Nos últimos anos a preocupação com a preservação do meio ambiente saiu do papel e ganhou força no campo prático. As soluções relacionadas à sustentabilidade estão cada vez mais presentes, especialmente, nas indústrias e comércios. Mesmo que em menor proporção, as empresas de pequeno porte também aderiram a esse processo. Um exemplo dessa mudança de hábitos é a loja da Portobello Shop de Divinópolis em Minas Gerais. A iniciativa foi resultado de um desejo do franqueado, Victor Duarte, visando a proteção ambiental. Como o imóvel que abriga a loja é antigo, o empresário explica que não existiam muitas alternativas. Há um ano, ele decidiu pela substituição das lâmpadas por LED, o que já havia reduzido o consumo de energia consideravelmente. Mas, a proposta era avançar ainda mais.
Como ainda existia a disponibilidade do telhado, que tinha uma boa insolação, a ideia foi desenvolver um estudo para a possibilidade de implantação dos painéis fotovoltaicos. No dia 1º de março de 2019, foram instalados 90 painéis que, basicamente, captam a luz solar e a transformam numa energia em corrente contínua. Essa energia é toda agrupada em um painel. Chegando nesse painel, a corrente contínua passa por um inversor e é modificada em corrente alternada, que é a corrente da Rede Elétrica Brasileira, em 220 volts e 60 hertz - que rege o Sistema Elétrico Brasileiro. O que coloca a energia dos painéis sincronizada na mesma tensão e frequência da rede local.
Victor esclarece que quando ela faz isso, essa energia vai para o painel de consumo da loja. Se o sistema solar estiver gerando mais do que a necessidade, ele abastece o consumo interno e o excedente segue para aproveitamento de outros imóveis. Se o sistema estiver gerando menos do que o consumo necessário, o restante será puxado automaticamente da rede externa. O aparelho que normalmente faz a medição para esse tipo de imóvel é especial. Ele mede o que está entrando no período que não consegue gerar a energia que está sendo consumida e também mede o que está saindo para outros imóveis. Uma das vantagens é que o que sobra pode ser utilizado para abater a conta de outro imóvel com o mesmo CNPJ. “O projeto foi feito para que a loja fique autossuficiente. No inverno, esse consumo deve sobrar pelo baixo uso de ar-condicionado devido à insolação. Já no verão, a previsão é ficar no zero a zero”, analisa Victor.
Acompanhe abaixo um vídeo panorâmico que mostra a instalação dos painéis
Mesmo sendo uma empresa do setor comercial, com o consumo de energia não tão alto se comparado com a indústria, a decisão faz parte do DNA pessoal do proprietário, como empresário. A proposta era trazer uma contribuição para o meio ambiente e também se tornar uma espécie de exemplo para os demais comerciantes da região. “Queríamos mostrar que precisamos fazer a nossa parte em relação a preservação”, esclarece.
O investimento feito em 300 m² de área construída foi de R$ 96 mil e, na opinião de Victor, o estudo é válido para qualquer porte de empresa, desde que tecnicamente viável. No entanto, ele ressalta que não adianta investir num sistema se você não tem área de telhado suficiente, por exemplo, ou se essa área é sombreada, porque o sistema acaba ficando ocioso e funcionando aquém da capacidade.
Sustentabilidade em três pilares
O proprietário da Portobello Shop de Divinópolis conceitua sustentabilidade em três pilares:
Ambiental – em que a iniciativa dos painéis solares faz parte;
Social – a filial realiza algumas iniciativas pontuais a cada semestre com o objetivo de arrecadar donativos para entidades carentes. Um exemplo é o encontro de arquitetos e especificadores ao final de cada ano, no intuito de arrecadar donativos, listados antecipadamente, que serão destinados a entidades previamente escolhidas. “Existem algumas ações com esse aspecto, de responsabilidade social. De que é a empresa ajudando uma entidade que precisa. Acredito que a organização da sociedade para ajudar o Estado tem muito valor. Traz muito mais benefícios para a própria empresa, o orgulho em ajudar e contribuir. Todos nós nos sentimos felizes e realizados e a empresa é reconhecida como uma empresa cidadã, que é o principal. Sustentabilidade não é só meio ambiente, é a responsabilidade social e financeira”, reforça Victor;
Financeira – para o proprietário, a responsabilidade financeira faz parte do processo sustentável. Ele acredita, por exemplo, que pagar todos os impostos, comissões e direitos trabalhistas, conforme a Legislação, é um dos pontos mais importantes que, às vezes, passa despercebido. É ser responsável pelo ponto de vista fiscal e tributário, porque o Município, o Estado e a União dependem dos impostos, mesmo que a gente tenha ou não a sensação de que o Estado está retornando para o cidadão à altura do que é pago. “Pagar rigorosamente, respeitando as Leis é uma postura que tenho desde quando me tornei empresário e já tinha como cidadão, que o dinheiro do comércio deve ser revertido em benefício da população. Por isso, sobre o aspecto da sustentabilidade, essa parte também de responsabilidade financeira, fiscal e tributária, a gente também encara com muita seriedade e segue à risca o que é reza a Legislação”, finaliza Victor.