1 | Jorge Zalszupin no Museu da Casa Brasileira
Para amantes de design e arquitetura, o nome Jorge Zalszupin dispensa apresentações. Nascido em 1922, o polonês acaba de ganhar uma mostra inédita de sua obra, em homenagem ao centenário de vida que completaria este ano. Ele chegou ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial e aqui desenvolveu um trabalho à frente de seu tempo, que até hoje encanta pelas linhas puras e formas marcantes. O mobiliário desenhado por Zalszupin popularizou-se no país entre as décadas de 1960 e 1970, inclusive em prédios públicos de Brasília, como sinônimo de modernidade. No Museu da Casa Brasileira, a exposição Orgânico Sintético: Zalszupin 100 anos traz ao público itens inéditos de Zalszupin e sua marca L’Atelier. O acervo está sendo aberto pela primeira vez pela Etel, com apoio da museóloga Nathalia Reys e em parceria com a família do designer. Ali há trabalhos nunca antes divulgados, além de croquis e itens pessoais. A mostra contempla ainda um panorama de suas obras como arquiteto, a exemplo de edifícios erguidos na avenida Paulista e em bairros como Higienópolis e Centro de São Paulo.
Serviço
Período: até 4 de setembro
Entrada: R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira), grátis às sextas
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h; sexta, das 10h às 22h
Localização: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2.705, Jardim Paulistano
Dica: A mostra acontece simultaneamente também na Casa Zalszupin, no Jardim Paulistano. A residência foi projetada por ele próprio, onde trabalhou e viveu por mais de 60 anos, e hoje encontra-se aberta ao público. As visitas à Casa Zalszupin são gratuitas e devem ser agendadas previamente pelo site.
2 | Joseca Yanomami no Masp
No 1º subsolo do Masp, a mostra Joseca Yanomami: Nossa Terra-Floresta celebra 30 anos de homologação da Terra Indígena Yanomami – a maior do país, com 9,4 milhões de hectares –, localizada no Amazonas e em Roraima. Nesta primeira exposição individual do artista Joseca Yanomami, 93 desenhos criados entre 2011 e 2013 retratam personagens, vida cotidiana, paisagens e cultura do universo de seu povo indígena. As obras materializam os cantos e as narrativas dos xamãs, conferindo cor e forma àquilo que é visto apenas por estes líderes espirituais. Boa parte dos desenhos traz descrições do contexto e das entidades que representam. Além de se dedicar às artes, Joseca tem histórico de atuação nas áreas de saúde e educação. Na década de 1990, por exemplo, ele fundou a primeira escola yanomami de seu grupo e participou da produção de folhetos bilíngues (yanomami/português) para programas de educação escolar e de saúde criados por ONGs brasileiras. No início dos anos 2000, passou a esculpir animais em madeira e a criar desenhos. As obras visam não apenas retratar sua cultura, mas também demonstrar o trabalho de conservação ambiental realizado pelos povos indígenas e tradicionais da região.
Serviço
Período: até 30 de outubro
Entrada: R$ 25 (meia) e R$ 50 (inteira), grátis às terças. Agendamento online obrigatório pelo site. A bilheteria no local encontra-se fechada
Horários: terça, das 10h às 20h; quarta a domingo, das 10h às 18h
Localização: Avenida Paulista, 1578, Bela Vista
Dica: O ingresso dá direito a visitar todas as exposições em cartaz no Masp. Aproveite para conhecer Dalton Paula: Retratos Brasileiros, com 45 retratos de lideranças e personalidades negras historicamente invisibilizadas no Brasil, até 30 de outubro.
