Balenciaga: a elegância dos chapéus
Mais de oitenta peças fazem parte da primeira exposição internacional sobre os chapéus de Balenciaga. Todos eles criados entre a casa de alta costura da marca em Madri e Paris, desde o final dos anos 30 até o final dos anos 60. Ineditamente expostos no Museu de Design de Barcelona, em parceria com o Museu Cristóbal Balenciaga.
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"Os chapéus de Balenciaga fazem parte da sua moda: são cuidadosamente desenhados para complementar a linha de seus conjuntos, balancear volumes e finalizar uma silhueta com perfeição" - Jardin des Modes, 1961.
Os chapéus nasceram, em partes, para criar uma identidade pessoal, de status social e hierarquia nas sociedades. Desde antigamente são considerados tanto como um elementos de proteção, quanto de autoridade.
Ao final do século XVIII, na França, os modistas da época criaram ateliers de chapéus. Eram considerados elementos de luxo e podiam levar variados tipos de materiais e tecidos. Atualmente os chapéus ainda aparecem em desfiles de moda e cerimônias sociais.
Cristóbal Balenciaga desenhou chapéus elegantes, que abusam da criatividade e completavam os "looks". Sua exposição no Museu de Design de Barcelona mostra vários tipos e estilos de chapéus realizados pelo departamento de chapéus da Casa Balenciaga em Paris e Madri, entre os anos 1930 e 1968. Levam em conta a importância desse acessório no contexto social e cultural da época.
As clientes internacionais da marca já apreciavam a Casa Balenciaga desde 1924, quando tinha sede em San Sebastian (norte da Espanha). Depois, expandiu-se para Madri (1933) e Barcelona (1935) também. E atravessou as fronteiras instalando-se também em Paris (1937).
Era um prestígio ser cliente de Balenciaga. Alguns setores da imprensa chamavam essas clientes de "as Balenciagas". Tinham autoestima, buscavam comodidade e eram principalmente elegantes. Muitas delas pediam um "total look": desde as vestimentas até o chapéu.
Na exposição, é possível observar os diversos tipos de chapéus que foram sendo criados ao longo dos anos. Alguns deles são:
- PILLBOX: chapéu redondo com o topo rígido. Ainda muito usado pela família real Inglesa hoje em dia;
- CASQUETE: chapéu como uma coroa com a forma convexa no topo da cabeça. Geralmente sem aba e sem cobrir a cabeça totalmente. Derivado da tipologia "casco";
- PAMELA: chapéu com aba, geralmente grande, criando sombra no rosto. Feito em palha, é associado aos camponeses, porém desde o século XVIII a nobreza também incorporou esse estilo no seu guarda-roupa;
- TURBANTE: criado a partir de um tecido drapeado e envolvendo ao redor da cabeça, historicamente foi associado à Índia. Ainda que no Oriente seja considerado como um artigo masculino, no Ocidente foi de uso feminino;
- BOINA - chapéu produzido em feltro, sem nenhuma estrutura interna, de formato redondo e plano.
Balenciaga se caracteriza pela sofisticação e simplicidade das formas no design de chapéus. Os volumes puros, estilizados, criados a partir de formas simples e escultóricas fazem parte da sua história.
A exposição, além de exibir os oitenta diferentes tipos de chapéus, também mostra detalhes como: sketches do designer, a caixa de presente antiga da marca e uma infinidade de adornos, como penas e flores.
É impressionante ver através da exposição "Balenciaga, a elegância dos chapéus" a imensidão de diferentes possibilidades e adornos que é possível chegar com apenas o design de um chapéu.