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Roberto Rita defende a quebra de padrões na arquitetura: “É o bem viver dos clientes”

A visita do Archtrends Portobello à casa do arquiteto Roberto Rita, manezinho de 61 anos, foi adiada algumas vezes por conta das chuvas frequentes em Florianópolis, Santa Catarina. Ele insistia que a entrevista deveria ser feita em um fim de tarde ensolarado na ilha da magia. Também pudera: um deck que funciona como varanda, com vista deslumbrante para a mata, surpreende os visitantes com sua banheira flutuante (herdada da avó) e seu balanço que quase te permite chegar perto da copa das árvores. De fato, o cenário perfeito para um lindo dia de sol.

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Área externa chama atenção dos visitantes pela banheira e balanço (Foto: Emerson Leal)
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Fachada da casa em meio à natureza (Foto: Emerson Leal)

Independentemente da situação climática, com Rita o tempo está sempre bom, o que faz com que seus convidados sempre se sintam à vontade na residência de 220 m² em que vive, há mais de 30 anos, entre os bairros Santo Antônio de Lisboa e Jurerê Internacional. “A nossa ilha é muito bacana pelos locais pequenos e intimistas que temos. Meu pai comprou isso aqui na década de 70 e, depois que me formei em São Leopoldo, pediu que eu e Silvio (Mantovani) fizéssemos o projeto da casa dele”, relembra o anfitrião, mencionando o sócio com quem abriu o escritório Mantovani e Rita Arquitetura em 1980.

A dupla, então, teve o pai de Roberto como primeiro cliente: “Para a gente, naquela época, uma casa de 600 m² era imensa. Nós viemos aqui ao local e usamos as próprias pedras que encontrávamos como estrutura. A nossa intenção era integrar, ao máximo, a obra à natureza”. O arquiteto ainda recorda a parceria de longa data com o amigo de Erechim. “Nós estudamos juntos. Ele era aquele aluno que só tirava 10, e eu estava no seis, sete. Em projeto, eu ia um pouco melhor. A gente sempre se deu muito bem e ficamos juntos por 32 anos, até Silvio falecer”, conta saudoso.

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Roberto Rita se diverte no balanço da sua casa (Foto: Emerson Leal)

Além da casa dos pais, no terreno também foram construídas posteriormente as de Rita e dos irmãos. De estilo rústico, com vidros que permitem a ligação da parte interna e externa, dois andares adaptados sobre pedras e blindado por uma floresta particular, o lar desse arquiteto manezinho traz características que refletem bem a personalidade do dono. O deck mencionado acima pode até chamar atenção pelo inusitado, mas o coração do lugar está mesmo é na cozinha, que ganha ainda mais amplitude pela ligação direta com o exterior.

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Cozinha ganha um lindo visual (Foto: Emerson Leal)
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Na cozinha, o arquiteto guarda também objetos do seu 'museu' pessoal (Foto: Emerson Leal)

Segundo Rita, manter o contato com a natureza sempre foi um desejo, realizado depois de uma reforma que ampliou o cômodo. “A sala de jantar era acoplada à sala de estar, mas meus amigos eram contra e nunca quiseram comer lá. Por isso, eu tive que aumentar a mesa da cozinha, que era pequenininha, para todo mundo ficar aqui. Não adianta mais separar porque, hoje em dia, não tem mais copa. Na realidade, a copa virou o centro da cozinha que é o jantar. Uma maneira diferente de viver”, analisa.

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Roberto prepara sua refeição (Foto: Emerson Leal)

Após o fim do casamento de 26 anos, Roberto confessa que passou a frequentar mais o local. De obrigação à paixão, atualmente curte muito o espaço e cuida mais da alimentação. “Os pequenos detalhes fazem a diferença. O alumínio faz mal, por exemplo, pelo acúmulo que solta das panelas. Então, agora faço questão de ter ótimos utensílios para cozinhar em casa, de onde eu sei a procedência das coisas”, comenta o arquiteto, que completa: “Tive uma namorada que cozinhava muito bem e começou a me ensinar aos poucos. Hoje, cozinhar para mim é dois a dois sempre, seja com a namorada ou um amigo”.

Com o movimento constante na cozinha, o arquiteto explica que precisava de um revestimento prático, resistente e fácil de limpar para o piso. A escolha, então, foi pelo produto Brasília Concreto Grafite, da Linha Brasília da Portobello, inspirada nas superfícies de concreto aparente da capital nacional. “Além desse porcelanato disfarçar a sujeira, a grande vantagem é não ser geladão, porque eu ando descalço direto. É uma delícia! A minha maneira de viver é livre”, brinca Rita. Para compor o ambiente de socialização e integração que o morador tanto queria, uma ampla ilha, também em porcelanato Portobello da Linha Lamina extrafino 300x100, gera mais espaço na preparação de refeições e ainda permite que utensílios domésticos estejam sempre à mão. “Eu sou da natureza, então, os produtos da Portobello que eu mais gosto são os mais naturais”, diz o profissional.

Diferentes ângulos da cozinha de Roberto Rita (Foto: Emerson Leal)

Se a cozinha se tornou o centro da casa do arquiteto, nos projetos que ele conduz a situação não é diferente: “Todas os nossos trabalhos têm seguido essa composição, e os homens têm ido para a cozinha. As pessoas estão mudando, e a arquitetura tem que estar atualizada, o que significa para mim o bem viver dos clientes. Nós arquitetos temos que estar sempre à frente e atentos às mudanças. É uma maneira de viver diferenciada e muito mais sociável do que tínhamos antes”. Por isso, as divisórias entre cozinha e sala de jantar já não existem mais, somente quando o cliente pede. “Qual o problema de aparecer uma louça suja? A vida real é outra: nem tudo é cristal e nem está tudo sempre brilhando. As coisas não funcionam assim”, defende Roberto Rita.

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Rita no escritório montado em casa (Foto: Emerson Leal)
Cantinho da leitura (Foto: Emerson Leal)
A sala de estar tem vista privilegiada (Foto: Emerson Leal)
A natureza faz parte do cenário (Foto: Emerson Leal)
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