1 | Fotografia e urbanismo no IMS Paulista
Como eram as cidades de Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Belém nas primeiras décadas do século 20? A nova mostra do IMS Paulista, batizada de Moderna pelo avesso: fotografia e cidade, Brasil, 1890-1930, traz ao público imagens ainda pouco conhecidas das transformações sofridas ao longo da Primeira República em paisagens urbanas. A seleção de fotos e filmes, com curadoria de Heloisa Espada e assistência de Beatriz Matuck, totaliza mais de 300 itens que documentam reformas radicais ocorridas nestas capitais brasileiras, sob a égide da Belle Époque e da modernização da República. As cenas transbordam tensões e contradições intrínsecas às mudanças dos espaços públicos. E este é justamente um dos objetivos da exposição: explicitar os apagamentos decorrentes dos processos de reformulação das cidades, a exemplo da expulsão da população de baixa renda dos centros e a derrubada de inúmeros exemplares da arquitetura estilo colonial brasileira. Nomes como Marc Ferrez, Francisco du Bocage, Vincenzo Pastore, Alberto de Sampaio e Augusto Malta estão entre os autores das imagens – mas há também exemplares de autoria desconhecida.
Serviço
Período: até 26 de fevereiro de 2023
Entrada gratuita
Horários: terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h
Localização: Avenida Paulista, 2424, Bela Vista
Dica: O IMS lançou um catálogo da mostra. A publicação traz imagens de fotógrafos presentes na exposição, além de textos de autoria de Heloisa Espada, Renata Marquez, Eduardo Morettin e Nelson Sanjad. O livro está à venda em livrarias e na loja online do IMS.
2 | Rio Pinheiros e urbanismo no Sesc Santo Amaro
O curso de um dos principais rios que cortam a capital paulista vai muito além do que é visível na cidade. A exposição Rios DesCobertos - Dos Jerivás aos Pinheiros convida o público a navegar pelo passado e pelo trajeto das águas do Pinheiros, desde a nascente na Serra do Mar até sua foz no rio Tietê. Com instalações, depoimentos, mapas, projeções, fotografias e materiais criados por artistas, pesquisadores, professores e designers, a mostra conta a história do rio e sensibiliza o olhar sobre este suntuoso recurso natural que corre em São Paulo. Além de compreender o processo de urbanização ao redor do Pinheiros, é possível vislumbrar as diferentes intervenções de engenharia na bacia hidrográfica do rio, que alteraram sua forma e a ocupação de suas margens. Um dos destaques da exposição é a maquete topográfica interativa e iluminada por projeções, que exibe todo o curso do Pinheiros e de seus afluente
Serviço
Período: até 18 de dezembro
Entrada gratuita
Horários: terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h
Localização: Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro
Dica: Outra unidade do Sesc que também está com ótima exposição em cartaz é a do bairro Pinheiros. Trata-se da mostra Desvairar 22, que rememora acontecimentos marcantes do ano da Semana de Arte Moderna de 1922. Até 15 de janeiro, de terça a sábado, das 10h30 às 21h; domingos e feriados, das 10h30 às 18h. Entrada gratuita.
3 | Modernismo no Museu do Futebol
A Semana de Arte Moderna de 22 é o mote da exposição 22 em Campo, em cartaz no Museu do Futebol. A mostra, com curadoria do arquiteto Guilherme Wisnik, comunicação visual de Kiko Farkas e cenografia de Álvaro Razuk, exibe curiosos pontos de intersecção entre o esporte e o movimento modernista. Você sabia, por exemplo, que em 1922 (considerado o "ano zero” do modernismo no País), a seleção masculina brasileira se tornou bicampeã no Campeonato Sul-Americano de Futebol? E mais: na abertura da Semana de 22, o escritor Menotti Del Picchia citou em seu discurso o jogador Arthur Friedenreich, primeira grande estrela do futebol do Brasil. Além disso, o modernista Oswald de Andrade é autor de versos sobre futebol, enquanto a pintora Tarsila do Amaral chegou a registrar em uma crônica sua experiência como torcedora em um jogo do Brasil contra a Argentina no antigo Parque Antártica. São fatos inusitados como estes que permeiam a exposição, aproximando dois universos aparentemente desconexos. Áudios, textos, vídeos, fotografias e objetos históricos (como uma bola original de 1922) ajudam a ilustrar essa narrativa.
