Uma planta antiga, merecendo repaginação para os novos tempos. Uma família com filhos universitários repleta de referências de decoração e, claro, expectativas. Este foi o cenário encontrado pela arquiteta Isadora Foresti na reforma do apartamento de 110 m², em Curitiba, no Paraná. Pensado para ser local de moradia de dois jovens rapazes e também ponto de descanso dos pais quando vão à capital paranaense, o projeto deu conta de unir não apenas desejos estéticos de todos os envolvidos, como também uma profunda atualização. De alvenarias, tubulações elétricas e hidráulicas até revestimentos, tudo foi trocado. “O piso original, que era bem antigo, foi nivelado e colocamos um piso vinílico por cima dele. Era a forma mais fácil, pensando no todo da reforma”, afirma Isadora.
Graduada em Arquitetura em Santa Catarina, Isadora é sócia do arquiteto Maurício Zabot, no escritório que leva seu nome. Como a obra foi realizada em Curitiba, Isadora e Maurício cuidaram do desenvolvimento e execução, enquanto Camila Motter foi a arquiteta responsável pela administração e o acompanhamento das obras de forma presencial, prestando atendimento aos clientes.
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“A primeira coisa que a gente faz é a reunião de briefing com os clientes, para entender o estilo que eles gostariam e ajudar nas respostas. Pensamos também na funcionalidade do imóvel, com o estudo de layout. Para isso, investigamos a rotina dos moradores, entendemos como será o uso do espaço no dia a dia, a fim de traduzir isso por meio de um desenho adequado”, conta a arquiteta.
O estilo dos clientes era bem peculiar: inspirações inglesa e retrô, juntas. Assim, chegaram a um consenso para a área comum. Um dos acordos, entre todos eles, era o tom de verde escolhido para a cozinha e também a área de estar. Esta, por sua vez, ganhou uma lareira ecológica, emoldurada por uma composição de revestimento cerâmico e marcenaria. A arquiteta conta que optou pelas referências naturais, como madeira, tijolo e concreto porque não saem de moda: “São elementos atemporais”, afirma.
Reformulada em relação ao projeto original, a cozinha beneficiou-se da iluminação natural vinda da área de serviço – esta, devidamente isolada por vidro translúcido, garantindo luminosidade, ventilação e privacidade ao mesmo tempo. "Antes parecia tudo um pouco enclausurado”, diz. “Na cozinha há uma releitura do estilo inglês, um pouco mais contemporâneo, com detalhes retrô bem trabalhados no mobiliário", explica a arquiteta.
A personalidade individual de cada morador foi trabalhada nos dormitórios. “Um dos filhos tem a referência bem do colorido. Gosta do contraste de cores”, conta Isadora. Uma criativa solução de pintura, aplicada nas paredes, garantiu a presença novamente do tom verde tão característico do projeto. A mesma marcenaria de Pau Ferro, presente na área comum, permanece em acabamentos, como a porta.
O revestimento do banheiro da suíte tem uma prateleira de vidro embaixo: “É cem por cento Portobello. Tem o estilo bem minimalista, ao contrário do irmão que tem o estilo bem colorido. Usamos preto, branco, cinza e trabalhamos com materiais atemporais”, explica a arquiteta.
Como toda obra tem surpresas, Isadora lembra que enfrentou dificuldades, mas que contou com a ajuda da Portobello para encontrar soluções. “Um dos imprevistos eles me ajudaram a resolver: demos a orientação técnica para a colocação do revestimento e usamos o tijolo Terracotta Lava, que tem essa proposta mais queimado propositalmente. De um dia para o outro, o pedreiro havia colocado os tijolos no lado oposto, alegando que ‘o lado correto estava queimado’. É um revestimento que tem um valor agregado maior, então tivemos de contornar essa situação. A loja providenciou um estoque de última hora e com rápida entrega. Foi uma situação que ninguém esperava, mas deu tempo de resolver tudo”, relata.
Ao falar da Portobello, Isadora relembra o início da carreira e conta porque prefere indicar a marca: “Sempre procuro oferecer a Portobello ao cliente porque é a marca que tem a melhor reprodução dos materiais: a melhor reprodução de pedra, de mármore etc. Há muitos revestimentos que seguem essa linha atemporal, o que valorizo muito. Não gosto de seguir modinhas."
Nem sempre é fácil concluir um projeto que atenda a tantas especificidades. Mas a experiência, aliada ao estudo e à determinação em resolver problemas, produz resultados positivos. “Cada projeto que surge é um desafio diferente porque as pessoas são diferentes, as tipologias dos apartamentos, casas ou estabelecimentos comerciais são diferentes. O importante é ter sempre um novo desafio. Com o passar dos anos, a gente percebe que a experiência traz mais facilidade de traduzir o cliente, de enfrentar os novos desafios de forma mais ágil e empática”, conclui.