Recém-inaugurado na cidade de Roterdã, o Boijmans Depot é um edifício com um uso e programa único: um depósito de arte acessível ao público.
Projetado pelo renomado escritório de arquitetura holandês MVRDV, o edifício em forma de tigela com 39,5 metros de altura, chama a atenção com sua fachada espelhada que por refletir o seu entorno, quase que desaparece.
O famoso museu Boijmans Van Beuningen, localizado no centro da cidade de Roterdã, está atualmente passando por uma grande reforma de restauro e extensão que se iniciou por volta de Junho de 2019.
O museu, que completará 83 anos de existência, teve que ser fechado por volta de Dezembro de 2018 e a duração de sua reforma está prevista para aproximadamente sete anos.
Consequentemente, todas as obras que habitavam esse museu incrível deveriam ser guardadas em algum depósito durante o tempo da reforma ou transferidos a outros museus.
Os arquitetos do escritório MVRDV tiveram a genial ideia de projetarem um edifício que, além de abrigar essas obras temporariamente, também pudessem exibi-las ao público. São mais de 151 mil obras de arte que tiveram de ser realocadas!
Seu formato, apesar de polêmico, significa que seu footprint (superfície que toca o nível do solo) é relativamente pequeno, são 40 metros de diâmetro, liberando espaço para as rotas que conectam o edifício com o Museumpark - parque no centro da cidade onde estão localizados alguns dos principais museus.
Já na cobertura, são 60 metros de diâmetro, um espaço mais amplo que abriga o restaurante Renilde e um rooftop verde com mais de 75 árvores, que também possui uma vista 360 graus da cidade de Roterdã.
A intenção do projeto era devolver ao Museumpark alguns dos metros quadrados de árvores e parques, que foram retirados no nível térreo na cobertura. Esse detalhe entra em um dos pontos de sustentabilidade do projeto.
Os outros detalhes do projeto que também permeiam o tema da sustentabilidade são: uso de placas solares, bom isolamento térmico, reuso de água da chuva, instalações de aquecimento e resfriamento de ar.
O interior do edifício é igualmente impressionante, por ser todo projetado em vidro. Assim que entramos no edifício, já podemos ver de perto por onde as obras são descarregadas e guardadas.
Na zona central, encontra-se um átrio onde passarelas e escadarias se cruzam, dando acesso aos andares do edifício e às diversas salas.
O edifício possui sete andares, quatro estúdios de restauração, cinco salas climatizadas e 13 vitrines onde parte das obras estão expostas.
É possível agendar previamente um horário de visita na qual podemos conferir de perto algumas obras de artistas como: Salvador Dalí, Yayoi Kusama, Gerrit Rietvelt, Charley Toorop, Joan Miró, dentre outros.
Durante a nossa visita, tivemos a oportunidade de ver de perto algumas obras renomadas como a 'Infinity Mirror Room' de Yayoi Kusama, sendo restaurada. Incrível não é mesmo?
Como alguns dos expositores/vitrines estão localizados no corredor do átrio, podemos também ver a parte detrás de alguns quadros, muito interessante!
Uma experiência única poder visitar o primeiro depósito de arte pública do mundo! O que acharam desse projeto? Compartilhem conosco a sua opinião!