Projetos de revitalizações urbanas na Europa integram os rios às cidades
Alguns dos maiores e mais importantes rios do mundo enfrentam problemas com a poluição. Contudo, diversas cidades do velho continente reverteram essa situação com projetos de revitalização que transformam suas águas em vias de transporte, comércio, pontos turísticos, áreas de lazer e esporte e, claro, maravilhosos cartões-postais.
Em Madrid, 6 km de vias lineares que abraçam o rio Manzanares foram transformados em parque. Um concurso, que elegeu os escritórios Mrío Arquitectos e West 8 Urban Design and Landscape Architecture, deu início a um projeto que estabeleceu uma conexão maior com o centro da cidade.
Os conceitos principais foram a apropriação de elementos naturais (enaltecendo as áreas verdes de plantio ao longo do rio) e o uso de minerais, como o granito, para o mobiliário urbano do parque, desde bancos até revestimentos. A revitalização ganhou também um centro cultural, o restauro de pontes antigas e a adição de novas passarelas para pedestres.
Em Florença, na Itália, durante o verão, o famoso rio Arno recebe diversas atrações que enaltecem suas margens. A prefeitura da cidade cria uma praia artificial que contém areia, guarda-sóis, espreguiçadeiras, bares, restaurantes, espaços interativos para aulas de ioga e prática de outros esportes, como remo, rafting e passeios de barcos. É uma verdadeira festa na beira do rio, chamada de spiaggetta sull’Arno.
A imagem do rio e o seu enaltecimento são muito importantes para a cidade italiana. Foi daí que a loja de luxo LuisaViaRoma, localizada em Florença, teve a ideia de criar uma “ponte do amor” durante uma das edições do Pitti Uomo. A instalação foi pensada pelo arquiteto Claudio Nardi e foi palco de um jantar de gala no decorrer do evento. São incríveis as diversas possibilidades de apropriar-se dos usos que um rio urbano nos oferece!
Com muito investimento e tecnologia de ponta, em menos de 50 anos o rio Tâmisa reviveu. Por muito tempo conhecido pela sua poluição, hoje ele abriga em média 500 espécies de animais, entre peixes e invertebrados.
Além disso, o rio Tâmisa voltou a ser o centro de vida da cidade: suas margens abrigam eventos temporários durante o verão e o inverno, como mercadinhos e feiras. Nos dias atuais, também temos a possibilidade de navegar pelas águas londrinas e apreciar a paisagem de uma outra perspectiva.
A capital sueca, que é nomeada como modelo de cidade sustentável na Europa, é conhecida pela pesca urbana realizada desde 1970. Estocolmo passou por fases de poluição de resíduos tóxicos nos Rios Riksbron e Vasabron, levando ao fim da prática do esporte.
Porém, com a implantação de plantas e algas que absorvem dióxido de carbono e matérias orgânicas, assim como o tratamento da água à base de cloro, os rios da cidade passaram por um processo de revitalização que permitiu o retorno da pesca de salmões e trutas.
Além do retorno à prática da pescaria, as águas ganharam passeios de barco, natação e outros esportes náuticos, bem como diversas atrações voltadas para a população local e para o turismo.
Vale a pena refletir que, além de todos os benefícios agregados por meio do tratamento da água, as apropriações arquitetônicas e urbanas ao redor das margens de rios possibilitam a implementação de parques lineares, bem como espaços de lazer público.
Diversas cidades europeias reconhecem o grande potencial da relação entre os rios e suas margens com o meio urbano e valorizam as possibilidades intraurbanas de lazer que um rio pode proporcionar, sejam elas permanentes ou temporárias.
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