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Arquitetura high-tech: o que é como e como ela altera a maneira de interagirmos com as cidades?

Metais para todos os lados, cores amarelo e vermelho indicando atenção e perigo, tubos de aço percorrendo todo o entorno do edifício. Até parece que estamos descrevendo uma fábrica, mas essas são algumas das marcas registradas da arquitetura high-tech. Que tal conhecer mais sobre esse estilo?

O desenho industrial, as chapas em metais e o perfil robusto dão as caras no estilo marcado pela high-technology. O emprego de materiais avançados, em uma época marcada pelas evoluções tecnológicas no mundo, trouxe o carimbo dessa arquitetura mundial.

Cúpula Reichstag, em Berlim, na Alemanha, projetada por Norman Foster (Foto: Pixabay)
Cúpula Reichstag, em Berlim, na Alemanha, projetada por Norman Foster (Foto: Pixabay)

Quer descobrir com a arquitetura molda, muito além de edifícios superdiferentes, a interação das pessoas com as cidades? Descubra neste post!

O que é a arquitetura high-tech?

A arquitetura high-tech é um estilo definido pelo uso de materiais industriais de alta tecnologia e construções complexas e robustas. Ainda, faz o uso da interação e funcionalidade seus grandes pilares.

Escadas em cores vivas, metal aparente e vidros: marcas do estilo em grande presença (Foto: Unsplash)
Escadas em cores vivas, metal aparente e vidros: marcas do estilo em grande presença (Foto: Unsplash)

Esse estilo também é dominado por construções cheias de metal aparente, vidros, vigas de aço, tubos e conexões à mostra e cores vivas, como amarelo e vermelho.

De relance, essa composição lembra em muito o cenário do Mundo de Beakman, aquele local cheio de máquinas, com caráter experimental e que reservava várias descobertas. Bada-bing! Badaboom!

Quando a arquitetura high-tech surgiu?

Esse estilo arquitetônico apareceu nos anos 1970, como parte do que é chamado no meio, de modernismo tardio. À época, a proposta era fazer contraponto com o que vinha sendo empregado até então na arquitetura moderna.

O uso de materiais de alta tecnologia se deu primeiro na Inglaterra, com os arquitetos Norman Foster, Renzo Piano e Richard Rogers. Piano e Rogers foram quem deram o corpo a e a cara do primeiro monumento, por assim dizer, da arquitetura hight-tech, o Centro Georges Pompidou.

O complexo na França traz o Museu Nacional de Arte Moderna, a Biblioteca Pública e um centro para música e pesquisas no conjunto de alta tecnologia.

Centro Georges Pompidou é a primeira construção da arquitetura high-tech (Foto: Sca)
Centro Georges Pompidou é a primeira construção da arquitetura high-tech (Foto: Sca)

Além da Inglaterra, França e Estados Unidos também reúnem grandes obras do estilo que prima pela referência à máquina sempre e de como ela pode ajudar a vida a ser mais funcional.

No Brasil, quem expressou com excelência esse estilo foi João Gama Filgueiras Lima, mais conhecido como Lelé. Lima participou da construção de Brasília, ao lado de Oscar Niemeyer, e projetou obras imponentes como o Hospital Sarah Kubitschek, na capital federal, e o Palácio Tomé de Souza, na Bahia.

Quais são as características da alta tecnologia na arquitetura?

Algumas construções da arquitetura high-tech são inconfundíveis, já outros nem tanto, e resguardam uma aparência mais discreta. Mesmo fazendo um uso carregado de todos os elementos dessa corrente, ou se valendo de traços mais sutis do perfil, há marcas clássicas do estilo.

Materiais trabalhados em formas arredondadas dão o volume e a vida ao estilo (Foto: Unsplash)
Materiais trabalhados em formas arredondadas dão o volume e a vida ao estilo (Foto: Unsplash)

Uso de tecnologia para ajudar nas tarefas

Você precisa ir de um ponto ao outro com rapidez? A arquitetura high-tech proporciona isso. Pensada em uma época em que o avanço tecnológico mundial predominava, essa corrente privilegia a conexão entre as máquinas e pessoas. Escadas rolantes, elevadores, locais marcados por cores vivas e a segurança estão sempre em primeiro plano.