Serviço
Período: até 29 de janeiro de 2023
Entrada: R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira); grátis de terça. Crianças até 7 anos não pagam
Horários: terça a domingo, das 9h às 18h; toda primeira terça-feira do mês, até 21h
Localização: Praça Charles Miller, s/n, Pacaembu
Dica: Ingressos estão à venda na bilheteria no local, mas você pode evitar aglomerações se adquirir na loja online. Em decorrência das eleições, o Museu do Futebol estará fechado no domingo, dia 2 de outubro.
4 | Arte Brasileira no MAM
Com o título Sob as cinzas, brasa, a 37ª edição do Panorama da Arte Brasileira leva ao MAM obras assinadas por 26 artistas, sendo muitas delas inéditas. A curadoria é de Claudinei Roberto da Silva, Vanessa Davidson, Cristiana Tejo e Cauê Alves. A seleção de instalações, fotografias, pinturas, vídeos e esculturas foi escolhida por abordar pautas sociais e ambientais do país. São obras capazes de discutir símbolos nacionais, território, cartografia e até momentos históricos, como o bicentenário da independência e o cenário da Semana de 22. As peças também abordam o racismo estrutural brasileiro e suas consequências na história, além de temáticas como colonialismo, arquitetura, espaço e história. Assim, entende-se porque este ano, segundo os curadores, a proposta do Panorama é fazer o público refletir sobre o simbolismo da brasa, como sinônimo de resiliência, ou seja, capaz de renascer mesmo sob as cinzas. Quase como uma dança entre o ancestral e o atual.
Serviço
Período: até 15 de janeiro de 2023
Entrada: R$ 17,50 (meia) e R$ 25 (inteira). Gratuito de domingo. Agendamento prévio necessário. Ingressos à venda online
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h
Localização: Avenida Pedro Álvares Cabral, s/nº, portões 1 e 3
Dica: nesta edição do Panorama, o MAM expandiu suas fronteiras. Isso porque algumas das obras foram instaladas no vizinho Museu Afro Brasil, também situado do Parque Ibirapuera. Ali estão itens dos artistas Davi de Jesus do Nascimento e Lídia Lisboa, até 23 de outubro de 2022. Ingressos disponíveis online.
5 | Gravuras raras e históricas no Instituto Tomie Ohtake
O maior acervo de gravuras do mundo tem mais de um milhão de obras gráficas e está localizado em Viena, na Áustria. Agora, parte desta coleção tão significativa para a história da arte pode ser conhecida em solo brasileiro, na exposição O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu ALBERTINA. O nome da mostra foi inspirado na xilogravura O Rinoceronte, obra datada de 1515, criada pelo alemão Albrecht Dürer com base apenas em relatos e descrições, sem que o artista tivesse conhecimento prévio do animal. Este é apenas um dos exemplares que estão expostos na capital paulista. A seleção conta com 154 itens, de 1466 a 1991, desenhados por 41 artistas célebres, do Renascimento à contemporaneidade. A mostra foi organizada por Christof Metzger, curador chefe do museu austríaco, em conjunto com a equipe de curadoria do Instituto Tomie Ohtake. As imagens são as mais diversas: vão de cenas camponesas e cidades antigas até autorretrato, utilizando diferentes técnicas. Ticiano, Rembrandt, Munch, Toulouse-Lautrec, Klimt, Picasso e Chagall estão entre os autores das obras expostas.
Serviço
Período: até 20 de novembro
Entrada: gratuita
Horários: terça a domingo, das 11h às 20h
Localização: Rua Coropés, 88, Pinheiros
Dica: Visite também as outras exposições em cartaz no Instituto Tomie Ohtake – Latexguernica, com obras do paulistano Rodolpho Parigi (até 30 de outubro); Tomie: A Dança da Água, com pinturas de Tomie Ohtake (até 23 de outubro); e Neblina, com trabalhos de Evandro Carlos Jardim (até 16 de outubro).