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Cidades inteligentes: o que são e quais são suas características

Cidades inteligentes unem sustentabilidade e tecnologia a favor da qualidade de vida da população (Foto: Maria do Carmo Duarte Freitas)

Imagine-se a caminho do trabalho. Você está em seu carro ou no ônibus ouvindo música. Porém, há um engarrafamento e tudo para. Nenhum veículo se move. Este é um problema recorrente que as cidades inteligentes nasceram para resolver. 

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Neste post, vamos entender melhor o conceito de cidades inteligentes e ver quais são os benefícios que uma comunidade pode ter a partir de sua aplicação. Acompanhe! 

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Cidades inteligentes resolvem velhos problemas dos grandes centros urbanos

O que são cidades inteligentes? 

São espaços que utilizam a tecnologia da informação e comunicação (TIC) para melhorar a qualidade de vida da população e o espaço público. Para alcançar esse objetivo, é preciso priorizar alguns indicadores-chave.  

Com essas vertentes, uma cidade é capaz de oferecer soluções para garantir preservação e sustentabilidade ambiental, melhoria no transporte público, planejamento urbano eficaz, consumo consciente e educação de primeira linha. 

De modo geral, é possível ainda garantir uma estrutura que potencialize o bem-estar social e a qualidade de vida dos cidadãos. 

Confira os principais elementos que compõem as cidades inteligentes. 

Economia inteligente 

Prioriza os níveis de produtividade e surgimento de novas empresas para que elas possam se estabelecer e trazer competitividade ao mercado. 

População 

Educação, inclusão social, pluralidade étnica e capacidade de solucionar problemas e aplicar conhecimentos no dia a dia são os fatores fundamentais que consolidam as cidades inteligentes. 

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A qualidade de vida da população é um dos principais objetivos das cidades inteligentes

Mobilidade 

Por meio de uma infraestrutura integrada embasada por recursos tecnológicos, os meios de transporte e vias inteligentes favorecem a comunicação e o envio de informações. 

Consequentemente, sistemas de transporte podem ser sustentáveis e mais seguros. 

Governo 

Nas cidades inteligentes, o governo é fundamentado pela capacidade de comunicação com seus habitantes. Tal diálogo deve ser sempre eficaz e transparente. Deve também incentivar a participação popular nos processos de tomada de decisões. 

Meio ambiente 

A proteção ambiental e uma administração sustentável dos recursos naturais fazem parte de uma gestão de meio ambiente inteligente. O foco é na prevenção e combate aos diversos problemas capazes de destruir o meio ambiente de um local. 

Bem-estar 

A qualidade de vida inteligente é caracterizada pela garantia de serviços básicos à população. Saúde, segurança e educação são os principais pilares, além de lazer, cultura e previdência. 

O papel dos governantes é efetivar a integração desses itens ao crescimento das cidades. 

Aliada aos profissionais ideais para a execução e desenvolvimento das cidades inteligentes, essa integração vai permitir uma evolução mais consistente e organizada dos processos. 

A participação de engenheiros e arquitetos nessas etapas é essencial para o bom andamento de todas as fases. 

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Qual o papel do arquiteto em cidades inteligentes? 

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Profissional de arquitetura deve seguir os princípios de uma cidade inteligente (Foto: PxHere

O profissional de arquitetura pode atuar em diferentes frentes do desenvolvimento de uma cidade. 

Urbanismo, paisagismo, design e a própria estruturação das cidades podem contar com a presença de um ou vários arquitetos para propor soluções e resolver problemas. 

Mesmo não associados à operações e ações governamentais, os arquitetos devem estar atentos às aplicações dos conceitos e crescimento de cidades inteligentes. 

Afinal, toda a infraestrutura desse tipo de cidade é pensada de maneira estratégica e inteligente para atender às demandas da sociedade, organizar e otimizar rotinas e estar em harmonia com a natureza e questões ambientais. 

As obras devem focar na conectividade entre o cidadão e os serviços. É preciso pensar em soluções para energia limpa e renovável e reaproveitamento de recursos naturais. 

É necessária ainda considerar soluções para a escolha dos melhores materiais e revestimentos, tratamento de lixo, compartilhamento de produtos, serviços e espaços e facilidade de deslocamento. 

Todos esses pontos precisam ser prioridade em qualquer projeto. Isso porque a arquitetura deve ser utilizada e aplicada para acolher e transformar vidas

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Cidades inteligentes são pensadas como organismos vivos

Como é a arquitetura das cidades inteligentes? 

Com um ideal de harmonização de arte, tecnologia e natureza, as cidades inteligentes acabam apresentando uma diversidade de estilos arquitetônicos. 

O futurismo é bem destacado em edifícios que incorporam jardins, transporte e qualidade de vida. São praticamente microcidades em um só prédio. 

O padrão industrial também é marcante em cidades inteligentes. É frequente o uso de containers para a construção de escritórios, restaurantes e até mesmo casas. 

A praticidade e facilidade de deslocamento, manuseabilidade e manutenção do material permitem criar uma infinidade de estruturas úteis e funcionais para as atividades humanas. 

Muitos dos problemas que as grandes metrópoles enfrentam atualmente vão continuar acontecendo nessas cidades. Entretanto, as soluções para eles serão muito mais práticas, rápidas e eficientes. 

E é papel do arquiteto garantir que essa expertise e esses conceitos estejam inseridos em todos os projetos desenvolvidos nas cidades inteligentes. Sempre, claro, em harmonia com a ideologia aplicada pelo governo e praticada pelos cidadãos. 

