Quando me perguntam como eu consegui meus primeiros clientes, e um certo destaque profissional em apenas dois anos de formado, sempre explico que a resposta está na forma como uso a internet. 

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A forma como se capta clientes de arquitetura mudou. Não há como afirmar que estamos nas mesmas condições de divulgação de serviço de 10-20 anos atrás, as plataformas digitais possibilitaram uma nova comunicação e, a partir dela, o surgimento de novos nomes na arquitetura, além de novos jeitos de projetar e entregar seu serviço. 

Uma profissão que antes se resolvia apenas com indicações, boca a boca e publicações em revistas especializadas acabou se democratizando digitalmente e, a partir daí, todos puderam ter seu próprio canal de comunicação direto. Mas, para conseguir esse destaque e clientes, foi e é necessário construir um método, que vou dividir aqui. 

Você não precisa de projetos reais para mostrar seu talento

A criação de um bom portfólio é o ponto de partida essencial, independentemente da existência de clientes ou projetos reais para fotografar. Um ano antes de me formar, comecei a desenvolver estudos de caso com projetos fictícios. Meu domínio em 3D foi um grande aliado, permitindo-me criar ambientes realistas que refletiam a estética e o estilo característicos do meu trabalho. Focado em interiores, dediquei-me a cozinhas, banheiros, salas e lavanderias, sempre buscando solucionar um problema comum para quem compra o primeiro apartamento: a falta de espaço.

Mesmo como estudante, comecei a publicar esses ambientes no Instagram e, com o tempo, pessoas de todo o Brasil começaram a acompanhar meu trabalho. Quando me formei, já contava com mais de dois mil seguidores nas redes sociais. Com um portfólio bem trabalhado e imagens que transmitiam a essência da minha arquitetura, fui construindo, aos poucos, uma relação de confiança com meu público, que passou a acompanhar meu trabalho diariamente.

No entanto, apenas bons renders não são suficientes para garantir que você seja a primeira escolha quando se fala em "serviço de arquitetura". Para transformar seguidores em futuros clientes, é fundamental posicionar-se como o profissional ideal para o serviço. Isso só é possível com um bom posicionamento estratégico.

Branding para aproximar e Marketing para vender

Sei que branding e marketing podem ou não estar no vocabulário da maioria dos arquitetos, mas como trabalho com internet desde meus dezesseis anos de idade, esses conceitos se tornaram não apenas parte do meu vocabulário, mas também do meu planejamento estratégico. Branding, afinal, é sobre como você constrói e comunica a identidade da sua marca, enquanto o marketing envolve as estratégias para divulgar essa identidade e atrair o público certo.

Estas habilidades vão além da simples criação de uma imagem; elas definem meu posicionamento de marca como arquiteto. Posicionar-se é encontrar e comunicar aquilo que te diferencia no mercado, e garantir que essa mensagem esteja presente em cada ponto de contato com o cliente. Trabalhar nesse ramo me possibilitou adquirir conhecimento valioso em estratégias de criação de conteúdo, mas principalmente em funil de vendas. Eu sabia que duas mil pessoas não eram dois mil clientes, mas poderiam se tornar, se eu soubesse captar a atenção de maneira eficaz.

É aqui que esses conceitos entram em ação: passei a usar meu espaço nos stories como um backstage da minha carreira, uma maneira de mostrar, de forma autêntica, quem eu sou e o que minha marca representa. Isso não apenas reforça minha identidade, mas também serve como estratégia de captação, atraindo e engajando meu público.

"O que está acontecendo hoje que pode ser interessante para meu futuro cliente ter mais confiança no que eu faço?" Esse questionamento guia o conteúdo que eu compartilho. Assim, mostro processos, entregas e o dia a dia dos projetos, transformando o que pode parecer apenas mais um dia no AutoCAD em sequências de stories que evidenciavam soluções criativas e técnicas, alinhadas ao meu posicionamento de marca como arquiteto. Enquanto isso, meu feed funciona como minha vitrine, extensão do branding, onde meu trabalho é cuidadosamente selecionado e organizado para que quem chegue, encontre uma "casa organizada", refletindo uma estratégia de marketing eficaz.

Humanização e muito afeto

Há vários tipos de posicionamento que podem ser adotados para uma marca, seja pessoal ou corporativa, mas é fundamental entender que cada tipo de público-alvo necessita de uma estratégia específica. No meu caso, escolhi um posicionamento focado na identidade e no significado, o que permitiu criar conexões mais profundas com meu público, tornando meu trabalho mais próximo e acessível.

Observar arquitetos alinhados ao meu perfil também ajuda. Um exemplo que sempre me inspirou é a Patrícia Pomerantzeff, do Doma Arquitetura. Ela conseguiu aproximar a arquitetura do público ao usar uma linguagem mais afetiva e emocional, tornando seus conteúdos mais acolhedores e se destacando como uma das grandes referências no Brasil. Isso só prova que o posicionamento claro e autêntico pode atrair e fidelizar o público de forma poderosa.

Humanizar o trabalho é essencial para a conexão. Mostrar como o produto é aplicado, explicar as etapas de projeto, compartilhar bastidores e até erros cometidos são formas de engajar e conquistar a confiança do público. Muitos clientes chegam até mim dizendo: “Te escolhi pelo seu trabalho, mas também pelo que você fala em suas redes.” Isso me mostra que, além de um portfólio robusto e entregas de qualidade, é a comunicação autêntica que realmente atrai as pessoas certas.

Nas redes sociais, cada postagem é uma chance de reforçar o que sua marca defende e de atrair o cliente ideal. Branding e marketing não são apenas termos técnicos; são as bases que sustentam uma marca forte e que criam laços reais com o público. Ao construir sua presença online, lembre-se de que cada interação é uma oportunidade de fortalecer seu posicionamento como arquiteto. O segredo para atrair e fidelizar está na comunicação clara e autêntica, que transforma seguidores em clientes satisfeitos, e projetos em parcerias duradouras.