Sabia que a Biblioteca Nacional é a instituição cultural mais antiga do Brasil? Com mais de 200 anos de história, ela é responsável pela política governamental relacionada à produção intelectual do país e por abrigar milhões de itens em seu acervo.
Por causa de sua importância, é considerada uma das principais bibliotecas nacionais do mundo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Também é a maior instituição desse tipo na América Latina.
Além de guardar uma enorme quantidade de obras, a Biblioteca Nacional faz um cuidadoso trabalho de manutenção. Para isso, possui laboratórios de restauração e conservação de papel. Ainda conta com oficina de encadernação, fotografia, digitalização e centro de microfilmagem.
Quer saber mais sobre essa valiosa instituição? Então, continue a leitura!
A história da Biblioteca Nacional
A história da Biblioteca Nacional começou lá em Lisboa, em 1755, ano em que a capital portuguesa foi atingida por um forte terremoto.
Além da destruição provocada pelo abalo, um incêndio atingiu o edifício da Real Biblioteca — também chamada de Real Livraria —, uma das principais bibliotecas da Europa na época.
Embora a perda tenha sido enorme, a sua recomposição fez parte do plano emergencial de reconstrução de Lisboa.
Assim, o rei Dom José e o ministro Marquês de Pombal organizaram no Palácio da Ajuda uma nova biblioteca com o que havia sobrado.
Esse acervo, de cerca de 60 mil peças, deveria vir junto da família real, em 1808, que fugia da invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão.
Mas essas peças encaixotadas passaram um tempo abandonadas no porto e foram trazidas para o Brasil apenas em 1810.
Então, Dom João fundou a Real Biblioteca Nacional, que recebia somente estudiosos autorizados até 1814. Só depois disso o público passou a ter o acesso liberado.
Um marco arquitetônico no centro histórico do Rio de Janeiro
O atual prédio da Biblioteca Nacional foi inaugurado em 1910, junto da abertura da antiga Avenida Central — chamada agora de Rio Branco —, que marcou as obras de modernização do Rio de Janeiro.
Na época, a arquitetura buscava transmitir os ideais de modernidade e de uma república que estava atrás de um novo estilo para seus centros urbanos.
Vários outros edifícios icônicos também foram construídos no mesmo período. O que abriga a Biblioteca Nacional foi projetado pelo arquiteto General Francisco Marcelino de Souza Aguiar.
Revela um estilo neoclássico com elementos ecléticos espalhados pela sua estrutura grandiosa. Chamou a atenção pelo encantamento causado por sua estética e pelos recursos avançados para a época.
Esse foi o caso, por exemplo, dos grandes salões, das armações de ferro e de elevadores para transportar os livros dos andares superiores para os salões de leitura.
Além disso, os pisos de vidro nas alas laterais, que abrigam livros e documentos, chamaram muita atenção.
O acervo da Biblioteca Nacional
Por abrigar cerca de 10 milhões de itens, a Biblioteca Nacional é considerada uma das principais do mundo. E esse acervo está dividido em algumas categorias.
Cartografia
A biblioteca conta com mais de 22 mil mapas manuscritos e impressos e em torno de 2500 atlas, além de inúmeras monografias e tratados cartográficos.
Iconografia
Guarda o maior patrimônio de imagens do país, com desenhos, gravuras, caricaturas, fotografias e livros ligados às artes visuais.
Além disso, inclui itens como cartazes, calendários, cartões postais, recortes de jornais e revistas, entre outros.
Manuscritos
Mais de 900 mil manuscritos fazem parte do acervo. Entre eles estão documentos originais históricos, arquivos pessoais e institucionais e obras literárias do século XI até hoje.
Música e Arquivos Sonoros
O acervo possui uma coleção de mais de 350 mil peças, entre livros, fotografias, partituras, manuscritos, programas de concerto e libretos de ópera, tudo relacionado à música. Muitos desses itens são raros e alguns foram doados por músicos.
Obras Gerais
Fazem parte da coleção de obras gerais mais de um milhão de peças, como teses, monografias e folhetos, desde o século XVIII.
Obras Raras
O acervo de obras raras conta com itens diversos de várias coleções da Biblioteca Nacional, selecionados de acordo com a preciosidade. Além de ser antiga, a obra deve ser única, para entrar em uma edição especial.
Periódicos
Por conta da Lei de Depósito Legal, a Biblioteca Nacional criou em 1922 o acervo de publicações seriadas, dedicado à curadoria, ao tratamento e à preservação de jornais, revistas e veículos diversos com circulação regular.
Obras de Referência
Por conta do decreto de 24 de julho de 1922, a Biblioteca Nacional disponibilizou para consulta seu arquivo de dicionários gerais e técnicos, bibliografias, enciclopédias, manuais e guias a pesquisadores.
Coleções
O acervo também possui coleções raras ou de grande valor histórico, adquiridas por meio de aquisições ou doações.
As visitas à Biblioteca Nacional
A Biblioteca Nacional recebe pesquisadores e visitantes em seus salões de leitura e pesquisa de segunda a sexta-feira, das 12h às 16h.
Além disso, quem tiver interesse pode participar das visitas guiadas, que acontecem às segundas, quartas e sextas-feiras, às 13h, 14h e 15h.
A instituição fica localizada no centro histórico do Rio de Janeiro. Para chegar até lá, é possível usar diferentes meios de transporte, como metrô VPT, ônibus e bicicleta — carros devem ser evitados.
Está próxima de diversos pontos turísticos da cidade, como o Theatro Municipal, o Museu de Arte Moderna, o CCBB, o Museu Nacional de Belas Artes e a Catedral Metropolitana, entre outros.
É por tudo isso que a Biblioteca Nacional é considerada o maior patrimônio bibliográfico e documental do Brasil.
Portanto, vale a pena conhecer não apenas seu acervo, como também admirar a sua grande beleza arquitetônica.
É amante de livros? Então, venha com a gente conhecer as bibliotecas mais bonitas do mundo!
Foto de destaque: Fachada do edifício da Biblioteca Nacional, localizado no centro histórico do Rio de Janeiro (Foto: Mike Peel)