O que fazer em São Paulo em maio
1| Hélio Oiticica na Casa SP–Arte
A feira SP–Arte, em iniciativa conjunta com a galeria Gomide&Co., inaugurou recentemente um novo espaço cultural no Jardins. Batizada de Casa SP–Arte, a residência icônica erguida entre 1936 e 1938, pertencente à chamada Vila Modernista, é assinada pelo arquiteto Flávio de Carvalho (1899-1973). Trata-se da única entre as 17 casas da vila que hoje se encontra inteiramente restaurada, respeitando o projeto original. Além de conhecer por dentro este marco arquitetônico da cidade, o público ainda pode conferir a primeira mostra em cartaz na casa. Hélio Oiticica: mundo–labirinto reúne obras de diferentes fases da produção do artista (1937-1980), desde suas investigações sobre o plano bidimensional até o diálogo que propõe entre arte, vida e cultura pop. A curadoria é de Luisa Duarte, diretora artística da Gomide&Co.
Serviço
Período: até 22 de julho
Entrada gratuita
Horários: terça a sábado, das 11h às 17h
Localização: Alameda Ministro Rocha Azevedo, 1052, Jardins
Dica: Você ama arquitetura e ficou curioso para ver como ficou a casa modernista restaurada, ainda vazia, antes de receber a exposição? Este vídeo publicado pela Casa SP-Arte mostra o resultado do restauro.
2| Arte e design na Casa Zalszupin
A Casa Zalszupin, espaço cultural no Jardim América, foi projetada pelo polonês Jorge Zalszupin (1922-2020) no início da década de 1960 para ser sua residência. Lá ele viveu até seu falecimento, e, no ano seguinte, o local abriu as portas ao público, tendo a Etel e a Almeida & Dale Galeria de Arte como mantenedoras. A exposição atualmente em cartaz ali é Pancetti e Scapinelli, com obras do pintor José Pancetti (1902-1958) e do designer de mobiliário e interiores Giuseppe Scapinelli (1891-1982). A curadoria é de Cristiano Raimondi. A mostra retoma o legado destes dois artistas de raízes italianas que mantinham linguagem clássica e, ao mesmo tempo, moderna. Pancetti representa muito da vida naval em seus quadros (influência de temporadas nas Marinhas Italiana e Brasileira), além de paisagens rurais e urbanas, retratos e naturezas-mortas. Já Scapinelli, na década de 1950, conquistou a elite industrial paulistana com seus móveis de design moderno e formas curvilíneas, com detalhes em madeira, vidro e metal.
Serviço
Período: até 3 de junho
Entrada: gratuita (entrada mediante agendamento prévio)
Horários: terça a sexta-feira, das 10h30 às 15h30; sábado, das 10h30 às 15h
Localização: Rua Dr. Antônio Carlos de Assunção, 138, Jardim América
Dica: O agendamento para visitação deve ser feito por meio deste link. A visita dura 1 hora. Outras informações no site da Casa Zalszupin.
3| Lina Bo Bardi na Casa de Vidro
Com curadoria de Renato Anelli, conselheiro do Instituto Bardi, a mostra A produção coletiva na obra de Lina Bo Bardi exibe ao público fotos, desenhos e objetos que identificam os processos criativos da arquiteta entre 1977 e 1986, período em que projetou e construiu o Sesc Fábrica Pompéia. A narrativa da exposição evidencia que ela buscava modos coletivos e interativos de trabalho com toda a equipe, jovens arquitetos, designers, cenógrafos e operários. Segundo o curador, Lina (1914-1992) visava uma criação coletiva e se esforçava para sair da cultura em que apenas se depositam ideias de um sujeito em outro. Para isso, projetou em meio ao canteiro de obras do Sesc Fábrica Pompéia, tática que lhe permitiu testar os pormenores construtivos de modo direto, com todos os profissionais envolvidos. A exposição ocupa a Casa de Vidro, um ícone da arquitetura moderna brasileira. Além de ser o primeiro projeto construído da arquiteta, foi a residência do casal Bardi por mais de 40 anos, a partir de 1951.
Serviço
Período: até 29 de julho
Entrada: gratuita
Horários: quinta a sábado, em quatro horários (10h, 11h30, 14h e 15h30)
Localização: Rua General Almério de Moura, 200, Morumbi
Dica: a visitação acontece apenas com horário agendado previamente neste link.
4| Tarsila do Amaral na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano
A exposição Tarsila: estudos e anotações reúne 110 desenhos inéditos mantidos por Tarsila do Amaral (1886-1973) em sua intimidade, em cadernetas e blocos. São registros feitos na capital paulista e em Minas Gerais, além de viagens à Europa, Oriente Médio e União Soviética. Há também figurinos criados para um balé em 1925 e ainda desenhos de sua criativa fase antropofágica (1928-1930). A mostra está em cartaz na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, residência em que este casal tão ligado às artes viveu por 20 anos, no Morumbi. A casa, datada de 1950, tem projeto assinado pelo arquiteto Oswaldo Arthur Bratke (1907-1997) e foi doada à cidade de São Paulo como um espaço cultural, junto à sua coleção de obras de arte e um extenso parque. O local também oferece um salão para brunch e chá da tarde.
Serviço
Período: até 25 de maio
Entrada: R$ 20 (inteira para entrada no parque), R$ 10 (inteira para entrada na exposição), R$ 10 (meia para entrada no parque) e R$ 5 (meia para entrada na exposição)
Horários: terça a domingo, das 10h às 17h
Localização: Avenida Morumbi, 4077, Morumbi
Dica: visitas monitoradas à exposição de Tarsila do Amaral podem ser agendadas para grupos pelo telefone (11) 91433-4685.
5| Arte contemporânea na Casa de Cultura do Parque
Localizada no Alto de Pinheiros, em frente ao parque Villa-Lobos, a Casa de Cultura do Parque é um espaço cultural de 1,5 mil m2 com programação contemporânea. Ali são promovidos shows, palestras, cursos e exposições de arte, a exemplo da mostra Para os guardados, do artista Desali. Seu nome artístico vem de “desalinho”, como os amigos próximos o chamavam por ter iniciado seu trabalho com pixo e grafite na rua. Grande parte de sua produção surge a partir do que vivenciou em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde morou a maior parte da vida. Os trabalhos focam em intervenções em espaços públicos, investigando relações sociais e dando visibilidade a realidades em constante apagamento. Nesta mostra, o artista retoma lembranças da periferia em que viveu. As criações surgem a partir de materiais encontrados em caçambas, canteiros de obras ou objetos jogados nas ruas.
Serviço
Período: até 28 de maio
Entrada gratuita
Horários: quarta a domingo, das 10h às 18h
Localização: Avenida Prof. Fonseca Rodrigues, 1300, Alto de Pinheiros
Dica: aproveite a visita e conheça outras duas exposições em cartaz no local: Passa-tempo! - Fotopinturas (do artista Teodoro Dias) e Métrica Imprecisa (de Ana Mazzei, Débora Bolzsoni, Esvin Alarcón Lam e Renata Pedrosa).