Em uma realidade sustentável, o trajeto para o trabalho seria muito mais agradável, pois passaria por rotas bem-cuidadas e locações conectadas a dados e informações em constante circulação. 

Isso faz com que a cidade se torne um organismo vivo: as construções são seus órgãos e cada indivíduo é uma célula que traz vida a essa estrutura. 

Para que tudo funcione harmoniosamente, é necessário um cérebro, uma inteligência que permita interligar todos os aspectos da cidade e mantê-la em funcionamento e sincronia. 

Arquitetos, tecnologia, infraestrutura e planejamento são as bases essenciais para que essa inteligência possa virar realidade. 

Quais as cidades inteligentes do Brasil? 

No Brasil, veja quais são as cidades inteligentes, também conhecidas como smart cities, segundo dois rankings diferentes. 

São José dos Campos (SP) 

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Vista panorâmica de São José dos Campos, única cidade inteligente credenciada no Brasil (foto: Wikimedia Commons

Você sabia que São José dos Campos é certificada como primeira cidade inteligente do Brasil? Em 2022, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com base em três NBR ISO (37120, 37122 e 37123), entregou essa certificação ao município. 

Cada uma das normas ISO tem foco em algum ponto específico para o funcionamento de uma cidade inteligente:  

As três são regulamentadas pelo World Council on City Data, instituição ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo, elas contam com 276 indicadores. 

Apenas 79 cidades no mundo têm essa certificação. Na prática, isso significa que, além de cidade inteligente, São José dos Campos também foi certificada como cidade resiliente e sustentável. 

Algumas práticas podem ser apontadas como importantes para fazer a cidade alcançar esses títulos:  

Apesar da certificação oficial, SJC não é o único local considerado cidade inteligente no país. O ranking Connected Smart Cities, composto por 75 indicadores divididos entre 11 categorias, avaliou 680 cidades brasileiras, todas elas com mais de 50 mil habitantes. 

Confira aquelas com o melhor posicionamento: 

Curitiba (PR) 

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Curitiba desbancou São Paulo como a principal cidade inteligente do ranking (Foto: PxHere

Primeiro lugar no ranking, Curitiba desbancou São Paulo após anos de liderança. Segundo o Connected Smart Cities, a capital curitibana é a cidade mais inteligente e conectada do país. 

A cidade também ficou em primeiro lugar na categoria Empreendedorismo e em segundo em Tecnologia e Inovação. 

Um dos motivos por trás dessa vitória é o Vale do Pinhão. Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas), o movimento envolve uma série de organizações:  

Todas elas, juntas, têm como objetivo ampliar o ecossistema de inovação por meio do empreendedorismo, tecnologia e economia criativa. 

Os pilares do Vale do Pinhão são:  

Florianópolis (SC) 

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Florianópolis une tecnologia, qualidade de vida e praias paradisíacas (Foto: Mariano Mantel/Flickr) 

Pelo terceiro ano consecutivo, a capital catarinense ficou em segundo lugar no ranking de cidades inteligentes. 

Uma das razões é que, em 2017, a prefeitura, a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE) e a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) firmaram um convênio para desenvolver o Laboratório de Inovação Urbana. 

O primeiro passo para transformar Florianópolis em smart city foi a instalação de roteadores Wi-Fi e câmeras inteligentes na Rua Vidal Ramos. Os equipamentos podem ser acessados pelos comerciantes e órgãos de segurança pública por meio da nuvem. 

Além disso, a cidade ficou conhecida como "Ilha do Silício" (referência ao Vale do Silício) por seu ecossistema tecnológico e incentivos públicos para o surgimento de empresas do tipo, como a Lei Municipal de Inovação e o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I). 

São Paulo (SP) 

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Principal centro econômico do país, São Paulo já liderou o ranking diversas vezes (Foto: PxHere

Centro financeiro do Brasil, São Paulo é a cidade para onde muitas pessoas vão em busca de um futuro melhor. Por isso mesmo, foi e é construída por mãos de brasileiros e até estrangeiros dos lugares mais distantes do planeta. 

Alguns números que mostram por que São Paulo é uma cidade inteligente:  

São Paulo liderou o ranking por dois anos seguidos, ficando em terceiro lugar em 2022. 

Contudo, ainda permanece na liderança entre as cidades da Região Sudeste e é líder pelo oitavo ano consecutivo da categoria Mobilidade e Acessibilidade. A cidade também ganhou na categoria Economia. 

São Caetano do Sul (SP) 

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Muito contato com a natureza e segurança pública fazem de São Caetano uma cidade inteligente (Foto: Juliana Chang/Flickr) 

Além de ser a quarta cidade mais inteligente do Brasil, São Caetano do Sul conseguiu ficar em primeiro lugar entre os municípios com até 500 mil habitantes. Também ficou na primeira posição nas categorias Educação e Segurança.  

Alguns fatores que explicam sua alta posição:  

Campinas (SP) 

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Campinas investe intensivamente na educação municipal (Foto: Carlos Bassan/Wikimedia Commons

Em quinto lugar no ranking, Campinas é a primeira cidade com população acima de meio milhão de habitantes e que não é capital no top 5. Seus destaques são os seguintes: 

Como visto, há diferentes critérios para credenciar cidades inteligentes. Contudo, todos eles privilegiam qualidade de vida para o coletivo, sustentabilidade e avanço tecnológico. 

Para continuar no tema, confira agora o que é arquitetura da felicidade

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