles que devem definir como querem se mostrar ao mercado, bem como dialogar com os múltiplos públicos existentes. A nós, cabe exigir ética, responsabilidade e protagonismo autoral.
CS: Em 2018 foram mais de 300 eventos, realizados em 120 pontos da cidade. Quais os destaques da programação? O que foi imperdível?
LA: Tivemos atividades para praticamente todas as audiências, gostos e bolsos. Profissionais do setor, simpatizantes e mesmo não iniciados no assunto puderam escolher o que mais se adequava ao seu perfil. Em sua maioria, as atividades eram gratuitas. Impossível ter prediletos, pois foram centenas de propostas excelentes. Recomendamos, com convicção, sempre os grandes eventos do festival, como High Design Expo, D&D Shopping, Jardim Pamplona Shopping, Modernos Eternos, Boomspdesign, Viva Design+Senac, Museu da Casa Brasileira, Liceu de Artes e Ofícios, CIDAD3 e as atividades das instituições de ensino: Belas Artes, Instituto Europeu De Design (IED) e Escola Panamericana. Seria impossível não passar pelas muitas atividades da Alameda Gabriel, Jardins, Vila Madalena, Pinheiros e Avenida Paulista.
CS: Atualmente, quais são as principais inspirações para realizar o Design Weekend? Quais os planos para o futuro do festival?
LA: Nosso mantra é a integração do mundo criativo ao produtivo. A criatividade brasileira é inigualável, sobretudo pelo efervescente caldeirão étnico-cultural que nos forma. Nossa força empresarial é fenomenal ao sobreviver em ecossistema tão hostil para empreender. Se conseguirmos essa alquimia (criativo + produtivo) ofereceremos à sociedade e ao mercado inovações e competitividade que, sem dúvida, podem mudar o país de patamar em termos econômicos e sociais. O futuro está bem próximo: a grande novidade de 2019 é o crescimento da Semana de Design de São Paulo, que passará a acontecer em oito dias da semana (18 a 25 de agosto de 2019) e não mais em cinco, como nos últimos anos. Serão três dias de Previews Day (18 a 20 de agosto) e cinco dias de programação aberta ao público.