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Orçamento de obra: 6 dicas para acertar nesse cálculo

Orçamento de obra é a fase inicial que vai garantir o sucesso de todo o projeto (Projeto: Portobello S.A.)

Uma construção ou reforma envolve diferentes etapas e detalhes. Um deles é muito importante: o orçamento de obra. 

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Afinal, independentemente do tipo de edificação, você precisa ter certeza de que terá acesso à quantia necessária para executar o projeto idealizado. 

Prever todos os custos demanda tempo e dedicação, além de conhecimentos técnicos. Mas, com algumas dicas, esse processo tende a ficar fácil. 

Acompanhe as linhas a seguir para saber mais!

O que é o orçamento de obra? 

É, resumidamente, um documento. Nele, há a descrição de tudo o que será gasto em todas as fases da construção ou da reforma. 

Isso quer dizer que é necessário incluir desde os custos da concepção até a entrega, quando tudo estiver concluído. 

Alguns profissionais estão aptos a criar esse documento, como é o caso de engenheiros, arquitetos e urbanistas.

São muitas as variáveis que interferem no orçamento: técnicas utilizadas, materiais escolhidos e custo da mão de obra na região, entre outros. 

Variáveis como a quantidade de pavimentos tornam orçamento de obra mais complexo
Variáveis como a quantidade de pavimentos tornam orçamento de obra mais complexo (Projeto: Fernando Pherpa

Basicamente, isso significa que diferentes profissionais e construtoras podem apresentar orçamentos distintos. 

Para os clientes, esse é um aspecto positivo, pois permite a concorrência em busca do menor preço e da melhor prestação possível do serviço. 

Quais são as principais vantagens de ter um orçamento de obra?

Organização e planejamento nunca são demais. E quando falamos em obra, devem ser protagonistas. Motivos não faltam para investir tempo na construção de um orçamento detalhado. 

Os principais benefícios são:

Como saber quais são os custos da obra? 

Muita gente pode pensar que o orçamento da obra consiste em ir a lojas de materiais de construção para pesquisar preços. 

No entanto, isso também envolve outros fatores, como os custos com a mão de obra e até gastos com luz e combustível.

Para colocar tudo na ponta do lápis, elencamos algumas etapas do orçamento de obra que podem ajudar.

Estimativa de custos 

Os Sindicatos da Indústria da Construção Civil (Sindicons) de cada região podem ajudar a formar essa estimativa, caso você não tenha ideia dos custos do projeto. Isso porque é comum essas entidades reunirem cotações mensais de itens da construção civil. 

Geralmente, são consideradas especificações como tipografia, quantidade de quartos, de pavimentos e diferentes padrões de acabamento. Entretanto, ficam de fora outros aspectos importantes, como terreno, fundação e paisagismo

Todos os custos devem estar previstos no orçamento de obra, incluindo paisagismo
Todos os custos devem estar previstos no orçamento de obra, incluindo paisagismo (Projeto: Sophia Romcy de Oliveira

Orçamento preliminar 

Esse é um passo posterior, que traz um pouco mais de detalhes e começa a dar corpo ao orçamento de obra. A quantidade e o tipo de material, por exemplo, entram na conta de forma mais precisa. 

Orçamento analítico 

Enfim, é a hora de listar a quantidade necessária de cada item e somar os seus custos. Esse é um trabalho minucioso, em que a experiência do profissional certamente conta a favor. Mas é possível seguir algumas dicas para acertar, como veremos nos próximos tópicos.

Como calcular seu orçamento de obra? 

Além de ser uma grande responsabilidade, fazer o orçamento da obra pode gerar diversas dúvidas até em profissionais experientes, como arquitetos e engenheiros. 

Para ajudar a entender melhor essa etapa da construção ou da reforma, listamos algumas dicas que você precisa considerar. 

1. Lembre-se de que projeto executivo e memorial descritivo são fundamentais 

Antes mesmo de começar os cálculos dos custos, você vai precisar de um projeto com todos os detalhes possíveis. 

É a partir desses desenhos, com medidas e outros pormenores, que o orçamento da obra vai se formar. 

E, claro, o memorial descritivo é tão importante quanto o projeto, porque vai trazer mais detalhes sobre os materiais que serão usados, o que faz toda a diferença.

2. Considere os custos diretos e indiretos 

É importante compreender que, em uma obra, há custos diretos e indiretos. E todos devem estar no orçamento. 

Entre os custos diretos estão o quantitativo de estruturas e os materiais que serão usados nela, como canos, fios, revestimentos de piso e parede, louças, metais etc.

Escolha de materiais interfere no orçamento de obra. Usar porcelanato que reproduz madeira é uma solução sustentável e econômica
Escolha de materiais interfere no orçamento de obra. Usar porcelanato que reproduz madeira é uma solução sustentável e econômica (Projeto: Luceia Maria Molena Ambrozio

Quanto aos custos indiretos, podem ser mais difíceis de calcular, mas também precisam entrar no orçamento. 

Por exemplo, as contas de consumo de água, eletricidade e telefone, salários, contratações de terceiros, seguros, equipamentos etc.

3. Analise a curva ABC 

No orçamento de obra, há itens que pesam mais na conta. E são eles que precisam de muita atenção, para pesquisar e negociar o menor preço. 

Nesse sentido, a curva ABC tende a ser uma grande aliada, pois classifica os insumos em ordem decrescente e, assim, facilita a análise. 

Os itens podem ser classificados da seguinte forma:

Custos mais elevados representam oportunidades de negociação para otimizar o orçamento de obra
Custos mais elevados representam oportunidades de negociação para otimizar o orçamento de obra (Foto: Pedro Miranda

4. Inclua na conta impostos e taxas 

Além dos custos indiretos já citados, é preciso lembrar de impostos e taxas que podem surgir durante a obra. 

Os encargos sociais já costumam ser considerados com o salário ou o custo de contratações. No entanto, taxas de licenciamento e relacionadas a burocracias podem ser aplicadas.

Geralmente, esse cálculo é feito no fim, pois varia de acordo com outros custos e características da obra. 

5. Não se esqueça do lucro 

Denominada cálculo de Bonificação e Despesas Indiretas (BDI), essa é a etapa que prevê o lucro que o profissional almeja com o trabalho. 

Esse valor é um percentual atrelado aos impostos, taxas e custos indiretos da obra. 

É importante destacar que o BDI não deve ser fixo. O cálculo precisa considerar aspectos como o tipo de edificação, o valor final da obra e o tempo de construção, por exemplo. 

6. Estabeleça um cronograma de projeto 

Conhecer cada item do orçamento da obra é muito importante, porque evita que algum seja esquecido ou subestimado. 

Quando se tem domínio do assunto, também é mais fácil apresentar o projeto ao cliente. 

No entanto, quando os custos estão separados por fases, é mais fácil vender suas ideias e, claro, executar com organização. Por isso, é importante ter um cronograma de projeto

Cronograma ajuda a entender gastos em cada fase do projeto
Cronograma ajuda a entender gastos em cada fase do projeto (Foto: Nadeena Granville).

O orçamento de obra certamente vai ajudar não só no controle de custos, mas também na negociação de preços e até no aumento dos lucros com a construção. 

Que tal planejar uma obra mais sustentável do início ao fim? Assim, você reduz os impactos ao meio ambiente e pode gerar economia no uso da edificação. Conheça o conceito de permacultura e aprenda a aplicá-lo na arquitetura! 

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