Cidades caminháveis: uma nova abordagem urbanística
Andar a pé: esse simples ato traz consigo o conceito das cidades caminháveis, um modelo planejado para todos viverem melhor nos espaços públicos e privados. Dentro da definição, quanto mais você caminha em uma mesma localidade, maior é a sua qualidade de vida. Ficou curioso? Descubra essa tendência global.
Se você vive em Istambul, São Paulo ou Rio de Janeiro, haja pernas e sola de sapato. O porquê da afirmação? Segundo o relatório Cities Alive – Towards a Walking World, da empresa de engenharia Arup, elas aparecem em, respectivamente, 1º, 8º e 12º lugares, com as maiores taxas de viagens feitas a pé no mundo.
Quer saber como é o conceito de cidades caminháveis na prática e quais são os benefícios de se viver nesses espaços? Descubra neste post!
O que é o conceito de cidades caminháveis?
Cidades caminháveis é um termo que deriva da pesquisa e do livro homônimo do arquiteto e urbanista norte-americano Jeff Speck. A obra mostra dados detalhados e insights sobre os impactos dessa abordagem urbanística, que coloca a “caminhabilidade” em primeiro plano.
O conceito se baseia em maior mobilidade urbana, principalmente focando o caminhar, ao enxergar como esse simples ato provoca mudanças significativas na economia e organização dos espaços públicos e privados.
Ou seja, as cidades caminháveis abordam intervenções em vários sentidos, para tornar cenários urbanos mais transitáveis, principalmente por pedestres.
Calçadas mais largas, ruas bem pavimentadas, arborização em massa, semáforos inteligentes. Toda alteração que beneficia a boa e velha caminhada, do trajeto mais curto ao longo, é válida nesse conceito.
Qual é a importância de aplicar esse conceito nas cidades?
Nas grandes cidades, é urgente usar o conceito de “caminhabilidade”. Os espaços estão cada vez menos transitáveis e “empurram” pedestres para a rua, aumentando riscos de acidentes e diminuindo a qualidade de vida.
Esses resultados são, em parte, de longos anos de uma cultura que privilegia mais os automóveis e menos as pessoas. Nesse sentido, na guerra da máquina contra o ser humano, a primeira está sempre na frente, tomando cada vez mais o espaço que deveria ser utilizado pelo segundo.
Além dessa cultura, há mais motivos que tornam as cidades menos caminháveis. A aceleração da densidade demográfica e a falta de um planejamento que acompanhe esse ritmo populacional fazem com que os espaços urbanos se tornem um caos.
Quais são os benefícios das cidades caminháveis?
De acordo com um estudo da empresa de consultoria Mercer, as cidades caminháveis são as que ocupam as melhores posições no ranking de lugares com maior qualidade de vida no mundo. Entre os locais que já colhem os frutos do conceito na prática são Copenhague, Vancouver e Viena.
Confira os benefícios das cidades caminháveis:
- proporciona mais saúde e bem-estar: redução de CO², que diminui o risco de doenças respiratórias. Caminhadas diminuem níveis de colesterol, evitam a diabetes, melhoram a circulação sanguínea e reduzem a ansiedade;
- aumenta a acessibilidade: há mais espaços para pedestres, deficientes físicos, idosos, crianças, obesos e pessoas com demais condições;
- movimenta a economia local: com mais pessoas transitando, o comércio cresce, há geração de empregos e a renda per capita aumenta;
- entrega mais qualidade de vida: maior economia local, melhores espaços para andar, mais arborização;
- evita acidentes com pedestres: calçadas projetadas para as pessoas caminharem;
- gera mais segurança: mais pessoas nas ruas diminui o medo de caminhar;
- melhora o trânsito: menos carros e mais pessoas e bicicletas.
As cidades caminháveis são uma realidade necessária. Sejam os espaços urbanos com altas ou baixas concentrações de pessoas, os benefícios desta intervenção vão em todos os sentidos. Só falta expandir cada vez mais, com bons projetos urbanísticos.
Concorda que as cidades e os espaços devem ser feitos para as pessoas? Saiba mais no artigo Ainda somos humanos: é isso que vai continuar construindo nosso futuro!