Bjarke Ingels: conheça a nova cara da arquitetura contemporânea
Criatividade, irreverência, ousadia, polêmicas… são inúmeras as habilidades e os adjetivos que podem ser destinados a Bjarke Ingels. O dinamarquês foi taxado pela revista Rolling Stone como "o arquiteto mais desejado do mundo" e, a cada obra, revoluciona a arquitetura contemporânea e torna possível aquilo que antes era impensável. Mas de onde vem tanta inspiração?
A vida de Bjarke Ingels
Nascido em Copenhague, na Dinamarca, Bjarke Bundgaard Ingels começou a estudar arquitetura na Royal Academy, na própria cidade natal. Mais tarde, cursou a Escuela Técnica Superior de Arquitectura, em Barcelona.
Profissionalmente, começou trabalhando na Holanda com Rem Koolhaas, um dos arquitetos mais controversos do mundo. Pouco tempo depois, voltou para casa e criou o estúdio Plot, que lhe rendeu um Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza em 2004. O prêmio era pelo projeto de uma sala de música na Noruega.
Em 2006, Bjarke fundou o escritório BIG (Bjarke Ingels Group) que tem como proposta principal fazer com que as pessoas, literalmente, pensem grande. Desde então, o arquiteto vem realizando projetos grandiosos em todo o mundo.
Logo de início, duas obras causaram furor no mercado da arquitetura. O conjunto de apartamentos chamado The Mountain e o 8-House, na Dinamarca, foram o cartão definitivo de apresentação de Ingels ao planeta. As duas construções são conjuntos de apartamentos residenciais. Ambas têm um visual futurista, que fogem bastante da arquitetura tradicional de Copenhague.
A sustentabilidade é uma marca registrada de Bjarke Ingels, todas as suas obras trazem inovações e tecnologias pensadas para a manutenção e garantia de um futuro mais próspero para as próximas gerações. O The Mountain e o Edifício 8 traduzem isso com perfeição.
As obras de Bjarke Ingels
Ao longo do tempo, Ingels expandiu seus horizontes e áreas de atuação e começou a desenvolver seus projetos nos quatro cantos do mundo. A sua mistura de arte, arquitetura, urbanismo e natureza conquistou magnatas, grandes empresas e órgãos públicos em diferentes países. Veja abaixo algumas obras notáveis:
- Island Brygge Harbour Bath;
- VM Houses;
- Mountain Dwellings;
- Museu Marítimo Dinamarquês;
- 8-House;
- Superkilen;
- 2 World Trade Center;
- Ilha Zira;
- Amager Bakke;
- Lego House;
- Europa City;
- Campus do Google em North Bayshore;
- Salão do Colégio Gammel Hellerup;
- Torres HFZ.
Todos esses projetos e construções pensados e planejados por Ingels e seu grupo têm em sua essência o propósito do "think big". É pensando grande que o dinamarquês une um caráter de preocupação social a elementos de entretenimento e preservação do meio ambiente. A felicidade dos usuários é posta em primeiro plano em qualquer trabalho do Grupo BIG.
Segundo Bjarke Ingels, a sustentabilidade não deve ser um limitador da qualidade de vida, mas sim um fator que potencializa e faz parte do dia a dia e das rotinas das pessoas. A diversão está sempre embutida em qualquer ideia que saia da cabeça do arquiteto.
Seus princípios e valores sobre o papel da arquitetura na sociedade são bem claros. Trata-se de uma combinação do que queremos viver e aproveitar em nossas vidas com o processo de manifestação dessas vontades em forma de obras, construções e estruturas físicas. É uma ideia que apoia a criação e a sustentação de um mundo no qual de fato gostaríamos de viver.
Segundo as palavras dele:
“Nosso mundo poderia ser muito mais confortável, ecológico e agradável do que ele é; nossas cidades poderiam ser mais adequadas à vida humana, mais adaptáveis ao clima de onde se localizam. A razão de não serem é a existência de interesses despreocupados com o bem comum e que não investem em criar o melhor mundo possível. Afirmando que estes interesses formam uma aliança perversa e sistematicamente eliminam os protagonistas da arquitetura, talvez seja possível ampliar o interesse nos desafios enfrentados pelos arquitetos. Nada como uma boa e velha teoria de conspiração para conseguir a atenção das pessoas; arquitetos reclamando não são exatamente um best-seller.”
Bjarke Ingels no Brasil
O dinamarquês já pisou em solo brasileiro algumas vezes. No início dos anos 2000, veio pela curiosidade de conhecer a história e a tradição arquitetônica local. Ele conheceu projetos de nomes grandiosos como Oscar Niemeyer, Paulo Mendes Rocha, Affonso Reidy, Vilanova Artigas e Lina Bo Bardi e visitou as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, passando também pela Ilha Grande, no estado do RJ.
A visita rendeu muito mais do que ideias e inspirações para novos projetos. Juntamente ao escritório Eduardo Mondolfo Arquitetos e com o grupo BIG, Ingels fez parte do projeto para o Concurso Porto Olímpico do Rio de Janeiro.
Em 2010, ele voltou ao Brasil para participar de palestras e algumas rodadas de negócio. Tais eventos abriram ainda mais as portas para que os seus projetos inovadores também façam parte dos horizontes e cotidiano das cidades brasileiras.
Segundo Bjarke, a arquitetura tupiniquim pode ser descrita pelo termo "modernismo hedonista", porque o estilo arquitetônico é realmente modernista, mas traz consigo uma expressividade, imaginação e provocação aos observadores mais críticos.
Trata-se de um modernismo alegre, variado, que representa muito bem toda a diversidade, a miscigenação, as cores, as formas e a mistura de culturas que compõem o Brasil.
Bjarke Ingels é o arquiteto certo, no lugar certo, no momento certo. Ele traduz tudo o que o mundo precisa em um simples projeto ou em uma simples obra. Diversão e entretenimento, futurismo e sustentabilidade, diversidade e sociabilidade são conceitos que saem do papel e são aplicados em cada metro quadrado construído. O arquiteto quebra tradições, rompe paradigmas e move montanhas em benefício do bem-estar social.
Ele é a prova de que a arquitetura vai muito além de desenhos e projetos, de que o impossível é questionável e de que o mundo pode ser, finalmente, um bom lugar para morar.
E então, concorda com o estilo e pensa que Bjarke Ingels representa o futuro da arquitetura mundial? Deixe os seus comentários abaixo, queremos saber o que você pensa sobre o dinamarquês e as suas ideias!