Longe da estrutura real, objetos brincam com a proporção das coisas e tornam ambientes californianos mais divertidos.
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De Alice e de loucos temos todos um pouco. Porque embora a nossa altura seja sempre constante, nosso tamanho não é. Podemos ser pequenos e grandes num mesmo dia, tal qual a personagem de Lewis Carroll.
Então, se nós somos do tamanho que enxergamos, como um dia poetizou Fernando Pessoa, por que as coisas a nossa volta não podem ter a dimensão da nossa imaginação também? A resposta vem a galope, quando designers e arquitetos aceitam o Gulliver que vive em cada um de nós e dão a móveis e objetos de decoração proporções distintas da realidade.
O resultado desta ação “libertadora” pode ser conferida nos mais diversos de Los Angeles, onde pessoas têm na sala de estar uma fita cassete gigante, repousam em lágrimas à beira da piscina, procuram abrigo em uma maçã e avistam a chegada de Malibu por uma cadeira "gigante" à beira da estrada, no Rosenthal Wine & Tasting.
Mas antes que atropelemos os fatos para fazer disso uma moda recente por aqui, o designer londrino baseado na Califórnia, Max Painter, nos lembra que “brincar” com o tamanho das coisas sempre fez parte da arte, sobretudo em Los Angeles, que sempre usou o cinema para distorcer a proporção de pessoas e objetos em obras atemporais.
Agora, quando o assunto é decoração, Painter admite que a prática se tornou mais recorrente de alguns anos para cá, quando o setor resolveu abandonar suas inúmeras regras e deixar de lado seu lado mais sério para adotar uma atmosfera mais humana e, por que não dizer, divertida.
Ainda de acordo com o designer, o uso de objetos assim, com proporções diferenciadas, pode ser benéfico para deixar ambientes mais vivos, além de dar aos visitantes algumas pistas sobre traços da personalidade ou preferências dos donos da casa.
Com ou sem o aval de profissionais da área, a opção de usar móveis que questionam o tamanho das coisas, na Califórnia, é uma boa maneira de se descolar da realidade e lembrar que a gente também tem dias de gigante.
Nesse estica-e-puxa pessoal e profissional, Painter dedicou sua curadoria particular para selecionar as peças mais interessantes que viu nos principais endereços de Los Angeles.