Dia do Meio Ambiente
Provavelmente você já ouviu falar no Dia do Meio Ambiente, mas você sabia que essa data surgiu de um evento que está completando 50 anos?
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Atualmente, celebramos a Semana do Meio Ambiente, que é um desdobramento do Dia do Meio Ambiente. A data foi criada para marcar na história a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também chamada de Conferência de Estocolmo, que aconteceu de 5 a 16 de junho de 1972. Esse evento é um marco no ambientalismo, porque pela primeira vez o Meio Ambiente foi o principal assunto em pauta, reunindo líderes de vários países para falar sobre a política ambiental no mundo.
A conferência realizada pela ONU - Organização das Nações Unidas também deu origem a um documento super importante: a Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano. Esse documento, que contém 26 princípios, colocou as questões ambientais no topo das preocupações internacionais e marcou o início de um diálogo entre países industrializados e em desenvolvimento. Foi graças a essa declaração que começamos a falar sobre desenvolvimento sustentável e a ligação entre o crescimento econômico e a poluição do ar, dos oceanos e o bem-estar dos seres vivos habitantes do Planeta.
Na ocasião, também foi criado o PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que podemos dizer que é a consciência ambiental dentro da ONU. Neste ano o PNUMA também está comemorando 50 anos, e o programa já foi responsável por muitos avanços ambientais durante essas cinco décadas:
Ao longo dos anos, o Dia do Meio Ambiente ganhou força e se transformou em uma semana inteira de eventos, discussões e ações de conscientização. Atualmente, são mais de 150 países participando. E não são só os políticos que estão envolvidos, não: grandes corporações, ONGs, comunidades e até celebridades identificadas com a causa ambiental fazem parte da conversa todos os anos.
Aqui no Brasil, a comemoração é oficialíssima: em 1981, o Decreto Federal 86.028 estabeleceu a Semana do Meio Ambiente, período que deve ser dedicado a atividades de conscientização e educação por todo o país. Bacana, né?
O ano de 2022 é um marco histórico em função dos 50 anos da primeira Conferência, então não é a toa que a sede e o tema são exatamente os mesmos do primeiro: o Governo da Suécia será o anfitrião do Dia do Meio Ambiente, em 5 de junho, e o tema será, novamente, “Uma Só Terra”.
A cada ano, um tema
Todos os anos, a ONU e o PNUMA escolhem um tema diferente para o Dia do Meio Ambiente. Normalmente, são abordados os assuntos mais urgentes do momento, aqueles que precisam de atenção e ação imediata.
Nos últimos anos, por exemplo, os temas foram os seguintes:
- em 2018, a poluição plástica;
- em 2019, a poluição do ar;
- em 2020, a biodiversidade;
- em, 2021, a restauração de ecossistemas.
Se você ficou curioso e quer saber mais, nesse link tem todos os temas e países que sediaram o evento, desde o primeiro. Vale a pesquisa pra ficar por dentro de todos os debates que já foram relevantes ao longo da história.
As escolhas dos temas do Dia do Meio Ambiente são ligadas aos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, também conhecidos como Agenda 2030 da ONU. Se você não tá por dentro dessa agenda, a dica é conferir esse vídeo onde a Fe Cortez explica tudo:
Qual a importância de celebrar o Dia do Meio Ambiente?
Parece loucura pensar que lá na década de 70 já existia a preocupação com as mudanças climáticas, e mesmo assim ainda não conseguimos resolver esse problema. O Dia do Meio Ambiente é importante porque é um momento de parar tudo, sentar e falar sobre o futuro do Planeta, tema cada vez mais sério, e unir esforços coletivos pra mudar o jeito que a humanidade trata as questões ambientais.
Graças a eventos como o Dia do Meio Ambiente, vários princípios e diretrizes já foram estabelecidos pra orientar a política ambiental e fazer com que o mundo consiga discutir as pautas ambientais de uma maneira mais organizada e de forma coletiva, apesar das várias diferenças políticas, culturais e sociais.
Também é importante que eventos como este sigam acontecendo, porque a cada ano a ciência avança e conseguimos ter mais conhecimento e discutir novas maneiras de resolver a crise climática que estamos enfrentando. Como disse Inger Andersen, Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Secretária-Geral Adjunta das Nações Unidas:
Hoje, em alguns aspectos, não somos tão diferentes daqueles de 1972. Estamos disseminando mensagens sobre os vínculos entre desenvolvimento, pobreza, bem-estar humano e cuidados com o planeta. Mas há uma grande diferença: sabemos muito mais agora do que sabíamos na época.”
Os impactos das mudanças climáticas já estão acontecendo, e mesmo que ainda tenha gente que não acredite ou que ache que é coisa muito distante, eles estão debaixo do nosso nariz. No documentário “O Amanhã é hoje - o drama de brasileiros impactados pelas mudanças climáticas”, fica claro como a crise climática já alcançou os brasileiros, estejam na cidade, no campo ou na floresta.
Se você quer aprender um pouco mais sobre as mudanças climáticas e ficar por dentro do que são e os seus impactos, há vários documentários bacanas para assistir. Nossa dica é maratonar “Seremos História?” e “David Attenborough e Nosso Planeta”. Ambos ajudam a entender a realidade, mas também alimentam a esperança de que tem jeito de reverter isso, sim!
Estamos na década da restauração
Dizem por aí que 2022 tem potencial para ser um ano emblemático em relação às questões ambientais. De acordo com o mais recente relatório do IPCC - Painel Intergovernamental para a Mudança de Clima, pra evitar que a catástrofe climática aconteça, o mundo deve limitar a alta na temperatura para um patamar abaixo de 1,5° C ainda nos próximos anos. Isso significa que precisamos de grandes transformações na produção de energia, na indústria, nos transportes e nos nossos padrões de consumo, e isso envolve cada um de nós.
Em 2021, entramos na Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas. Essa é mais uma ação da ONU visando inspirar governos, setor privado, sociedade civil, agricultores, comunidades locais e indivíduos no mundo todo pra colaborar na regeneração do nosso planeta.
Por falar nisso, vale assistir o documentário “Solo Fértil”, que destaca as práticas de agricultura regenerativa como forma de restaurar o planeta.
A Década da Restauração é um chamado pra curar o nosso planeta e a campanha #UmaSóTerra, do Dia Mundial do Meio Ambiente 2022, convoca a ação coletiva pra proteger e restaurar a nossa casa.
A transformação deve acontecer em escala global, envolvendo governos, empresas e sociedade civil. É importante lembrar nesse momento que as ações individuais fazem sim diferença e é fundamental que cada um faça a sua parte. A potência do coletivo só ganha força quando todos estamos engajados.
Que tal aproveitar o Dia do Meio Ambiente pra se informar e se engajar na luta por um Planeta mais saudável para nós e para as gerações futuras? Vamos juntos!
Autor: Luísa Saldanha - @saldanhitos