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As contradições da arquitetura do Vessel em Nova York

projeto do Vessel

O projeto do Vessel foi inserido em uma praça conectada com o High Line em Nova York (Foto: Bárbara Cassou)

Inaugurado em março de 2019, o Vessel, também chamado de TKA - Temporarily Known As, é uma obra arquitetônica do designer britânico Thomas Heatherwick. Sua construção é parte do projeto de revitalização do bairro Hudson Yards, em Nova York.

O edifício possui uma estrutura em formato de favo de mel e sustenta 16 andares conectados por 154 lances de escada, totalizando 46 metros de altura. Embalado em vidro, os visitantes podem subir e descer livremente observando a vista.  

Heatherwick explica que a intenção do projeto era oferecer uma experiência para os visitantes explorarem o seu esqueleto, como se fosse um trepa-trepa de um parquinho de infância. Essas armações foram produzidas na Itália e enviadas para os Estados Unidos, em um custo de aproximadamente 200 milhões de dólares. 

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platôs e escadas
Os detalhes dos platôs e escadas que fazem uma experiência de promenade arquitetônica para os visitantes (Foto: Bárbara Cassou)

Ainda que o Vessel tenha se tornado um novo ponto turístico importante em Nova York devido à sua arquitetura inovadora e ao grande fluxo de visitas, o projeto possui alguns contrapontos. Após sua inauguração, ele foi criticado por sua estética extravagante e contrastante com os edifícios do entorno. 

Sua estrutura, hoje, possui rampas e elevadores de acesso para pessoas com deficiência, mas, quando inaugurado, elas iam apenas até os três primeiros andares.

Vessel forma excêntrica
O Vessel foi muito elogiado por seu projeto inovador, porém também criticado pela sua forma excêntrica que contrasta com os edifícios nova iorquinos no seu entorno (Foto: Bárbara Cassou)

No final de 2019, a operadora do edifício chegou a um acordo com o departamento de justiça americano, concordando em aumentar a acessibilidade para todos os andares.  

Outra grande polêmica do projeto foi sobre os direitos autorais. Quando inaugurado, os donos do Vessel reivindicavam o pagamento de direitos sobre fotos e vídeos tiradas do edifício destinados a propósitos comerciais. Atualmente, isso já não se aplica após grandes críticas dos visitantes. 

primeiro andar do Vessel
Vista de dentro do primeiro andar do Vessel, único lugar aberto atualmente para visitação (Foto: Bárbara Cassou)

A última contradição foi a mais preocupante de todas. A intenção do projeto, desde o começo, era ser livremente aberto, sem vidros nem barreiras, para as pessoas sentirem o vento e intempéries do tempo enquanto subiam e desciam as escadas na promenade. 

Sem proteções além dos parapeitos, quatro pessoas chegaram a saltar da estrutura. Esses acontecimentos levaram ao fechamento do Vessel por um tempo e hoje, já reaberto, permite acesso apenas ao primeiro andar. 

Projetos arquitetônicos possuem grande responsabilidade social e cultural na sociedade. É de grande importância traçar diretrizes pensando principalmente na segurança e acessibilidade ao projetar. 

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