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Swimming Pool
Dentro de Swimming Pool: a disputada instalação que abre o percurso da mostra (Foto: Amanda Sequin)

A arte ilusória de Leandro Erlich, autor da famosa piscina que não molha

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19.05.2022
Em cartaz no CCBB-SP, a mostra do artista argentino traz 16 obras que dialogam com a arquitetura e desafiam a nossa percepção de realidade
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Talvez você não se lembre do nome Leandro Erlich num primeiro momento. Mas é provável que já tenha se deparado com algumas das obras "instagramáveis" desse célebre artista argentino nas redes sociais. Natural de Buenos Aires, Erlich é considerado um dos principais nomes da arte contemporânea de seu país e é autor da famosa piscina onde os visitantes entram e não se molham. Embora tenha sido feita em 1999, quando as redes sociais ainda não existiam, esta é hoje uma das obras mais disputadas pelos visitantes ávidos por uma foto. Swimming Pool (piscina, em português) foi sucesso absoluto no MoMA de Nova York, em 2008, e atualmente passa uma temporada em terras brasileiras. Primeiro Belo Horizonte, depois Rio de Janeiro, e agora é a vez de São Paulo. 

Leandro Erlich (Foto: Guyot Ortiz / divulgação)
Classroom (2017): a instalação simula uma sala de aula destruída, pelo tempo, por uma guerra, ou por onde a imaginação levar (Foto: Guyot Ortiz / divulgação)

A Tensão é o nome desta individual que leva a curadoria de Marcello Dantas e estará em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil até 20 de junho. O nome da mostra já dá o tom ambíguo que pauta as criações do artista e também é uma pista do que vem em seguida: é preciso muita atenção para perceber rapidamente como são feitas as ilusões de ótica nas 16 telas e instalações presentes na mostra. 

A piscina que não molha, vista de cima (Foto: Amanda Sequin)

Logo que se chega ao museu situado no Centro da cidade, os visitantes precisam entrar na fila para entrar na tão aguardada piscina. É a primeira atração e um grupo, de até 8 pessoas por vez, tem apenas 1 minuto e meio para entrar na "água". De cima, é possível avistar quem está submerso, e de dentro se tem uma vista turva da rotunda do museu. Construída bem ao centro do edifício, a piscina pode ser vista de todos os andares e parece que sempre esteve ali. Assim como diversas portas azuis, que circundam os andares e dão vontade de abrir de tão realistas. Pura ilusão de ótica. Impressiona na arte de Erlich a sua capacidade arquitetônica de elaborar instalações que se mimetizam ao espaço.

Cada exposição de Leandro Erlich é única, pois dialoga com o espaço. Aqui, as portas azuis causam um estranhamento em meio à arquitetura do edifício que data de 1901 (Foto: Amanda Sequin)

Mas não são só esculturas e instalações grandiosas que surpreendem. Continuando a visita, uma sala com ares de hall de cinema, toda vermelha, traz uma variedade de pinturas a óleo que representam as instalações mais famosas do artista com uma estética de pôster de cinema. Na série Proximamente (Soon, 2019) é preciso olhar bem de perto para se ter certeza de que não é uma impressão em papel. 

Lost Garden (2009): um cubo branco com janelas que, na verdade, são múltiplos espelhos para quem observa o jardim (Foto: Amanda Sequin)

No andar acima, a obra Lost Garden (2009) é ainda mais instigante: o artista elaborou uma espécie de jardim de inverno, cercado por várias janelas, entre as quais, na verdade, apenas duas são reais. As outras são tão perfeitamente espelhadas que é preciso dar uma volta completa ao redor do bloco para se certificar que não há mais nenhuma abertura por ali. O mesmo acontece com Lifted Lift (2019), um elevador suspenso do solo cujo poço parece infinito. 

Lifted Lift (2019), o elevador suspenso com poço infinito (Foto: Guyot Ortiz / divulgação)

Cada obra convida a olhar, de perto, de longe e por todos os lados. Uma nuvem encapsulada, uma sala de aula abandonada… janelas de metrôs e de aviões transportam os visitantes para uma realidade paralela. Como sintetiza o curador, Marcello Dantas: "a obra de Leandro Erlich é estruturada no mecanismo da dúvida. O que nossos olhos veem está em desacordo com o que nossa mente conhece." 

The Cloud (2018), uma série de vidros impressos que, dispostos em sequência, se assemelham a uma nuvem (Foto: Guyot Ortiz / divulgação)

Serviço

A tensão – Leandro Erlich 

Período: até 20 de junho

Entrada: Gratuita. Os ingressos são liberados toda sexta-feira,  às 12h, no site bb.com.br/cultura

Horários: quarta a segunda, das 9h às 19h

Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, Rua Álvares Penteado, 112, Centro Histórico, São Paulo

Estacionamento conveniado: Rua da Consolação, 228. Valor: R$ 14 pelo período de até 6 horas, com traslado gratuito até o CCBB. É necessário validar o ticket na bilheteria. 

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