3 | Alice no Farol Santander
Inaugurado em 1947 e assinado por Plínio Botelho do Amaral, o edifício de 161 metros no Centro de São Paulo já valeria a visita por si só – mas as exposições que acontecem ali tornam o passeio ainda mais interessante. Exemplo disso é a mostra As Aventuras de Alice, que ocupa dois andares do Farol Santander até setembro. O percurso começa no 24º piso, com apresentação da famosa narrativa de Lewis Carroll, os cenários onde a história se passa, a origem dos personagens e até um exemplar antigo do livro, pertencente a uma das primeiras tiragens do século 19. Ao descer para o 23º andar, mundo real e ficcional começam a se misturar em um universo lúdico e interativo, como se o visitante literalmente caísse na toca do coelho, como aconteceu com Alice. A partir dali, animações e projeções mostram a protagonista em diferentes versões das mais de 40 adaptações de Alice no País das Maravilhas para as telas. Também podem ser vistas na mostra obras de artistas como Salvador Dalí, Yayoi Kusama, Blanche McManus e Antonio Peticov com suas representações da icônica personagem.
Serviço
Período: até 25 de setembro
Entrada: R$ 15 (meia) e R$ 30 (inteira). Ingressos à venda na bilheteria no local ou pelo site
Horários: terça a domingo, das 9h às 20h
Localização: Rua João Brícola, 24, Centro
Dica: O ingresso dá direito a conhecer os demais andares do local, onde há, por exemplo, uma mostra sobre a história do edifício, exposições de arte, pista indoor de skate, além de restaurantes e mirante com vista para a cidade de São Paulo
4 | Rhizomatiks na Japan House
O Rhizomatiks, grupo japonês que há 15 anos cria projetos artísticos com uso de tecnologia, desembarca na Japan House com uma mostra interativa. Os membros do coletivo têm expertise em diferentes áreas, desde artes visuais e midiáticas, até programação de computadores, arquitetura e engenharia. A exposição provoca os sentidos e é um convite à imersão e à contemplação. Na instalação Sensing Streams 2022 - Invisible, Inaudible, o público enxerga e ouve ondas eletromagnéticas que são captadas por uma antena, além de interagir com a obra mudando a frequência e o comprimento das ondas. A criação é assinada por Daito Manabe, um dos fundadores do Rhizomatiks, em colaboração com o músico japonês Ryuichi Sakamoto, compositor de trilhas sonoras vencedoras do Oscar e Bafta. Outro destaque da mostra é o projeto Optical Walls, do engenheiro de hardware do Rhizomatiks, Yoichi Sakamoto, em colaboração com a empresa química Mitsui Chemicals: um jogo de feixes de LED atravessa lentes dispostas em uma sala escura enevoada e cria um ambiente segmentado pela luz difusa, remetendo a portas se abrindo. A exposição conta ainda com uma seção que explica sobre os bastidores e processos de trabalho do Rhizomatiks.
Serviço
Período: até 2 de outubro
Entrada: gratuita
Horários: terça a sexta, das 10h às 18h; sábado, das 9h às 19h; domingo e feriados, das 10h às 18h
Localização: Avenida Paulista, 52, Bela Vista
5 | Grafismos Guarani no Museu das Culturas Indígenas
Recém-inaugurado no bairro da Água Branca, o Museu das Culturas Indígenas tem a missão de difundir e valorizar o patrimônio cultural indígena. Além de preservar a história dos povos originários do país, o prédio de sete andares propõe reflexões sobre o futuro e o compartilhamento de ideias, saberes, conhecimentos, músicas e artes indígenas. As duas exposições inaugurais do museu ficam em cartaz até dezembro de 2022. São elas: Invasão Colonial Yvy Opata - A terra vai acabar, de Xadalu Tupã Jekupé, e Ygapó: Terra Firme, de Denilson Baniwa, ambos representantes da arte indígena contemporânea, que provocam o visitante a repensar a imagem que têm dos povos originários do Brasil. Na área externa do museu, muros e empenas receberam arte Guarani, com onças pintadas por Tamikuã Txihi e Rita Sales Hunikuin. O novo museu tem gestão compartilhada entre o Governo do Estado de São Paulo e representantes indígenas, por meio do Conselho Indígena Aty Mirim.
Serviço
Período: até dezembro
Entrada: R$ 7,50 (meia) e R$ 15 (inteira), grátis às quintas. Indígenas não pagam entrada. Ingressos à venda pelo site
Horários: terça, quarta, sexta, sábado e domingo, das 9h às 18h; quintas, das 9h às 20h
Localização: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca