A era das grandes lojas
Uma vez assisti a uma palestra do Dr. Xavier Oliver, especialista em marketing estratégico de marcas e professor da IESE (considerada uma das melhores business schools de Barcelona), que dizia que, hoje em dia, não somos mais fiéis às marcas.
E completava: “Já parou para pensar quantas vezes você já mudou de pasta de dente? Você pode escolher a marca que oferece ‘o branco perfeito’ este mês, mas no próximo se interessa mais pela que oferece ‘bom hálito e refrescância’. E assim vamos trocando de marca, não é mesmo?”.
Mas você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com arquitetura e design?
Bom, digamos que o retail design tende a ser um tipo de marketing transformado em arquitetura. É quando as marcas apostam suas fichas para atrair clientes para dentro da loja e imergir no seu mundo, conceitos e produtos. Quando elas lutam lado a lado nas ruas comerciais para que, cada vez que você passe por elas, decida entrar — como decidiu por tal marca de pasta de dentes este mês.
Hoje em dia, tanto as marcas fast fashion quanto as de luxo apostam em lojas espetaculares, localizadas nas grandes capitais, competindo para ter os melhores espaços nas ruas e bairros comerciais — por exemplo, a Champs-Élysées em Paris, a Madison Avenue em Nova York, o Design District em Miami e Distrito de Ginza em Tokyo.
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Essas ruas contêm uma concentração de flagship stores, cada uma oferecendo e apostando na arquitetura e design mais espetacular, criando experiências diferentes para o consumidor.
Em plena era do e-commerce, as grandes lojas espetaculares têm o intuito de criar uma experiência de compra diferente para os consumidores por meio de tecnologia, design, marketing, personalização, atendimento exclusivo etc.
A venda pela internet não diminuiu o valor dos pontos de venda físicos, mas mudou um pouco sua estrutura. As grandes lojas chegaram para exaltar experiências de compra e fazer com que o cliente mergulhe de cabeça no conceito e na história da marca.
Por outro lado, grandes marcas que sempre estiveram em locais comerciais periféricos, como Ikea e Decathlon, começam a abrir pequenas lojas ou pop-up stores no centro das cidades para ficar mais perto dos clientes e oferecer um espaço conceitual.
A era é das grandes lojas. É investir em um espaço interessante para expor os produtos. É projetar a arquitetura mais espetacular para revestir um espaço. É escolher um conceito forte e contar uma história transcrita em design. É cada vez mais usar a criatividade dentro dos ambientes comerciais.
E você? Já foi atraído pelo brilho de uma dessas grandes lojas? Deixe seu comentário!