O ano 2020 chegou e com ele o ambiente de varejo está cada vez mais competitivo. Nessa batalha para permanecer relevante e ativo para seu consumidor, as marcas estão percebendo que é preciso repensar o objetivo das suas lojas. Novas abordagens referentes ao design e estratégia das lojas reconfiguram esse cenário de formas inovadoras para atrair os clientes.
Confira aqui as 5 principais tendências de Retail Design para este ano:
1. STORYTELLING
Contar histórias
Para criar forte conexão com os consumidores é preciso soltar a imaginação e narrar histórias através de espaços. Engajar os clientes nas formas mais autênticas e impactantes usando conceitos, cenários ousados, instalações e muito teatro. As lojas devem ser histórias em 3 dimensões concebendo espaços experimentais que brincam com a memória das pessoas. Ambientes únicos e envolventes que sejam verdadeiras exposições do lifestyle da marca em questão.
2. ADAPTAÇÃO A DIFERENTES CULTURAS
Em contraposição à globalização, fala-se ainda mais em ressaltar e preservar culturas e sociedades.
Anteriormente cada marca tinha somente um conceito de loja e esse replicava-se igualmente em vários países. Hoje em dia é o oposto. As marcas devem imergir e entender as culturas locais, adaptarem-se ao público onde estão. Obviamente mantendo a sua essência, mas colaboração com a sociedade local, criando iniciativas e ativações nas comunidades. Esse movimento, além de ajudar a exaltar e promover a cultura local, cria uma conexão emocional maior com seu público local.
A Aesop é um grande exemplo de marca que aposta nessa tendência. Cada loja implementada é diferente das outras. Arquitetos locais são contratados para buscar as características da cultura local para criar seus ambientes (leia mais sobre a Aesop). Como por exemplo na loja de São Paulo, arquitetada pelos Irmãos Campana, onde usa-se o cobogô (elemento típico da história da arquitetura brasileira).
Outro exemplo é quando as marcas fazem parcerias com cidades, criando pop-up stores e coleções exclusivas. Como a "Valentino TKY" (evento da Valentino em Tokyo) e Jean Paul Gaultier + Portela (incentivo que a marca fez ao carnaval do Brasil, criando parte da decoração do bloco da Portela).
3. CUSTOMIZAÇÃO E COCRIAÇÃO
"Do it yourself". Fazer com que seu consumidor faça parte da marca é outra grande tendência para 2020. Poder oferecer a possibilidade de personalizar produtos e adicionar um toque especial é essencial para produtos e serviços no varejo atualmente.
Hoje em dia os consumidores são mais autênticos, buscam produtos e serviços diferentes e personalizados. Cada cliente deve ter um experiência diferente e pessoal de acordo com suas vivências e preferências, podendo sair da loja com um produto que nenhuma outra pessoa no mundo tem igual.
4. RETAIL x ARTE
Curadoria é a nova forma de visual merchandising.
Os museus já pensavam sobre criar experiências sensoriais para seus visitantes muitos anos atrás. E agora o retail vem incorporando essa ideia. Os retailers e marcas tomam o papel de editores, oferecendo muito mais que produtos e serviços, criam ambientes que se mesclam com arte, providenciam informação e conteúdo para os consumidores.
Há três vertentes dentro dessa tendência. Uma delas é trazer um apelo cultural associando-se à marca, como a Fondazione Prada (que nada mais é um museu/galeria de arte em Milão patrocinado pela Prada); ou a flagship store da Melissa em Londres, tendo um andar destinado somente para exposições de arte. (confira mais sobre a loja aqui). A segunda vertente é providenciar ao consumidor uma exposição usando conteúdo e história da própria marca, como por exemplo a exposição Armani Silos, sobre os seus 40 anos. E a última vertente é usar a loja como exposição de arte. Aqui, o design da loja deixa de ser tradicional, ganhando uma configuração mais solta como instalação artística. Um exemplo disso são as lojas da marca Gentle Monster.
5. LUXO RELAXADO
Esqueça a ideia que lojas de luxo precisam ter um design impecável, um segurança intimidador na porta, serem vastas, com produtos intocáveis.
Hoje em dia, para atrair consumidores, principalmente millennials, as marcas de luxo devem deixar de lado esse propósito, sendo mais acolhedoras, criando ambientes relaxados e autênticos. Um grande exemplo disso é a nova identidade de retail design da Tiffany & Co. Por mais que a marca venda um artigo de alto luxo, suas novas lojas possuem um toque mais "fun" e casual. Seu interior inclui móveis e paredes instagramáveis e até mesmo uma máquina de vendas.
Mesmo com as notícias sobre grandes retailers perdendo vendas para o mundo on-line, fechando as portas, o foco na nova década ainda sim é criar "experiências reais", ou seja, usar as lojas físicas para criar um diferencial para o consumidor, manifestando a personalidade da marca, oferecendo serviços exclusivos, provocando curiosidade e chegando mais perto do seu público.