Terrazzo veneziano: veja como utilizar essa técnica de pavimentação na decoração
Um palácio inacabado à beira do Grande Canal de Veneza, uma herdeira amante das artes e uma técnica milenar de arquitetura: o que parecem elementos de uma história de aventura na Europa são, na verdade, influências para novas linhas de revestimentos inspiradas na tradição do terrazzo veneziano.
Em 1948, a Bienal de Veneza havia retornado com força, após os anos de guerra na Europa. Entre os participantes ilustres, despontava Peggy Guggenheim, importante herdeira norte-americana que levou à Itália a primeira grande coleção de arte moderna que o país vislumbrava, com obras de nomes como Jackson Pollock e Mark Rothko.
Ela não somente brilhou na bienal, mas se estabeleceu definitivamente na cidade. O lugar que escolheu para morar era um casarão à margem do Grande Canal, excêntrico pela extensa área que ocupava em relação à altura — de um único andar.
A construção, o Palazzo Venier dei Leoni, havia começado em meados do século XVIII, mas nunca foi finalizada pelos aristocratas que a iniciaram.
Mais do que um lar para Peggy, o palazzo inacabado (como os italianos se referiam ao local) se transformou em abrigo para a coleção de arte moderna da mecenas, e hoje é o museu Coleção Peggy Guggenheim. Quem passeia por ele nota o contraste entre as obras modernas e a arquitetura com traços tradicionais, como o piso revestido com o terrazzo veneziano.
Peggy conseguiu aliar muito bem tradição e modernidade ao manter esse traço tão marcante do prédio. Quer descobrir mais e saber como se inspirar no terrazzo em seus próprios projetos? Continue lendo!
O que é o terrazzo veneziano
O terrazzo veneziano é um tipo de revestimento que une agregados de diversas pedras (como granito, quartzo e até vidro) e pedaços de mármore com pasta de cimento ou cal. No Brasil, ele também é conhecido como marmorite e granilite.
Você já deve ter se deparado com esse material ou com revestimentos inspirados nele, pois essa foi uma verdadeira tendência nos anos 40 — em geral, utilizando resina no lugar do cimento.
São aquelas superfícies “pintadinhas”, em que reconhecemos fragmentos de pedras em diferentes tamanhos e, eventualmente, até em várias cores.
A origem do terrazzo veneziano é ancestral: técnicas de construção utilizando variações antigas do revestimento datam da Grécia e da Roma Antigas, ainda nos anos 800. Mas foi na Veneza do século XV que ele alcançou o valor e a importância arquitetônica que mantém até hoje.
O terrazzo veneziano ganhou as graças da Europa por diversos motivos, entre eles a estética que chama a atenção, a alta durabilidade (não é à toa que resiste em construções italianas há séculos) e a sustentabilidade que propõe — afinal, é feito a partir de fragmentos de diversas rochas, evitando o desperdício.
Por que a estética do revestimento voltou com tudo
A construção do terrazzo veneziano original é complicada: exige a preparação de chapas de cimento, introdução profunda de fragmentos rochosos e um intenso polimento de superfície.
Por isso, quando afirmamos que o terrazzo veneziano é novamente uma tendência, não necessariamente estamos nos referindo à técnica de formação do revestimento clássico, mas sim à estética do material.
Eduardo Scoz, Coordenador de Produto da Portobello, tem notado a influência do terrazzo entre arquitetos e designers do mundo inteiro nos eventos de que participa com outros profissionais da área.
“Não é mais uma tendência, já passou a ser uma referência. Não é mais uma aposta, é uma realidade. Desde a Boeuf à Hermès, qualquer marca de design que tem um pouco de inovação nos valores está trabalhando com terrazzo veneziano”, ele explica. Scoz nota o sucesso do terrazzo no Salão do Móvel de Milão 2018, por exemplo, em que foi usado em instalações como a da conceituada marca italiana de design de móveis Cassina.
Ele completa: “Todo mundo está sempre de olho em Veneza, porque lá existe uma arte efervescente. São várias manifestações artísticas que nos chamam a atenção durante o ano todo, como a Bienal de Arte”.
