Museu Nacional de Belas Artes: lar do patrimônio artístico do Brasil
O Museu Nacional de Belas Artes é um dos mais importantes e antigos do país, concentrando o maior acervo de obras de arte do século XIX.
Localizada no centro histórico do Rio de Janeiro, a construção que hoje abriga a instituição é tombada como patrimônio histórico desde 1973.
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Qual é a história do Museu Nacional de Belas Artes?
Oficialmente, a história do Museu Nacional de Belas Artes tem início apenas em 19 de agosto de 1938, quando ele foi inaugurado (ou em 13 de janeiro de 1937, quando foi criado).
Contudo, sua trajetória não oficial remonta há muito mais tempo, com a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, em 1808.
Primeiras décadas
Nessa época, Dom João VI trouxe da Europa um conjunto de obras de arte. Algumas delas permaneceram no Brasil mesmo após seu retorno a Portugal, sendo elas o início da coleção.
Muito interessado em arte, o rei fundou no país a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios. Sob o comando de Dom Pedro I, ela passou a se chamar Academia Imperial de Belas Artes. Nessa época, foi formada uma significativa pinacoteca e uma gliptoteca.
Com a instituição da república no Brasil, novamente houve mudança no nome, dessa vez passando a ser conhecida como Escola Nacional de Belas Artes. Já no período republicano, ela ganha nova sede, construída na Avenida Rio Branco, durante a reforma urbana realizada pelo prefeito Pereira Passos.
Nova sede
O responsável pela concepção do prédio foi o arquiteto espanhol Adolfo Morales de Los Rios, inspirado no Museu do Louvre, em Paris.
Contudo, o projeto inicial passou por modificações e acabou se tornando uma construção em estilo eclético, com marcas das renascenças francesa e italiana na sua fachada, além do neoclassicismo.
Em 1908, o edifício foi aberto ao público com as primeiras exposições, além dos ambientes para as aulas práticas e para a administração.
Em 1931, a Escola Nacional das Belas Artes deixa de ser uma instituição independente e é incorporada à Universidade do Rio de Janeiro.
Somente em 1937 o então ministro Gustavo Capanema cria, oficialmente, o Museu Nacional de Belas Artes.
Antes da abertura ao público, algumas mudanças aconteceram: o prédio manteve as coleções da Escola Nacional de Belas Artes e o setor administrativo, mas os cursos foram, progressivamente, transferidos para outros locais.
Em 24 de maio de 1973, o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) e, desde 2003, abriga em sua totalidade o museu.
Restauração completa
Em 2019, a sede da instituição começou a passar por obras de restauração completa, com um investimento de mais de R$ 15 milhões destinado a:
- aprimoramento dos equipamentos de segurança (especialmente os de prevenção a incêndios);
- modificações no sistema de ar condicionado;
- reparos nas fachadas e cúpulas;
- instalação de pára-raios.
O incêndio do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 2018, foi um dos principais sinais de alerta para a restauração.
Como é o acervo do Museu Nacional de Belas Artes?
Hoje, o Museu Nacional de Belas Artes é a instituição que possui a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século XIX, com cerca de 100 mil itens, entre pinturas, gravuras, desenhos, esculturas, objetos, documentos e livros.
O bicentenário acervo se originou de três conjuntos distintos de obras:
- as pinturas trazidas por Joaquim Lebreton, chefe da Missão Artística Francesa, que chegou ao Rio de Janeiro em 1816;
- os trabalhos pertencentes ou produzidos no Brasil pelos membros da Missão, entre os quais se destacam Nicolas-Antoine Taunay, Jean-Baptiste Debret, Grandjean de Montigny, Charles Pradier e os irmãos Ferrez;
- as peças da coleção de Dom João VI, deixadas por ele no Brasil quando retornou para Portugal, em 1821.
Assim, ao percorrer a área de 17 mil m² do museu, o visitante pode vislumbrar, como em poucos espaços culturais do país, a história das artes plásticas brasileiras, desde os primórdios até a contemporaneidade.
Algumas exposições de longa duração abrigadas pela instituição são as que listaremos a seguir.
Galeria de Arte Brasileira Moderna e Contemporânea
Galeria da arte nacional do século XX e dos dias atuais, em mais de 1800 m² de área, preenchidos por cerca de 170 obras do acervo do museu em caráter permanente.
Lá, estão expostos alguns dos nomes mais expressivos da nossa produção artística moderna e contemporânea, incluindo as doações recentes recebidas pela instituição.
O espaço, dividido em dois andares, abriga pinturas, esculturas, gravuras, desenhos e instalações. No primeiro, encontram-se as obras do início até o final do século XX. No segundo, estão os trabalhos produzidos a partir da década de 1980 até a atualidade.
Alguns dos ícones expostos nesta galeria são Carlos Oswald, Goeldi, Lasar Segall, Di Cavalcanti, Zélia Salgado, Portinari, Fayga Ostrower, Pancetti, Abraham Palatnik, Vanda Pimentel, Daniel Senise, Gonçalo Ivo, Rubem Ludolf, Manfredo Souzaneto e Tomie Ohtake, entre muitos outros.
Galeria de Arte Brasileira do século XIX
Essa é, provavelmente, a maior galeria de arte do país, concentrando em um só espaço os mais significativos autores de obras produzidas no século XIX no Brasil.
Também é a galeria permanente mais antiga do Rio de Janeiro.
Em 2 mil m² são expostos 230 trabalhos, entre pinturas, esculturas, arte sobre papel, mobiliário e muitos outros.
Alguns dos destaques desta galeria são:
- Batalha dos Guararapes e Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles;
- Lagoa Rodrigo de Freitas, de Nicola Antonio Fachhinetti;
- Descanso Modelo, de Almeida Júnior;
- Batalha do Avaí, de Pedro Américo;
- Más Notícias, de Rodolfo Amoedo;
- Gioventu, de Eliseu Visconti.
Também estão presentes as esculturas Cristo e a Mulher Adúltera (Rodolfo Bernardelli), O Rio Paraíba do Sul (Almeida Reis) e Alegoria do Império Brasileiro (Chaves Pinheiro).
Galeria de Moldagens I e II
A Galeria de Moldagens é um dos cartões-postais do Museu Nacional de Belas Artes, com mais de 150 obras em gesso.
É uma magnífica coleção constituída de peças moldadas sobre originais do período helenístico, romano e greco-clássico (Era de Ouro).
A maioria das obras expostas foi realizada entre o início do século XIX até 1928, especialmente entre 1860 e 1875, na França.
Parte da coleção foi adquirida para o estudo de desenho realizado na Academia Imperial de Belas Artes e, depois, na Escola Nacional de Belas Artes.
Como visitar o Museu Nacional de Belas Artes?
Depois desse passeio pela história e o acervo do Museu Nacional de Belas Artes, deseja conhecer por si mesmo o nosso patrimônio cultural? A única forma de fazer isso, atualmente, é pelo tour virtual.
A instituição se encontra temporariamente fechada, devido às obras e também à pandemia. A previsão de reabertura é para o segundo semestre de 2022.
Então, que tal aproveitar essa oportunidade e visitar o Museu Nacional de Belas Artes sem sair de casa? Acesse o Google Arts&Culture e aprecie a arte brasileira!
Foto de destaque: O Museu Nacional de Belas Artes é um dos mais importantes do Brasil, com um vasto acervo com pinturas, desenhos e esculturas, entre outros (Foto: Secretaria Especial da Cultura)
Há muito tenho tentado obter dados de identificação de uma pintura que vi no MNBA/RJ, se não me engano de pintor nacional do sec. XIX, com representação de um jovem leitor, com um livro de filosofia, tendo sobre o ombro um cupido espiando a leitura... Se alguém puder me ajudar a recuperação de dados sobre a obra, muito agradeceria.
Quando irá reabrir para o público novamente??