Intervenção do artista JR na Torre Eiffel
O artista de rua JR retorna a Paris e cria um penhasco imaginário sob os pés da famosa Torre Eiffel, criando jogos fantásticos de ilusão e deixando com que os espectadores façam suas próprias interpretações do projeto.
Com sua nova instalação localizada no Trocadéro em Paris, JR continua sua reflexão sobre arquitetura e escavação de monumentos icônicos, imaginando uma rua abaixo de um grande precipício que passa pela Torre Eiffel.
Assim como seus projetos no museu do Louvre e no Palazzo Strozzi em Florença, JR utilizou aqui a técnica da anamorfose, feita em colagem de papel, que permite que uma imagem seja totalmente revelada de um determinado ponto de vista, criando efeitos de ilusão de ótica.
As obras anamórficas são imagens deformadas que aparecem na sua verdadeira forma quando vistas de um determinado ângulo ou pontos distintos. As anamorfoses surgiram como forma de arte no período renascentista, quando os quadros começaram a aparecer de formas perfeitas e tridimensionais, criando o efeito de profundidade.
No dia em que os parisienses voltaram a uma aparente normalidade pós-lockdown, JR inaugurou sua obra de característica ilusionista, em um lugar especial de onde se pode admirar Paris e toda a sua beleza. A obra retrata a Torre Eiffel que domina, como uma ponte surreal, uma fenda na parte inferior na qual passa uma estrada com a cidade ao fundo, criando uma espécie de abismo.
O que isto significa?
Para desfrutar de toda a sua beleza é necessário observar a obra de um único ponto de vista, neste caso, a instalação deve ser analisada com o olhar voltado para a Torre Eiffel que, como num passe de mágica, passa a fazer parte da obra.
Em qualquer parte do mundo, a arte pública de JR sempre transmite uma mensagem e hoje, na era da pandemia do Coronavírus, ressoa ainda mais forte, defender sua identidade, redescobrir sua humanidade, nos unirmos na diferença. Estamos todos encarando momentos difíceis, mas o belo pode ser encontrado no final do abismo.
O incrível trabalho ficou exposto a partir de 21 de maio por um mês em frente à Torre Eiffel para que todos os visitantes pudessem tirar uma fotografia que, como todas as obras de JR, ficará para a história.
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É muito interessante a forma com que artistas de street art, como JR, nos trazem reflexões, principalmente nos dias atuais, onde a arte é um meio de escape para que possamos atravessar o este período.
Confira também o post sobre a recente intervenção de JR no Palazzo Strozzi, em Florença, na Itália. Aqui o artista nos convida para uma reflexão sobre a falta de conexão entre o indivíduo. as artes e a cultura nos períodos de lockdown e pandemia.