14.07.2021
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As estruturas geodésicas se destacam pela versatilidade, leveza estrutural e eficiência energética (Foto: Kyle Glenn)

Estruturas geodésicas: o que são e como utilizá-las na arquitetura?

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14.07.2021
Acesse este artigo para descobrir as possibilidades que as estruturas geodésicas oferecem para os seus projetos!
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Além de terem um design incrível, as estruturas geodésicas se destacam pelo seu caráter revolucionário. Embora existam há muito tempo, recentemente elas começaram a marcar presença em diversos projetos arquitetônicos.

Se preferir, clique no play abaixo para ouvir o artigo completo:

Isso porque não chamam atenção apenas pela dimensão estética. Com diferentes aplicações, estão entre as estruturas mais resistentes já criadas pelo homem. Portanto, são usadas no mundo inteiro, incluindo lugares remotos do planeta.

Ficou curioso para conhecer a fundo as características e utilidades das estruturas geodésicas? Então, continue a leitura!

O que são as estruturas geodésicas?

As estruturas geodésicas também chamadas de cúpulas ou domos geodésicos são compostas por uma rede de polígonos, na maioria das vezes triângulos, que formam uma esfera ou semiesfera.

Esses polígonos geralmente são feitos de barras de madeira, bambu ou aço unidas por encaixes.

É por isso que as estruturas geodésicas podem ser feitas em qualquer dimensão; basta que o tamanho das barras seja calculado com o máximo de precisão.

Por terem essa forma, elas conseguem distribuir seu peso de maneira uniforme no solo, garantindo uma leveza e resistência impressionantes.

Já em relação à cobertura, diferentes materiais podem ser utilizados, de acordo com a utilidade do espaço e o resultado que o arquiteto deseja conquistar.

No caso de uma estufa, por exemplo, que é um uso bastante comum, a cobertura deve ser feita com um material que permita a passagem de luz, como o vidro.

Quando as cúpulas geodésicas começaram a ser usadas?

Estruturas com esse formato não são novas. Povos de todos os continentes faziam e ainda fazem construções em forma de cúpula, como as ocas indígenas brasileiras ou os iglus inuítes.

Mas o visionário arquiteto e designer Richard Buckminster Fuller foi o responsável pelos primeiros estudos de uso das formas geodésicas em projetos arquitetônicos.

Em 1967, ele apresentou o projeto de domo que o tornou famoso no mundo inteiro, a “Bioesfera de Montreal”. E a escolha do nome não foi nada aleatória.

Para elaborar a obra, ele fez uma observação microscópica da estrutura dos vírus e do comportamento dos cristais do corpo humano. Então, traduziu seus fundamentos geométricos na arquitetura.

“Bioesfera de Montreal” foi a primeira cúpula geodésica de Richard Buckminster Fuller, apresentada ao mundo no pavilhão norte-americano da Exposição Mundial de 1967, em Quebec, Canadá (Foto: Cédric Thévenet)

Inspirado na natureza, o objetivo do arquiteto era desenvolver soluções de menor custo, porém eficientes e sustentáveis, para melhorar a condição humana.

O domo cumpriu bem esse papel por ter a vantagem de cobrir um amplo espaço sem precisar de colunas e usar uma quantidade muito pequena de material.

E como foram utilizadas ao longo da história?

Existem múltiplas possibilidades de uso das estruturas geodésicas. Se você pensa em adotá-las em seus projetos, vale a pena conhecer alguns dos modelos mais admirados.

Por conta de suas características, as cúpulas combinam muito bem com as construções que se baseiam em sistemas sustentáveis. A Long Island Green Dome, localizada em Nova York, nos Estados Unidos, é um ótimo exemplo disso.

Com 21 m de diâmetro, essa casa em formato de domo usa energia solar e eólica, tem árvores crescendo em seu interior e um terraço externo feito com pneus reciclados.

A Long Island Green Dome foi construída com uma estrutura de madeira e conta com janelas altas para iluminar o seu interior
A Long Island Green Dome foi construída com uma estrutura de madeira e conta com janelas altas para iluminar o seu interior (Foto: Kevin Shea)

Além dos projetos sustentáveis, os domos foram usados em vários países em construções grandiosas que se tornaram famosas.

Esse é o caso do Nagoya Dome, estádio de beisebol no Japão, considerado a maior estrutura geodésica do mundo, com 180 m de diâmetro.

Inaugurado em 1997, o Nagoya Dome é um estádio capaz de receber mais de 38 mil pessoas
Inaugurado em 1997, o Nagoya Dome é um estádio capaz de receber mais de 38 mil pessoas (Foto: Gnsin)

Outra construção conhecida mundialmente é o Spaceship Earth, uma grande atração do parque Epcot, no Walt Disney World Resort.

O nome do edifício é, na verdade, um dos famosos termos empregados por Fuller para expressar sua preocupação com o uso dos recursos limitados disponíveis no planeta.

O Spaceship Earth é o principal símbolo do Walt Disney World Resort desde a sua inauguração, em 1982
O Spaceship Earth é o principal símbolo do Walt Disney World Resort desde a sua inauguração, em 1982 (Foto: Alyssa Eakin)

Em quais tipos de projetos as estruturas geodésicas podem ser adotadas?

As cúpulas podem ter diversas utilidades e aplicações. Por conta disso, elas ganharam muita visibilidade e conquistaram pessoas no mundo inteiro, inclusive as crianças.

Isso porque as estruturas geodésicas fazem sucesso entre os pequenos ao serem usadas como brinquedos em playgrounds.

Elas também são opções excelentes para eventos. Além de terem uma beleza única, oferecem a acústica perfeita para shows, apresentações de teatro, espetáculos de dança e festivais.

Ainda é bastante comum ver os domos sendo adotados na construção de templos, centros de yoga, espaços terapêuticos ou ligados à espiritualidade. Sabia que há uma explicação que não apenas a qualidade do ambiente interno?

Mais do que especiais, as estruturas geodésicas estão intimamente conectadas à geometria sagrada. Trata-se de uma ciência antiga na qual cada forma e proporção tem significados simbólicos.

Por usarem padrões geométricos universais, elas criam um espaço altamente energético. Dessa maneira, transmitem uma sensação de aconchego, acolhimento e bem-estar.

Isso explica por que as cúpulas são tão usadas em lugares que trabalham com a regeneração do corpo e da mente.

Outro ponto interessante é que não existem limites para o tamanho dos domos. Ou seja, eles podem ser utilizados em pequenos projetos e em megaestruturas.

Sem falar na possibilidade de personalização para a construção de casas, estufas e viveiros, entre outros.

Casa em que o arquiteto Fuller morou de 1960 a 1971, em Illinois, nos Estados Unidos
Casa em que o arquiteto Fuller morou de 1960 a 1971, em Illinois, nos Estados Unidos (Foto: Communityhelper1000)

Quais são as vantagens das estruturas geodésicas?

Conheça alguns motivos pelos quais os projetos de arquitetura podem se beneficiar ao adotar essas cúpulas.

Versatilidade

Após conhecer alguns projetos feitos a partir de estruturas geodésicas, é possível entender por que a versatilidade é uma de suas vantagens.

Elas podem tanto ser usadas em construções duráveis quanto em atividades esporádicas, já que são fáceis de serem montadas e desmontadas. Nas duráveis, é possível revestir pisos com porcelanatos.

Eficiência energética

Por terem um formato esférico, as estruturas geodésicas proporcionam uma ótima climatização e circulação de ar.

A cobertura curva faz com que a temperatura não varie tanto, já que a sua área de superfície é 30% menor que a de uma estrutura retangular do mesmo tamanho.

Construção limpa e rápida

As cúpulas são relativamente fáceis de serem construídas, pois seu sistema depende, basicamente, da ligação entre as peças.

Além disso, é um processo que gera menos resíduos, em comparação com as estruturas tradicionais. Quando estão desmontadas, ocupam pouco espaço, o que também facilita o transporte.

Alta resistência

As estruturas geodésicas se destacam por serem altamente resistentes e estáveis. Isso significa que elas conseguem encarar climas extremos, com tempestades e terremotos. Portanto, quando fabricadas profissionalmente, podem durar por muitas décadas.

Estrutura geodésica usada na construção do Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, Ceará
Estrutura geodésica usada na construção do Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, Ceará (Foto: Nakinn)

Vão interno livre

Os domos geodésicos ficam apoiados no solo pelas bordas. Sendo assim, não dependem de pilares para serem sustentados.

A consequência disso é mais uma grande vantagem: não existem obstáculos internos. Dessa forma, o espaço fica totalmente livre, garantindo plena visibilidade e excelente circulação.

Captação de calor

O próprio formato faz com que essas estruturas funcionem muito bem como estufas. Afinal, independentemente de onde o sol estiver, o calor é captado com eficiência.

E, ao contarem com aberturas orientadas da forma certa, elas conseguem chegar a um equilíbrio entre temperatura e circulação de ar, evitando a proliferação de fungos e bactérias.

Baixo custo inicial

Os projetos que usam estruturas geodésicas podem ser mais baratos, pois precisam de uma menor quantidade de materiais e uma fundação simples, o que ajuda a reduzir os custos iniciais.

Por serem fáceis de montar, também não geram gastos tão altos com mão de obra.

Ótima acústica

Essas estruturas ainda têm outra vantagem, que é uma boa reverberação de som em seu interior, justamente por conta do formato esférico.

Certamente, isso explica por que elas são tão usadas como palcos para eventos teatrais e musicais pelo mundo.

Beleza única

É claro que a dimensão estética não poderia ficar de fora. Além de todas as vantagens funcionais, econômicas e ambientais, os padrões geométricos são encantadores e ajudam a criar visuais incríveis em diferentes ambientes.

Diante de tantos pontos positivos, fica fácil entender por que as estruturas geodésicas são tão admiradas pelos arquitetos. Por usarem um sistema construtivo de baixo impacto ambiental, elas conseguem unir outros propósitos a um design singular.

Você se preocupa com a sustentabilidade das suas obras? Então, descubra como fazer um descarte de entulho de forma planejada!

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