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O planeta esquenta, e a casa também

Em 2023, o Brasil e o mundo viram as ondas de calor extremo se tornarem rotineiras: enquanto o verão no hemisfério norte bateu diversos recordes de temperatura, a primavera aqui no hemisfério sul não tem sido diferente. Isso pode ser explicado por uma conjunção de fatores, sobretudo pelo efeito das mudanças climáticas, que deixam os eventos climáticos extremos mais comuns e mais intensos, como foi o caso do El Niño esse ano. 

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Como apontou a BBC recentemente, a previsão é que eventos como esse se tornem mais frequentes e intensos daqui para frente, e de acordo com os especialistas, é urgente discutir planos de mitigação e adaptação a esses eventos climáticos extremos, como verões muito intensos e chuvas torrenciais.

Isso sem dúvida afeta muito a nossa vida dentro de casa, sobretudo porque muitas das nossas construções aqui no Brasil não foram pensadas para suportar esses extremos de temperatura, o que fez com que algumas casas tenham se transformado em fornos. E os efeitos do calor excessivo para a saúde são inúmeros, que vão desde os mais diretos como desidratação até os menos óbvios, como estresse e até mesmo depressão. 

aquecimento global ilustração
(Imagem - Grist)

De fato, ninguém merece passar o dia derretendo dentro de casa. Então, a solução mais óbvia e imediata que todo mundo vai pensar é a mesma: ficar num ambiente com ar condicionado. Porém, como apontou o Reset recentemente, o aumento na busca por ar condicionado num momento em que o planeta ferve é um grande paradoxo, já que a energia consumida pelo ar-condicionado eleva as emissões de gases de efeito estufa. 

A coluna escrita por Regina Sales Magalhães, doutora em Ciência Ambiental pela USP, aponta ainda outro problema importante: a pobreza energética. O consumo alto de energia gerado pelo ar condicionado aumenta expressivamente o gasto com energia elétrica, concorrendo com outras necessidades básicas. Além disso, não é todo mundo que tem acesso aos aparelhos de ar-condicionado. Dados do IBGE mostram que menos de 20% das famílias brasileiras possuem o aparelho em casa. 

ar condicionados na fachada de prédio
(Imagem - Bloomberg)

Isso significa que ninguém mais pode investir num ar-condicionado para ter um ambiente mais fresco? Claro que não! Porém, os dados nos lembram que as soluções para o clima nunca são individuais. Afinal, de que adianta termos uma casa confortável e fresquinha por dentro, enquanto por fora o mundo queima e a raiz do problema climático só cresce? 

Um cálculo feito pela The Economist mostrou que a substituição dos ar-condicionados que danificam a atmosfera reduziria o total de gases com efeito de estufa no equivalente a 90 mil milhões de toneladas de CO2 até 2050. Tornar as unidades mais eficientes em termos energéticos poderia duplicar esse valor. Por isso, se você vai investir num ar-condicionado para a sua casa ou escritório, aproveite a oportunidade para escolher um modelo com foco na eficiência energética. Além disso, vale lembrar que o ar condicionado não é a solução milagrosa para todos os ambientes, não só por apenas mitigar o calor e não resolver sua causa, mas também porque nem sempre ele será a opção mais viável e acessível. 

Então, algumas outras soluções podem ser feitas para deixar a casa mais fresca naturalmente:

ambiente com tons claros
(Imagem - Dako)
plantas na casa para umidificar o ar
(Imagem - Arch Digest)
tons claros na sala para não aquecer
(Imagem - Asean Sourcing )

Fora de casa, para construções urbanas:

parede verde no viaduto
(Imagem - BBC)
horta na rua
(Imagem  - Viver Paris)
telhado verde
(Imagem - Archdaily)
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