O que o Google, a Intel, a Era Vitoriana e a sustentabilidade têm em comum? A princípio, nada, não é mesmo? Mas, no Vale do Silício esses elementos se interagem. E o resultado dessa interação não poderia ser outro: um polo de inovação, onde a arquitetura ajuda a moldar o futuro da vida.
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Para saber a importância desse local na Califórnia, você não precisa empreender ou fazer um fã da The Big Bang Theory . Sabia que algumas das grandes criações tecnológicas que você usa no seu dia a dia nascem lá?
Antes de “dar um Google” em busca de quem tem lá, viaje neste post e conheça uma incrível arquitetura e curiosidades do Vale do Silício! Venha conosco nesta deliciosa viagem!
O Vale do Silício na vanguarda excêntrica desde sempre
Imagine viver em uma baía rodeada pelas maiores empresas do mundo. É uma quebra, com uma vista panorâmica da Ponte Golden Gate e até a margem de São Francisco. Essa é uma amostra do Vale do Silício.
O lugar teve essa alcunha originada nos anos 1970, pela mineração de silício, metal abundante no território, usado para fabricação de chips e componentes eletrônicos. A partir dessa época, esse minério foi cada vez mais explorado por lá. Isto é, dando vida, forma, núcleos e avanços à terra que se concentram como maiores mentes da tecnologia.
Arquitetura antiga peculiar
Adobe, Apple , Yahoo. O Vale do Silício é uma morada dessas gigantes da tecnologia, muitas residências e berço de muitas startups, que ficam lá no espaço ideal para a inovação respiratória. Foi lá que o GrowthHackers instalou e expande mais a cada dia e tem sua CEO a brasileira Emilia Chagas, como residente na área e admiradora da arquitetura local.
“Acho que peculiar é a palavra. Quando você está em São Francisco, percebe como uma fachada de casas é diferente, uma proximidade de residências e como os bairros se diferenciam entre outros na arquitetura ”, descreve Emília, que mora na cidade de São Francisco desde 2012.
Não é à toa que Emília detalha o Vale do Silício desse modo. Ela morou em uma casa que foi projetada por um arquiteto que deu uma singularidade das residências de São Francisco, James Dunn.
Saiba mais sobre o profissional abaixo:
Magia do Vale do Silício
James Francis Dunn colocou o número 1347 da McAllister Street seus carimbos arquitetônicos. Misturando traços da arquitetura da Era Vitoriana, reinado na Inglaterra, com objetos exóticos e que parecem ter saído do filme Alice no País das Maravilhas.
As casas projetadas por Dunn se parecem com castelinhos de contos de fadas de madeira maciça, com cores que vão do azul ao amarelo e roxo. Para dar o toque icônico, essas obras chamadas de Painted Ladies são repletas de adornos que dão a excentricidade “a la Tim Burton” à arquitetura.
Detalhes que podem ser observados na casa em que a CEO da GrowthHackers morou e em outras obras de Dunn são o uso de curvas expressivas, rostos humanos e aves. As grades de aço são todas trabalhadas nas janelas e sacadas também são os atrativos das edificações.
Diferente? Emília conta que “era curioso acordar e olhar na janela, sempre tinha grupos de turistas tirando fotos”. Bons motivos para selfies nesse local não faltam.
Contrastes de épocas
Além dessas características comuns em várias casas dos bairros de São Francisco, os projetos são bem próximos, têm alturas e metragens muito similares.
Mas, nem todos os bairros do Vale do Silício são exatamente assim. Um dos motivos é que em 1906 houve um grande terremoto. O abalo sísmico, além de derrubar boa parte das construções, ainda causou um grande incêndio durante dias devido à quebra de dutos de gás subterrâneos.
Assim, do ano do desastre até os dias de hoje, muitas casas foram reconstruídas em São Francisco, enquanto outras permaneceram “de época”. O que oferece uma experiência desde a arquitetura do século 19 a complexos de alta tecnologia, em um raio de poucos quilômetros.
Emília Chagas resume essas diferenças arquitetônicas muito contrastantes: “Me chamou a atenção andar em Nob Hill, Haight-Ashbury e na região do Japantown. Cada bairro tem a sua representação arquitetônica, parece que você está em três cidades diferentes. Depois, você se habitua”, afirma.
Interessante? O Vale do Silício ainda guarda sua parte moderna que não para de crescer.
O Vale do Silício que vai além das garagens
Será que alguém adivinharia que de garagens de casas de São Francisco é que sairiam algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo? E que, juntas, elas moldariam a arquitetura do Vale do Silício?
Startups de época, empresas do futuro
Hoje, essa cultura de garagem permanece na cidade, como parte do “DNA local”. Tanto que até existem casas de aluguel em que estudantes montam projetos e startups nas garagens.
HP, Oracle, Amazon, Sony, YouTube são alguns dos exemplos dessas empresas que nasceram em garagens. Hoje, cada uma dessas megaempresas ocupa praticamente um quarteirão do Vale do Silício, inundando o espaço de arquitetura futurista.
Vidros, paredes verdes, espaços projetados pensando sempre nos millennials e acessibilidade são comuns na arquitetura do Vale. Esse estilo privilegia todas as necessidades atuais da sociedade local, muito distantes do detalhismo de James Dunn.
Um grande exemplo de inovação é Salesforce Tower, da Pelli Clarke Pelli Architects, uma construção de 326 metros e 61 andares, que foi eleita o melhor arranha-céu do mundo pelo Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (CTBUH).
O edifício foi eleito pelas suas iniciativas sustentáveis, eficiência estrutural e um nível significativo de integração com o habitat urbano circundante. A premiação aconteceu em 2019, em Shenzhen, na China.
Arquitetura da inovação
Um dos pilares dos projetos novos é a sustentabilidade. Guiada sempre por materiais que geram quase zero entulho, não usam fontes não renováveis, entre outros apelos que a ciência e a tecnologia podem proporcionar.
O Google e a Apple são dois dos maiores complexos por lá, verdadeiras cidades, incorporando e mostrando ao mundo a tecnologia para além de seus próprios projetos. Fazendo também do Vale do Silício pioneiro no que há de mais atual na arquitetura mundial.
Não é difícil ver que as empresas por lá primam por espaços caminháveis, bicicletas e o uso consciente de energia. É bem provável que de lá saia a próxima revolução em materiais de construção.
O polo mundial do novo empreendedorismo
Por todos esses atributos que preenchem essa área e empresas capazes de transformar a realidade como a conhecemos, o Vale do Silício é o polo para empreender.
Quem passa pela a região, precisa dar ao menos uma passadinha pela Universidade de Stanford, que inspira o empreendedorismo em todas as suas formas.
Assim como a arquitetura molda as casas, as cidades moldam a vida de seus habitantes. Nesse sentido, o impacto do crescimento acelerado do Vale do Silício tem resultados no dia a dia, na rua.
“É interessante, por exemplo, em um café, a forma como as pessoas conversam sobre coisas que eu só converso apenas com meus parceiros e colegas de trabalho. Elas falam sobre decisão de investimento e negócios em níveis profundos. Esses são os temas cotidianos da vida urbana do Vale ”, finaliza a CEO da GrowthHackers.
Se o cotidiano em São Francisco tem evoluções até em conversas, é sinal que o Vale do Silício é mesmo capaz de revolucionar vidas. Ainda mais em um curioso local cheio de histórias e contrastes de arquiteturas, que vão do rudimentar ao mais tecnológico.