Sabemos da importância de admirar e nos inspirar em pedaços da história, obras de artistas renomados e construções arquitetônicas de grandes arquitetos. Um fator curioso que nem muitos sabem é que o poder desta envolvência pode ir muito mais além.
A Síndrome de Stendhal é um transtorno psicossomático que se manifesta com um sentimento de mal-estar generalizado ao se deparar com tamanha beleza e grandiosidade artística ou arquitetônica. Também conhecida como "Síndrome de Florença", já que é a cidade que registra o maior número de casos.
Ela pode afetar pessoas que são especialistas ou não no campo da arquitetura e das artes, e o sujeito afetado permanece em êxtase contemplativo emocional muito envolvente, na presença de uma enorme beleza.
Você já sentiu algo parecido? Visitar lugares que sonhamos em conhecer e obras que admiramos, de artistas renomados e verdadeiros ídolos, é uma experiência única, principalmente para quem trabalha com setores ligados à criatividade.
A grande impressão, causada por estar em um cenário que fez parte da história, transmite uma sensação única.
Como arquiteta e designer, não consigo me esquecer de alguns momentos: a primeira vez em que me deparei com a grandiosidade do Duomo de Florença, quando entrei na Capela Sistina e pude ver de perto os mínimos detalhes; a perfeição de pinturas que estudei por tantos anos; e quando visitei diversas obras do meu grande inspirador, Mies Van der Rohe em Chicago. São realmente instantes únicos, e consigo compreender as pessoas que são afetadas pela síndrome.
Geralmente os efeitos da síndrome são leves e transitórios e atingem normalmente pessoas entre 24 e 40 anos. Pessoas que já passaram por isso relatam que ficaram maravilhadas com tamanha beleza das obras de arte ou da arquitetura que observaram e alguns dizem que não se sentiam mais em seu próprio corpo.
Mas afinal, você sabe por que é chamada de síndrome de Stendhal?
A primeira evidência de manifestações de mal-estar diante de uma obra de arte nos foi relatada pelo escritor francês Marie-Henri Beyle, também conhecido como Stendhal que, em 1817, falou sobre isso em seu livro "Roma, Nápoles e Florença". Ao visitar a igreja de Santa Croce, em Florença, ele atingiu um nível de emoções e sensações celestiais dadas pelas artes e os sentimentos apaixonados que se encontraram.
Mas só muitos anos depois o transtorno foi analisado e classificado pela primeira vez pela psiquiatra Graziella Magherini. Ao estudar uma amostra de 106 turistas estrangeiros em visita a Florença, todos afetados por um desconforto de curto prazo apresentado logo após a chegada na cidade e na correspondência com visitas a museus ou obras de arte. Distinguir e classificar todos os sintomas certamente não foi fácil, especialmente pelas nuances e intensidade com que os próprios se manifestaram.
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Quais obras de arte ou construções arquitetônicas te tiram suspiros?