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Como a autenticidade abre portas para a sustentabilidade

É comum pensarmos na autenticidade do ponto de vista da individualidade, afinal, ser autêntico significa buscar aquilo que há de único em nós. Isso é muito importante para o nosso processo de auto descoberta e conexão interior, mas o que talvez não seja um pensamento tão comum, e que é igualmente importante, é enxergar a autenticidade como um conceito coletivo também. 

Já pensou, por exemplo, no que há de único na sua família, na sua cidade, no seu país? Esses traços únicos constroem identidades coletivas poderosas, capazes de agregar significados e reforçar laços entre as pessoas. 

No contexto da arquitetura, autenticidade e sustentabilidade tem tudo para conversar entre si, já que ambas podem reforçar a essência das construções e das pessoas que vivem e convivem nelas. A integridade, a sustentabilidade e a harmonia com a natureza são fontes inesgotáveis de autenticidade nas construções. 

Como aponta o arquiteto Steve Mouzon, a vida moderna pode parecer cada vez mais desconectada da natureza, por isso, construir em harmonia com a natureza significa que os lugares que construímos se tornam únicos para aquela região e podem se adaptar melhor às mudanças em um futuro incerto. Vem ver como colocar isso em prática: 

casa de tijolinhos de argila com cobogós de tijolos
(Crédito: Ugreen)

Para quem cria para os outros, empatizar com o que há de único na vida, na história e nas necessidades de cada pessoa é caminho não só para a originalidade, mas também para chegar em resultados mais verdadeiros, duradouros e úteis, e portanto, mais sustentáveis. 

O canal Histórias de Casa, por exemplo, é famoso por olhar para as construções a partir da forma como elas ajudam a contar as histórias das pessoas que ali ocupam. Além de evidenciar a autenticidade de cada espaço, o trabalho reforça como ambientes centrados nas pessoas também são pautados pela conservação. 

Já o projeto @arquiteturanaperiferia é outro exemplo disso na prática. Capacitando mulheres moradoras da periferia a reformarem as próprias casas, o projeto traz independência e auxilia as pessoas no processo de construção da própria identidade dentro dos seus espaços. 

(Imagem: divulgação)

Em um processo de construção ou reforma, conservar o que já estava ali é um exercício de preservação de identidade, mas também de sustentabilidade. Manter detalhes históricos intactos é importante não apenas para a economia de recursos, mas também para criar ou preservar estéticas únicas. 

O projeto Arquitetura Esquecida do fotógrafo Gabriel Rosa é uma inspiração para ter um novo olhar para a conversação da história única que cada construção tem o poder de condensar. Já a arquiteta Tatiane Waileman é especialista em restaurar casas antigas, trazendo um novo olhar e também preservando a essência dos lugares.  

(Crédito: História de Casa)

Outro caminho para construir autenticidade e sustentabilidade no processo criativo é buscar referências múltiplas e extrair aquilo que há de melhor em cada uma. Moderno e ancestral, conservação e inovação. São caminhos que se complementam para reforçar a história, a essência e os valores das comunidades e das pessoas, ao mesmo tempo em que se tem a oportunidade de agregar novidades e tudo que há de mais avançado, seja em matérias-primas sustentáveis, reaproveitamento de recursos ou em fontes de energias renováveis. 

Não é à toa que a sustentabilidade tem dominado o mercado de inovação - além de ser um fator para criar diferenciação, trazer referências modernas é uma forma de criar desejo pela sustentabilidade. Um exemplo disso é a criação do arquiteto Marcelo Rosenbaum na coleção Authentic da Portobello, que mistura a inovação da economia circular e do design sustentável com o patrimônio ancestral dos cobogós brasileiros, mais precisamente de Alagoas.

(Imagem: Portobello)

Olhar para a origem traz identidade, reforça as conexões com o local e constrói respeito com a natureza e com as pessoas. Stephen Poon, escritor no Archiol, reforça a importância de abraçar o regionalismo e as tradições culturais das construções por meio de métodos de construção sustentáveis e energeticamente eficientes. 

Além de reforçar a essência de cada lugar, buscar as origens também ajuda na criação e manutenção de construções com maior capacidade de adaptação aos climas de cada local.

No processo criativo, esse retorno ao essencial foi o ponto de partida para a linha matéria_prima, da coleção Authentic, da Portobello, cocriada com Oskar Metsavaht, que busca a conexão com a terra, elemento estrutural da arquitetura. 

(Imagem: Portobello)
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