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Linha Athos Bulcão é criada por colaboração criativa em tributo aos seus 100 anos

A arte da azulejaria atravessou fronteiras e, de Portugal, veio se tornar tradição também no Brasil. Ao fazer um breve exercício de resgate da memória, por exemplo, é difícil visualizar uma casa por aqui que não tivesse herdado esse tipo de elemento decorativo e arquitetônico. Até surgir Athos Bulcão com a despretensiosa tarefa de criar a própria estética moderna brasileira de fazer desenhos minimalistas, geométricos e supersintéticos. É por isso que no ano em que o azulejista completaria 100 anos, a Portobello presta uma homenagem ao lançar uma linha, da nova coleção HOME & YOU, inspirada no seu trabalho.

“É importante entender quem é esse artista, pois foi ele que criou, de fato, a forma como fazemos azulejos. É a nossa maior inspiração quando vamos produzir qualquer peça desse tipo, qualquer linha de ladrilho”, ressalta Eduardo Scoz, Coordenador de Produto da empresa. Segundo ele, Athos Bulcão encarava os azulejos como uma integração da arquitetura com a arte, o que fez com que boa parte de suas obras fosse “exibida” em projetos de Portinari, Oscar Niemeyer, entre outros: “Não era um simples painel que você colocava na parede, era uma coisa só: arquitetura e obra de arte fundidas através dos trabalhos do Athos Bulcão. Cada azulejo, ele desenhava para um uso específico e, por isso, não pode ser vendido”.

Arco Simples e Arco Triplo by Ligia Medeiros

A parceria com a Fundathos, entidade criada para preservar e divulgar a obra de Athos Bulcão, surgiu da vontade de homenagear e, acima de tudo, valorizar um artista brasileiro. A partir da curadoria da própria fundação, três azulejistas discípulos dele foram escolhidos e convidados a criar a linha que leva o nome do mestre. “O Athos tem obras por todo o Brasil e no exterior, mas é sempre muito interessante a gente alcançar o público em geral. É superimportante que as pessoas tenham a chance de ver o trabalho de um homem, que já é de renome, sendo construído de uma outra forma por artistas de gerações diferentes, mas de muita qualidade”, define Valéria Cabral, Secretária Executiva da Fundathos, que completa: “Eu acho que ele teria ficado superorgulhoso desse trabalho”.

Azulejistas conferem prévia de seus produtos

Como forma de estreitar laços e mostrar um pouco do trabalho da Portobello, os três artistas visitaram a fábrica da empresa em Tijucas, Santa Catarina, e ainda bateram um papo com o Archtrends.

Assista ao vídeo de HOME & YOU:

 

Conheça um pouco mais de cada um dos azulejistas criadores da Linha Athos Bulcão abaixo:

Ligia de Medeiros

Ao ser apresentada a Athos Bulcão, em 1995, pelas mãos de um conhecido comum, Ligia tomou consciência imediata da importância daquela figura na construção de Brasília. “Como eu já vinha do Modernismo, eu elegi o azulejo como o suporte da minha arte, e o que mais me impressiona nas obras do Athos é a cor, o desenho. Ele desenhava muito bem. Eu gosto muito das cores e das combinações de cores”, comenta.

No trabalho com a Portobello, a azulejista vê a chance de Athos ter seu trabalho reconhecido fora da capital do Brasil: “Além disso, eu acho que é um resgate da azulejaria dentro da arquitetura modernista brasileira. O azulejo foi um elemento muito usado em décadas atrás e depois ficou meio esquecido, sendo aplicado apenas como revestimento de banheiro ou cozinha. Eu acho que o Athos traz o azulejo para o mundo da arte, eleva para esse patamar. Então, eu acho que essa é a grande contribuição que a nossa parceria pode dar, que é o de acompanhar essa cabeça do Athos, de elevar o azulejo para a esfera da arte”.

Paulo Humberto

Aos 19 anos, Paulo foi estudar em Brasília e notou que a cor por lá era apenas responsabilidade de Athos Bulcão. “Ele era a pessoa responsável pelos pontos de vida da cidade. Isso era meio inconsciente no começo, mas, com o tempo, eu fui vendo que isso tinha uma importância, um peso enorme para o local”, explica o discípulo, responsável por diagramar alguns catálogos e o livro sobre o artista.

Paulo conta que usou a modulação, sempre livre e aberta, na criação de seus desenhos para a Portobello, marcados por elementos sintéticos, simples e de cores básicas. “Justamente essa progressão de poucos elementos é o que te possibilita combinações infinitas. Eu espero que o público goste, e é bom saber que a gente vai poder estar na casa das pessoas, fazendo parte do dia a dia delas. Assim como os azulejos do Athos dão vida a Brasília, quem sabe os meus consigam contribuir para a vida das pessoas em suas casas?”, deseja Paulo.

Alexandre Mancini

Chancelado pela Fundathos, Alexandre garante que estudou tanto sobre Athos Bulcão, que o artista foi seu professor mesmo sem saber. As lições deixadas mudaram o destino da sua vida e o encaminharam para o trabalho da azulejaria artística. “O Athos é fundamental nesse sentido porque ele sempre foi uma grande referência. Então, o momento em que eu fui encontrá-lo pela primeira vez, ele já muito doente no hospital, foi absolutamente marcante e emocionante”, relembra Mancini.

Em suas obras, a inspiração em Athos Bulcão pode ser identificada de diferentes formas: na própria modulação aleatória, na construção de módulos através de elementos geométricos simples, no uso de cores e na combinação delas: “O legado dele é enorme e múltiplo. Todo mundo que trabalha com arte, design e arquitetura deve e precisa compreender essas lições que o Athos deixou nas cidades afora”.

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Alexandre, Paulo e Ligia posam ao lado de prévias dos produtos da Linha Athos Bulcão
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Virgula Azul Celeste e Virgula Azul Escuro by Paulo Humberto
Bello contempla obra Noventa Graus Mix by Alexandre Mancini
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