A estética das pedrinhas dispostas a princípio aleatoriamente por uma superfície tem sido resgatada por diversas marcas de design e arquitetura, como a própria Portobello. No caso da marca de revestimentos, Scoz explica que o porcelanato inspirado no terrazzo surge como uma alternativa moderna e funcional ao granilite.
“O porcelanato é um material de tecnologia absurda, em que se consegue reproduzir qualquer coisa sobre a superfície: concreto, granilite, madeira, mármore…
Já a técnica de produção do granilite é de moldagem, muito diferente do porcelanato, que usa chapas. O porcelanato se propõe a trazer a estética desse material com uma qualidade muito superior”, ele afirma.
Como você pode utilizá-lo em seus projetos
A utilização do terrazzo veneziano é versátil desde os palazzos de Veneza, em que era aplicado tanto no interior quanto no exterior das obras.
Hoje, com diversos materiais inspirados na estética do marmorite, a aparência clássica do terrazzo ganhou ares modernos e está presente em bancadas de cozinha, banheiro, pisos de qualquer área da casa e até nas paredes.
Quando o assunto é porcelanato inspirado em terrazzo veneziano, a imaginação é o limite. Eduardo Scoz comenta: “Não tem como dizer que o material tem apenas determinado uso. Por mais que a gente indique algum, por experiência própria, os arquitetos sempre inovam e nos fazem ver que ele fica cada vez mais incrível em seus usos mais ousados”.
A coleção In & Out/Movimento 2018 da Portobello trouxe novos revestimentos inspirados no terrazzo veneziano. Eles estão intimamente relacionados à proposta da coleção, de aliar natureza e ação humana, espaço interno e externo.
“Você pode usar as peças ‘dentro e fora’, integrando ambientes, por exemplo. Pode fazer uma sala com a variação Natural e, fora, utilizar a Externa. Não há restrição técnica nem estética”, garante Scoz.
A coleção 2018 traz quatro linhas inspiradas no marmorite. Confira a seguir.
Linha Peggy
Assim como Peggy Guggenheim aliou arte moderna e arquitetura tradicional, a Linha Peggy empresta um ar contemporâneo à estética do terrazzo veneziano. Nessa linha, os agregados de pedra do antigo revestimento são traduzidos como seixos urbanos em tons sóbrios.
O resultado, quando reparado com atenção, aproxima-se das telas abstratas apreciadas por Guggenheim. Por isso mesmo, foram batizados em homenagem a ícones da arte moderna: Andy Warhol, Paul Klee e Salvador Dalí.
Linha Twist
A Linha Twist reinterpreta o terrazzo veneziano com superfícies mate e com brilho, e traz um leque diverso de tonalidades para agradar a todos os gostos, sejam os neutros ou os mais ousados.
Nessa linha, você encontra desde tons escuros, como o proposto pelo Craft, até a delicadeza colorida das peças Straw Art.
Linha Venissa
As peças da Linha Venissa são intensas, trazendo o aspecto de solidez do terrazzo veneziano a uma estética contemporânea. As peças mais escuras lembram seixos de basalto distribuídos pelo concreto.
Linha Pietra Lombarda
Para descrever a Linha Pietra Lombarda, Eduardo Scoz propõe um exercício de imaginação: “Imagine pedras que caem em um lugar e, entre elas, sedimenta-se areia. Quando esse conjunto é cortado, as pedras maiores aparecem na superfície. O aspecto é de granilite, mas o processo de formação é natural, algo que demora a ser feito pela natureza”.
A Pietra Lombarda se inspira nesse tipo de superfície, observada nas rochas sedimentares das margens do Lago de Iseo, em Milão.
As peças remetem a rochas maiores que as demais linhas, e as próprias peças podem ser extensas: nessa linha, você encontra o novo grande formato de porcelanatos Portobello, de 120×120cm.
E aí, se interessou em utilizar algumas dessas linhas e levar todo o charme atemporal do terrazzo veneziano para os seus projetos? Entre em contato conosco e vamos ajudar você a descobrir as melhores peças para as suas ideias!
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Olá, José Luiz!
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Grande abraço,
Equipe Archtrends Portobello