Uma biblioteca para o presente e o futuro
O projeto da nova biblioteca pública de Oslo, Noruega, começou em 2009, quando os escritórios Atelier Oslo e Lund Hagem venceram um concurso internacional de arquitetura. Mas, somente uma década depois, a Deichman Bjørvika, conhecida pelos noruegueses como a biblioteca do futuro, foi aberta ao público. Localizada entre a Estação Central e a Ópera de Oslo, a nova construção é uma extensão da tradicional biblioteca da cidade, que soma 235 anos.
Para o projeto, os arquitetos levaram em consideração o que pediram os funcionários do lugar. Os bibliotecários queriam uma arquitetura que inspirasse os visitantes a explorar todas as novas instalações e as atividades que uma biblioteca contemporânea pode oferecer. Por isso, a ideia foi criar um prédio com espaços abertos, com um desenho intrigante e que convida o público a descobrir cada canto. Ao todo, são seis andares, distribuídos em 13.500 m².
O terreno é relativamente pequeno e, para evitar uma construção de muitos pavimentos, o prédio se alonga horizontalmente e tem alguns andares em balanço. O quarto piso é um deles e se eleva a quase 20 metros acima da praça, criando também uma cobertura para a entrada da biblioteca, mas sem interferir na linha de visão da Opera de Oslo.
Além disso, os arquitetos tiveram o cuidado de criar uma conexão entre a nova construção e a paisagem urbana e para isso, projetaram uma fachada completamente transparente no andar térreo. Esse recurso também traz muita iluminação natural para o espaço interno, que conta, ainda, com três enormes claraboias no teto.
Ao entrar na nova biblioteca, os visitantes passeiam por ambientes integrados e se deparam com uma arquitetura de tirar o fôlego. Há estantes de livros por todos os lados, com cerca de 450 mil exemplares, mas sem ocupar todo o pé-direito. Assim, a entrada de luz natural fica liberada. Algumas salas fechadas foram pensadas para a realização de exposições temporárias, mas, em geral, quase não há paredes internas. Além da literatura, a nova biblioteca de Oslo oferece outras atividades. É possível assistir filmes, fazer podcasts, aprender a tocar piano, costurar um vestido e a usar as impressoras 3D, por exemplo.
A ideia original era abrir a Deichman Bjørvika ao público em março, mas com a pandemia os planos foram adiados para junho. Em pleno funcionamento atualmente e sob as regras de distanciamento social recomendadas pela OMS, a biblioteca vislumbra receber cerca de dois milhões de visitantes ao ano.
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Foto de destaque: Deichman Bjorvika LundHagem e Atelier Oslo architects (Foto: Einar_