A ideia do projeto da casa orgânica assinado por Javier Senosiain foi concebida para se assemelhar a uma casca de amendoim, basicamente dois amplos espaços ovais, com muita luz, conectados por uma passagem baixa estreita e mal iluminada.
A proposta partia das funções elementares exigidas pelo homem: um lugar para morar e conviver com outras pessoas, que incluiria uma sala de estar, sala de jantar e cozinha, e outro local para dormir, com closet e banheiro.
O conceito original se materializa em dois grandes espaços: diurno e noturno.
A casa foi pensada com o desejo de que o indivíduo sentisse estar em um ambiente no subsolo ao entrar, com a consciência do quão singular era o espaço, sem perder a integração do interior com a paisagem verde e natural do lado externo.
Terminado o estudo topográfico, foi dada atenção especial à localização das árvores para que não precisassem ser movidas ou retiradas totalmente para dar lugar à estrutura. Foram criados vários modelos em argila, um dedicado à análise e desenho das formas, volumes e espaços exteriores e o outro ao planeamento dos espaços internos.
Ambos os modelos foram desenvolvidos ao longo de todo o projeto com o interesse e a intensidade de uma escultura importante.
As primeiras linhas desenhadas foram feitas de forma que se curvassem e se movessem à vontade, a parede sinuosa traz um processo lúdico ao projeto, sempre buscando uma orientação para o sul e contornando as árvores existentes.
O material escolhido é muito parecido com a argila modelar que foi utilizada para a criação das miniaturas. Após uma breve investigação, não havia dúvidas: o ferrocimento - resistente, flexível e muito elástico - era a resposta certa e maleável suficiente para a criação.
Este material, que tem origem no concreto armado e foi esquecido por muito tempo, prometia constituir uma escultura monolítica.
Terminada a estrutura da construção da casa, foi iniciado o processo de jardinagem – outro ponto alto do projeto. A ideia era que a casa fosse coberta com um jardim, aonde passear por ele seria andar pelo telhado da própria casa sem nem perceber.
As casas semi-enterradas, assim como a temperatura do nosso corpo, permanecem estáveis apesar das mudanças no clima lá fora. O solo atua como a pele - um moderador que controla as variações de temperatura evitando os efeitos de resfriamento e aquecimento do clima externo decorrentes de mudanças rápidas ou imediatas de temperatura interna.
As temperaturas dentro e fora são totalmente opostas.
Ao contrário do que se possa pensar, o projeto da casa semi-enterrada acabou sendo mais ensolarado e cheio de luz do que uma casa convencional porque as janelas podem ser colocadas em qualquer lugar e as cúpulas permitem a entrada de luz e do sol vindo de cima.
Já a ventilação é facilitada pela forma aerodinâmica da habitação, que permite a livre circulação do ar.
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