Ícone do site Conteúdo Archtrends Portobello

Biblioteca Nacional da França está de volta após reforma de 10 anos

Sala Oval é um dos destaques da Biblioteca Nacional da França (Foto: JC Ballot/BnF/Oppic)

A arquitetura está em constante movimento, trazendo renovação, mas sem deixar de lado a história e a tradição. Assim acontece com a Biblioteca Nacional da França (BnF), que ao longo de mais de 300 anos passou por diferentes mudanças em seus prédios e acervo.

A mais recente reforma foi na Biblioteca Richelieu, que durou cerca de 10 anos. O objetivo era atualizar o espaço dentro dos padrões de segurança e acessibilidade do século XXI. Tudo isso garantindo a conservação da arquitetura tradicional e do acervo de grande valor histórico.

Com uma arquitetura do século XIX, o prédio foi totalmente reformado. Além de ser uma estrutura antiga, ele ocupa um quarteirão inteiro na cidade de Paris, o que dá pistas do tamanho da complexidade do projeto.

Para que a biblioteca não fosse completamente fechada durante todo o período, a obra foi dividida em duas fases. A primeira durou entre 2011 e 2016. Já a segunda foi de 2017 a 2021. Saiba mais a respeito no nosso artigo de hoje!

Conheça a Biblioteca Nacional da França

A Biblioteca Nacional da França, na verdade, reúne diferentes prédios históricos que dispõem não só de livros, mas também de manuscritos, mapas, moedas e antiguidades, entre outros materiais e coleções importantes. Os espaços ainda recebem exposições e programações culturais. 

São eles:

Detalhe da cúpula da Sala Oval da Biblioteca Richelieu, em Paris
Detalhe da cúpula da Sala Oval da Biblioteca Richelieu, em Paris (Foto: JC Ballot/OPPIC/BnF)

Para arquitetos e designers, a Biblioteca Nacional da França é parada obrigatória em uma visita a Paris. Principalmente a Biblioteca Richelieu, um prédio antigo e suntuoso, cheio de história.

Ela está entre as mais importantes do mundo, ao lado da Biblioteca François-Mitterrand. Sua origem é a Biblioteca Real, com coleções de antigos reis da França. Por isso, reúne títulos de mais de 500 anos.

A Biblioteca Nacional da França começou a ser chamada assim a partir de 1994. Seu objetivo é manter viva a memória e o patrimônio do país, de modo a garantir o acesso às futuras gerações.

Gabinete do Rei está entre espaços reformados na Biblioteca Nacional da França
Gabinete do Rei está entre espaços reformados na Biblioteca Nacional da França (Foto: JC Ballot/OPPIC/BnF)

Confira como foi a reforma da Biblioteca Nacional da França

O Richelieu, que faz parte da Biblioteca Nacional da França, já passou por diferentes reformas ao longo dos anos. Entre 1936 e 1938, por exemplo, foram construídos dois pavimentos subterrâneos na área do acervo central. Em 1959, mais cinco andares superiores foram erguidos.

Em 2011, sob o comando dos arquitetos Bruno Gaudin e Virginie Brégal, teve início mais uma grande reforma da Biblioteca Nacional da França. A intenção era modernizar questões como segurança e acessibilidade, além de restaurar e preservar a arquitetura francesa original.

Imagem em 180º da Salle Labrouste dá a dimensão de seu tamanho
Imagem em 180º da Salle Labrouste dá a dimensão de seu tamanho (Foto: BeyondDC)

Para que o prédio não ficasse fechado por muito tempo, o projeto foi dividido em duas partes. A previsão da entrega final era 2020 — mas, com a pandemia, passou para 2021.

A primeira etapa aconteceu entre 2011 e 2016. Nesse período, houve a remodelação da área que fica ao longo da Rue de Richelieu. Espaços para exposição e educativos, lojas, livraria e café ganharam atenção nessa fase.

Já entre 2017 e 2021, a outra parte da Biblioteca Nacional da França foi renovada. A área ao longo da Rue Vivienne contempla o Gabinete do Rei, um museu e uma sala oval.

Biblioteca Nacional da França ocupa todo o quarteirão e tem formato de quadrilátero
Biblioteca Nacional da França ocupa todo o quarteirão e tem formato de quadrilátero (Foto: Adelphilos)

Restaurações misturam modernidade e referências da arquitetura original

Para definir como seria a reforma da Biblioteca Nacional da França, os arquitetos responsáveis estudaram tanto a história quanto a estrutura do prédio.

Uma das atualizações foi para facilitar o trânsito de visitantes. Modernas passarelas de vidro foram instaladas na parte externa da Biblioteca Richelieu para tornar mais rápido o acesso a alguns ambientes.

Biblioteca Richelieu ganhou passarelas de vidro, escadas e elevadores com a reforma
Biblioteca Richelieu ganhou passarelas de vidro, escadas e elevadores com a reforma (Foto: JC Ballot/BnF/Oppic)

Além disso, escadas e elevadores melhoraram o acesso às coleções, de modo a tornar os espaços mais inclusivos.

Na área onde fica o acervo central, a restauração começou ao remover modificações feitas entre as décadas de 1930 e 1950. 

Essa etapa deixou à mostra a estrutura de ferro projetada pelo arquiteto Henri Labrouste, um dos primeiros a usar metal nas construções.

Assim, foi possível renovar e complementar a arquitetura do local com materiais mais modernos, como aço, alumínio e luzes de LED.

Outro ponto importante da reforma da Biblioteca Nacional da França foi a restauração da famosa Salle Labrouste. 

A icônica sala de leitura, criada por Labrouste, teve suas cores restauradas, o que deu mais vida ao ambiente.

O local tem 400 lugares em uma estrutura ampla, com pé-direito muito alto e farta iluminação natural, que vem tanto de janelas quanto de claraboias. 

Para essa fase, houve o auxílio de Jean-François Lagneau, arquiteto-chefe do Conselho Internacional de Monumentos Históricos.

Visite a Biblioteca Nacional da França

Para quem quer conferir o resultado da reforma da Biblioteca Nacional da França, é possível visitar a Biblioteca Richelieu de segunda a sábado, das 9 às 20h.

O espaço fica na Rue de Richelieu, 58, em Paris. Já os preços variam de € 5 a 50, a depender de quanto tempo você pretende passar no local.

Sala de manuscritos é outro importante espaço reformado na Biblioteca Nacional da França
Sala de manuscritos é outro importante espaço reformado na Biblioteca Nacional da França (Foto: JC Ballot/BnF)

Vale ressaltar que, por ainda estarmos em uma crise sanitária, os visitantes precisam apresentar um certificado de saúde para acessar exposições e eventos. No entanto, ele está dispensado para as visitas às salas de leitura.

Para mais informações, é possível acessar o site oficial da Biblioteca Nacional da França.

A França é, sem dúvidas, um deleite para quem gosta de arte e arquitetura. Além dos atrativos da capital, Paris, há outras atrações em cidades próximas. 

Esse é o caso da Château La Coste, um museu a céu aberto que fica no meio de uma vinícola na região sul do país. Descubra como arquitetura e vinho se complementam por lá!

Foto de destaque: Sala Oval é um dos destaques da Biblioteca Nacional da França (Foto: JC Ballot/BnF/Oppic)

Sair da versão mobile