Tendências de interiores para 2024
Há algum tempo, falei por aqui sobre como o ciclo de tendências tem passado por uma mudança, à medida que as marcas tentam acompanhar o ritmo das redes sociais no lançamento de novidades. Assim, vivemos hoje um ciclo de microtendências que surgem e desaparecem em questão de dias. Por isso, voltar “às origens” e resgatar o verdadeiro sentido das tendências, o de refletir mudanças sociais mais significativas, é essencial.
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Agora que estamos em clima de ano novo, é um bom momento para resgatar essa ideia. Desde setembro, já começamos a ver diversos relatórios de tendências para 2024 surgindo. Mas como filtrar tudo isso? O pesquisador de tendências Matt Klein dá a dica: olhar para transformações que já estão em curso, mas que talvez não estejamos prestando atenção ainda. E isso a Pantone faz há muitos anos.
A cor do ano da Pantone já virou uma tradição, pois a empresa é mundialmente conhecida por estudar cores com o objetivo de expressar o “humor predominante” e as atitudes das nossas sociedades. Afinal, a cor é uma poderosa ferramenta de comunicação e expressão da cultura, que pode ser entendida independente de língua, gênero ou idade.
Esse ano, a Pantone aponta a cor Peach Fuzz como a cor de 2024, um tom de pêssego doce, suave e aconchegante. A Pantone partiu de um sentimento coletivo que tem estado presente no mundo todo: a busca por acolhimento. Estamos vendo um foco maior das pessoas em reavaliar o que é importante, o desejo de resgatar laços e de estar perto das pessoas amadas.
Assim, como explica Laurie Pressman, vice-presidente do Pantone Color Institute, a cor escolhida reflete “aquele abraço caloroso e acolhedor, transmite uma mensagem de compaixão”. Para a empresa, a cor representa a experiência humana no centro, mesmo em meio à modernidade e à onipresença do mundo digital. E isso tem tudo a ver com a casa, afinal, a casa é esse ambiente íntimo, onde convivemos com as pessoas mais próximas.
Quem também aponta sentimentos emergentes que estão refletindo na casa é a Houzz, portal de arquitetura e design de interiores. A empresa, que é como um Pinterest especializado na arquitetura, conta com mais de 3 milhões de profissionais como usuários, e por isso mesmo, tem uma extensa base de pesquisa para saber o que pode estar vindo por aí.
De acordo com a Houzz, vem acontecendo uma substituição da febre dos tons de brancos e cinzas para os tons de bege, marrons ricos, brancos cremosos e outros neutros mais quentes, refletindo o desejo de trazer mais calma e acolhimento para os ambientes internos.
Além disso, a incorporação de diferentes texturas e padrões com os mesmos tons traz mais camadas aos ambientes, além de trazer o foco para a versatilidade dos espaços, que precisam atender a diversos moods e estações. Essa é uma tendência que reforça a busca por aconchego já apontada também pela Pantone.
E por falar na valorização dos detalhes acolhedores e aconchegantes, a Houzz destaca a febre dos canelados no design, que tem sido exibida em feiras de design ao longo do ano, destacando tudo, desde ilhas de cozinha a penteadeiras de banheiro e móveis de sala de estar.
Essa ode aos acabamentos pode demonstrar uma busca pelos detalhes perdidos frente à febre do minimalismo contemporâneo, que tem trazido uma padronização extrema para os ambientes, como já comentei por aqui.
Mas é claro que nada disso significa que devemos mudar o nosso planejamento prévio para um projeto ou sair trocando todos os itens da casa pela nova cor do ano. Afinal, como em qualquer tendência, ela só faz sentido se combinar com você e suas intenções.
Para se conectar verdadeiramente com o que é importante de forma perene para sua marca e seu público, algumas perguntas podem ajudar a focar em tendências que realmente importam:
Isso realmente tem peso e energia para se sustentar? Isso realmente significa algo para as pessoas, não para um algoritmo? Isso realmente é um bom investimento de tempo, energia e recursos? Se a resposta for sim, vale prestar atenção nisso, entendendo de que formas essas tendências podem ser aplicadas.