Visão sobre estruturas internas

Se tem uma arquitetura que é transparente para as pessoas, pode ter certeza que ela é a high-tech. A brincadeira com a palavra não é à toa, já que as obras mais se parecem com um verdadeiro exoesqueleto.

As obras high-tech privilegiam a visão das pessoas sobre o que, em outras obras, fica escondido. Ou seja, estruturas de aço, tubulações de ar-condicionado, entre outros aspectos do projeto, são todos visíveis.

Materiais industriais

Aço, ferro, alumínio e outros materiais de cunho industrial são parte da temática high-tech. O uso dessas matérias-primas confere o estilo metalizado das construções, que ainda carregam benefícios, como o isolamento e o conforto térmico, além de uma beleza bruta.

Arquitetura high-tech empregada em espaços que são símbolos de tecnologia por si só, reforça ainda mais esse aspecto (Foto: Pixabay)
Arquitetura high-tech empregada em espaços que são símbolos de tecnologia por si só, reforça ainda mais esse aspecto (Foto: Pixabay)

Sustentabilidade

Tecnologia também implica em saber usar o melhor da natureza. Pelo menos é o que preza a arquitetura high-tech, desde o seu surgimento. Aproveitamento da luz natural e da ventilação, assim como materiais que podem ser reciclados, como o alumínio, são pontos fortes do estilo.

Funcionalidade

A funcionalidade é parte integral de obras no estilo que preza pela integração da tecnologia com a vida humana. Cada projeto é feito pensando no melhor aproveitamento dos objetivos das pessoas dentro da construção.

Por exemplo, se o lugar recebe grandes multidões, como um aeroporto, deve ter espaços ergonômicos e muito transitáveis, que facilitem o uso de todos no local.

Complexidade

Steve Jobs foi um gênio. Não apenas por ter criado e ter sido o mentor de uma das mais revolucionárias empresas de tecnologia do mundo. Mas sim, por ter feito da complexidade, algo alcançável aos olhos e mãos de muitas pessoas — essa é a mesma premissa da arquitetura high-tech.

Ou seja, um projeto é muito complexo, mas, na prática, deve ser tão funcional a ponto de não parecer que dá tanto trabalho para ser executado. Formatos inusitados, materiais trabalhados de uma forma totalmente inovadora, estruturas grandes dão a complexidade do estilo.

Como essa corrente arquitetônica muda a maneira como interagimos com as cidades?

Um dos principais objetivos da arquitetura high-tech é definir como as pessoas interagem com as cidades e os espaços. Ela faz isso ao trazer para o convívio delas, elementos usados apenas em cenários industriais e áreas como a aeronáutica, marinha e o exército.

Essa corrente mostra que a arquitetura deve ir além de apenas trabalhar os formatos dos lugares, mas sim, combinar qualidades intrínsecas de materiais, no projeto.

Se a luz natural promove a saúde e o bem-estar, então é preciso aplicar vidros; se o espaço precisa de conforto térmico, deve-se usar matérias que garantam isso; e assim por diante.

Estádio em Pequim, na China, usa da característica bruta do metal para remeter a um ninho de pássaro (Foto: Pixabay)
Estádio em Pequim, na China, usa da característica bruta do metal para remeter a um ninho de pássaro (Foto: Pixabay)

Trazer qualidades dos materiais, que beneficiam a vida para além do uso corriqueiro deles, é proposta permanente do estilo. Para além disso, a arquitetura high-tech mostra que é possível sempre inovar.

Espaços com fins comuns, como centros comerciais e de estudo pode entregar mais do que apenas um local para as pessoas desempenharem tarefas básicas. Na arquitetura high-tech, eles se transformam em espaços de contemplação. Assim, trazendo a melhoria de qualidade de vida através da tecnologia.

Se de um lado há quem diga que a tecnologia diminui cada vez mais as relações entre as pessoas, a arquitetura high-tech mostra o contrário. É possível aproximar as pessoas criando espaços funcionais, que ainda aproveitam elementos da natureza e trazem o apelo de que a tecnologia tem sim sua beleza peculiar. Basta saber moldá-la.

Veja também como a indústria 4.0 e a arquitetura herdam tecnologias em comum!

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