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conceito Greenwashing
Parece verde, mas será que é mesmo? (foto: Nazli Mozaffari @ Unsplash)

Greenwashing: a mentira verde que contam por aí

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19.09.2022
A preocupação com o meio ambiente faz muita empresa praticar o greenwashing para atrair de forma enganosa o consumidor
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Se você já ouviu falar em greenwashing, é possível que tenha se perguntado por que isso existe. O fato é que essa prática é um reflexo da conscientização e da preocupação com a sustentabilidade. Cada vez mais pessoas entendem que esse não é um modismo passageiro ou uma meta pro futuro. É uma necessidade urgente para garantir a sobrevivência da humanidade e do planeta, e as práticas sustentáveis são cada vez mais cobradas pelos consumidores e pela sociedade. 

Para ouvir o artigo completo, clique no play abaixo:

Parece verde, mas será que é mesmo? (foto: Nazli Mozaffari @Unsplash)

Graças a essa mudança de consciência, tem espertinho que resolveu pegar um atalho, se aproveitar e vender produtos, projetos e serviços com uma falsa imagem verde, sem praticar de verdade o que anuncia. Então, resumindo, o greenwashing nada mais é do que uma propaganda enganosa relacionada à sustentabilidade. É uma estratégia de marketing que aplica uma maquiagem verde nas empresas ou produtos que fingem ser uma coisa que não são, como sustentáveis ou ambientalmente responsáveis.

Pra você entender em detalhes, nesse vídeo, a autora, ativista ambiental e criadora da Menos 1 Lixo, Fe Cortez, explica tudinho:  

Se a gente for pensar no greenwashing no universo da arquitetura e construção, exemplos não vão faltar. É empreendimento imobiliário derrubando vegetação nativa e dizendo que é ecológico por estar perto da natureza, paisagismo com excesso de plantas artificiais, projeto que não valoriza o ecossistema local e construção cheia de irregularidades sendo vendida como sustentável ou ecológica porque tem umas plantas no terraço. 

Uma estratégia de greenwashing muito vista por aí é a supervalorização do cumprimento da legislação. Por exemplo: um empreendimento que mantém uma porcentagem de área preservada se vende como super ecológico, sendo que essa não é nada mais do que a obrigação, já que está apenas cumprindo a norma vigente no plano diretor.

campo de golfe no terraço
Um campo de golfe no terraço de um prédio pode até ser uma ideia diferente, mas não tem nada de ecológica (foto: Phil Desforges @Unsplash)

O assunto é tão sério que até o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) e o Conar, órgão que regula a publicidade no Brasil, tiveram que entrar na conversa. Em 2019, foi publicado um estudo avaliando produtos em cinco grandes redes de supermercados, que identificou a prática de greenwashing em 47% deles. 

Para ajudar os consumidores e barrar essas irregularidades, o Conar definiu regras para combater o greenwashing na propaganda. Só que mesmo com os órgãos de fiscalização de olho, muita coisa passa pelo filtro e tá cheio de produto nada verde sendo vendido como amigo do meio ambiente por aí. O Idec criou uma página específica que tem um guia para ajudar os consumidores a não caírem nessas ciladas pintadas de verde. 

Tem sete dicas que o Idec lista como importantes pra ficar de olho:

  • Falta de provas: produtos que se dizem “ambientalmente corretos”, mas não especificam o que e como isso é praticado;
  • Troca oculta: quando uma questão ambiental é enfatizada em detrimento de outras preocupações potencialmente mais sérias;
  • Vagueza e imprecisão: uso de expressões amplas e termos vagos como “sustentável” e “amigo do meio ambiente” em embalagens, sem dar detalhes;
  • Irrelevância: “não contém CFC” é o exemplo mais comum. O uso da substância é proibido por lei, o que significa que o produto não é mais ambientalmente correto, já que está apenas cumprindo a lei;
  • Menor de dois males: o apelo ambiental pode ser verdadeiro, mas distrai o consumidor de impactos ambientais maiores;
  • Mentira deslavada: declarações e reivindicações que são simplesmente falsas, selos falsos e mentiras na cara dura mesmo;
  • Rótulos enganosos: quando a embalagem parece ecológica por adotar símbolos  ou cores que induzem o consumidor a associar a algo mais verde.
embalagem não ecológica
Só porque diz na embalagem, não significa que é, de fato, ecológico (foto: Brian Yurasits @Unsplash)

Uma das principais orientações é se informar e cobrar das empresas para saber se o que elas anunciam é verdadeiro. Hoje em dia há selos e certificações que ajudam o consumidor a ter essa garantia, como as que foram apresentadas aqui no blog, mais voltadas para arquitetura e construção. 

E pra trazer um exemplo de projeto verde de verdade, temos os telhados verdes que a Fe Cortez visitou em Nova York. São 13 mil metros quadrados de espaços que foram convertidos em fazendas urbanas que cultivam toneladas de alimentos orgânicos. O vídeo completo está nesse link e somos suspeitos pra falar, mas recomendamos o play!

Para finalizar esse papo, vamos relembrar a importância de se empoderar e exercer o seu direito. É preciso estar bem informado, atento e não aceitar qualquer coisa. Quem tem o poder de fazer as empresas se mexerem é quem financia elas, ou seja, os consumidores. Bora cobrar ações reais!

Por Luísa Saldanha - @saldanhitos

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