Com o mercado imobiliário em alta, arquitetos e urbanistas têm a oportunidade de apostar em uma atividade que, muitas vezes, não faz parte do seu dia a dia: a avaliação de imóveis.
De acordo com a resolução 21/2012 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, esse trabalho está entre as competências desses profissionais.
O Art. 2 engloba o seguinte: “vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem”.
Algumas decisões de Justiças Estaduais e da Federal já determinaram que apenas profissionais de Arquitetura e Urbanismo ou de Engenharia Civil podem fazer avaliação de imóveis.
No entanto, outros também realizam essa atividade em diversas regiões do país. Esse é o caso de corretores de imóveis.
Se você tem interesse em atuar na avaliação de imóveis, acompanhe o nosso artigo de hoje para saber mais sobre o assunto!
Afinal, o que é a avaliação de imóveis?
O objetivo da avaliação de imóveis é a definição do valor de mercado. Essa informação é importante na hora de comprar, vender ou alugar, pois permite negociar preços de forma justa.
Dessa maneira, tanto a imobiliária quanto o proprietário e a pessoa que vai comprar ou alugar ficam satisfeitos.
Para chegar à precificação, um profissional faz a avaliação técnica da construção.
O processo envolve o conhecimento do imóvel para entender aspectos como metragem e conservação, além de características positivas e negativas como um todo.
A estrutura e o histórico também são avaliados. Outro ponto importante nesse levantamento é a localização.
Tudo isso aparece em um documento escrito, chamado Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica (PTAM). Nele vão estar registrados todos os aspectos da construção.
No entanto, essa avaliação pode ser apenas verbal, o que é mais comum. Apesar de não ficar registrada, pode ajudar a ter uma noção rápida do valor do imóvel.
Quem pode avaliar imóveis
Assim como arquitetos e urbanistas, engenheiros civis podem emitir pareceres técnicos sobre construções.
A exigência é apenas estar registrado no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) ou no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), respectivamente.
Você também já deve ter visto um corretor fazendo avaliação de imóveis. Isso é possível, mas é preciso que ele tenha cursado nível superior em Gestão Imobiliária ou especialização em Avaliação Imobiliária.
O profissional ainda tem que se inscrever no Cadastro Nacional de Avaliadores Imobiliários (CNAI).
Por que a avaliação de imóveis é uma oportunidade para arquitetos e urbanistas?
Ao contrário do que se imaginava, a pandemia aqueceu o setor imobiliário e de construção. Passar mais tempo em casa se tornou uma realidade para grande parte dos brasileiros. Com isso, muita gente investiu em reformas ou procurou espaços maiores.
No primeiro trimestre de 2021, os financiamentos imobiliários aumentaram 113%, em relação aos três primeiros meses do ano anterior. E mesmo com a elevação da taxa básica de juros (Selic) e o encarecimento dos materiais de construção, a tendência é de alta.
Já podemos ver os efeitos das projeções. Em Cuiabá, por exemplo, a venda de imóveis saltou 66,7% no segundo trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. Isso representa um movimento aproximado de R$ 1 bilhão. A alta foi puxada pelas construções usadas.
Nesse cenário, arquitetos e urbanistas têm uma boa oportunidade nas mãos: atuar na avaliação. Afinal, ao comprar ou vender uma propriedade, esse parecer é necessário não só para dizer quanto vale o imóvel, como também para analisar suas condições gerais.
Valor da avaliação pode depender do preço do imóvel
Considera entrar para esse mercado, mas não faz ideia do quanto cobrar por uma avaliação de imóvel? Basta conferir os valores de referência no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) da sua cidade.
O valor da avaliação por escrito costuma ser de, aproximadamente, 1% do preço do imóvel em questão. Mas isso pode variar de acordo com o estado da federação. Já um parecer verbal equivale a uma anuidade do Creci.
O que levar em consideração na avaliação de imóveis?
Há diferentes métodos para fazer uma avaliação de imóveis. Todos precisam considerar aspectos técnicos.
É importante se distanciar de opiniões ou subjetividades. Confira, a seguir, os elementos que costumam ser levados em consideração.
Infraestrutura
Aqui, é preciso considerar não só a construção principal, mas toda a área. Aspectos como pavimentação, espaços de lazer e, claro, a localização, interferem no preço do imóvel.
Ou seja, piscina, churrasqueira, quadra, academia e outros equipamentos precisam ser levados em conta. Isso tanto em casas quanto apartamentos com áreas comuns.
A segurança é outro ponto importante. Se estiver em um local tranquilo e silencioso, que proporcione uma vida confortável, certamente o imóvel vai valer mais.
O que ajuda nesse aspecto é ele ter câmeras ou um sistema de segurança. Estar em um condomínio com portaria também o favorece.
Características do próprio imóvel
Quando falamos em avaliação de imóveis, alguns dos principais pontos são a metragem, a pintura e as instalações, como hidráulica e elétrica.
Esses aspectos são relacionados à construção principal. E, quanto melhor ela estiver conservada, mais alto será seu valor.
Ter garagem também valoriza o imóvel.
Quanto menos reparos forem necessários, melhor. Isso engloba a pintura, tanto interna quanto externa, e a conservação de revestimentos. Além disso, um design planejado ajuda a valorizar.
Entorno da construção
Além da propriedade em si, a avaliação de imóveis precisa incluir fatores externos, como a proximidade de opções de serviços, comércio e lazer.
Também entram questões como saneamento básico, poluição sonora, acessibilidade e oferta de transporte público.
Documentação
Estar com todos os documentos em dia é outro ponto essencial na avaliação de imóveis. Isso assegura ao comprador que ele vai adquirir um bem legalizado e regularizado.
Ainda é importante verificar se ele está com o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) pago.
De fato, a avaliação de imóveis representa mais uma oportunidade de atuação para arquitetos e urbanistas. Procurar por imobiliárias e oferecer seus serviços é uma das formas de começar.
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