Olafur Eliasson é um artista intuitivo. Seu interesse em percepção e movimento é um meio para transformar o pensamento e criar obras que nos fazem refletir sobre questões cruciais como o aquecimento global. Conhecido por sua instalação The Weather Project – montada em 2003 na Tate Modern London e visitada por mais de dois milhões de pessoas –, Eliasson trabalha em uma variedade de mídias que abrangem escultura, pintura, fotografia, cinema e instalação. Não se limitando aos espaços do museu e da galeria, sua prática envolve a esfera pública mais ampla por meio de projetos arquitetônicos, intervenções no espaço cívico, formulação de políticas e questões de sustentabilidade e mudanças climáticas.
Quando refletimos sobre estas transformações, a maioria de nós pensa em consequências ambientais como o aumento do nível do mar, temperaturas elevadas e derretimento de geleiras. Em algumas partes do mundo, essas mudanças já estão afetando a vida cotidiana, mas especialistas dizem que esses efeitos podem ser apenas a ponta do iceberg.
Pensando nisso, o aclamado artista Olafur Eliasson e o premiado geólogo Minik Rosing apresentam, no centro de Londres, a Ice Watch: uma grande instalação de arte pública destacando os impactos das mudanças climáticas. Apoiado pela Bloomberg Philanthropies, o lançamento contou com a participação de Michael R. Bloomberg – enviado especial da ONU em alterações climáticas e fundador da Bloomberg LP e da Bloomberg Philanthropies – e Justine Simons, vice-prefeita da cultura e das indústrias criativas.
A instalação possui duas partes: 24 blocos são organizados em uma formação circular nos arredores da Tate Modern – onde uma grande exposição do trabalho de Eliasson será aberta em julho de 2019 – e seis blocos estão em exibição no coração de Londres, na parte externa da sede europeia da Bloomberg.
Os blocos de gelo vieram das águas do fiorde de Nuup Kangerlua, na Groenlândia, onde eles estavam derretendo no oceano depois de terem se soltado da camada de gelo. À medida que o bloco vai degelando gradualmente, o público terá a oportunidade de assistir aos efeitos tangíveis das mudanças climáticas. Dependendo das condições meteorológicas, espera-se que a Ice Watch esteja em exibição em Londres até 21 de dezembro de 2018. O gelo remanescente será então levado para instituições culturais, como parte de um programa educacional estendido. Pela segunda vez, o Studio Olafur Eliasson fez uma parceria com a Julie's Bicycle, uma organização que apoia a comunidade criativa em projetos voltados a mudanças climáticas e sustentabilidade ambiental, para entender os impactos ambientais produzidos pela Ice Watch e pensar medidas para minimizá-los.
ASSISTA AO VÍDEO:
Frank Haugwitz and Jørgen Chemnitz/ Studio Olafur Eliasson
O lançamento da Ice Watch foi pensado para coincidir com a reunião de líderes mundiais na COP24, conferência sobre mudanças climáticas realizada em Katowice, na Polônia. O encontro segue o relatório publicado pelo IPCC — Intergovernmental Panel on Climate Change, em 8 de outubro de 2018, avisando que temos apenas 12 anos para limitar os piores efeitos das mudanças climáticas no planeta.
Serviço:
olafureliasson.net
Notas:
Minik Thorleif Rosing
Professor de geologia no Museu de História Natural da Dinamarca, na Universidade de Copenhague, ele participou da exploração geológica da Groenlândia.
Bloomberg Philanthropies
A Bloomberg Philanthropies trabalha em mais de 480 cidades, em mais de 120 países em todo o mundo, para garantir vidas melhores e mais longas para o maior número de pessoas. A organização se concentra em cinco áreas-chave para a criação de mudanças duradouras: Artes, Educação, Meio Ambiente, Inovação Governamental e Saúde Pública.
A Ice Watch coincide com uma série de eventos e intervenções da Bloomberg Philanthropies que pedem ações contra a mudança climática.