O presidente da Portobello, Cesar Gomes Junior, concedeu uma entrevista para a colunista de economia do jornal Diário Catarinense, Estela Benetti. Na ocasião, revelou alguns detalhes do investimento na fábrica de Santa Catarina, outros planos para o Brasil e até sobre marketing digital. A entrevista foi publicada na segunda-feira, 3 de dezembro, no blog da jornalista, e pode ser conferida, na íntegra, abaixo:
Líder em revestimentos cerâmicos na América Latina, a Portobello, de Tijucas, avança com foco no varejo, ao mesmo tempo em que investe alto em tecnologia na indústria. Comandada por Cesar Gomes Junior, a empresa anunciou, terça, investimento de R$ 86 milhões em fábrica em Santa Catarina para produtos de alto valor, e tem mais grandes projetos para o Brasil.
O que diferencia a nova fábrica da Portobello em Santa Catarina?
Cesar Gomes Junior – Nosso parque fabril catarinense nos garante uma série de difierenciais e seguimos investindo nele. Vamos colocar em operação, no final de junho do ano que vem, uma unidade de grandes formatos e mais finos. É a última geração e de revestimentos cerâmicos, com peças de 90 por 90 centímetros, um metro por um metro, 60 por 1m80cm. Outro ponto é que os produtos estão diminuindo a espessura. Isso amplia a sustentabilidade porque você consome menos energia, menos matéria-prima e facilita a colocação sobre outros revestimentos. Além disso, é mais resistente.
Quanto a empresa está investindo?
Cesar Gomes – Este ano estamos destinando para modernização de fábricas e expansão da nossa rede de lojas Portobello Shop R$ 38 milhões. É a média que mantemos por ano para ter a indústria atualizada e avançar no varejo. A nova fábrica que anunciamos receberá investimento específico de R$ 86 milhões, vai gerar 130 empregos diretos e cerca de 390 indiretos. Já oferecemos 2,2 mil postos de trabalho diretos em Tijucas.
E a fábrica no Nordeste?
Cesar Gomes –Também temos projeto para uma unidade fabril no Nordeste, que receberá investimento de R$ 120 milhões a R$ 150 milhões e deverá iniciar a produção no final de 2014. Além disso, faremos um centro de distribuição anexo orçado em R$ 50 milhões. Nosso investimento total será da ordem de R$ 200 milhões. Vamos definir o local em três meses, mas deverá ser em Alagoas.
Quais são os planos para a rede de lojas Portobello Shop?
Cesar Gomes – Apesar de termos uma boa fábrica, o grande diferencial da Portobello é comercial, é nossa marca, nosso canal de distribuição com as lojas Portobello Shop, a capacidade de inovar, o serviço que prestamos. Temos um programa de relacionamento que é o maior do Brasil, com 28.5 mil arquitetos, e 70% das nossas vendas são feitas por meio de arquitetos. Estamos com 120 lojas e vamos para 250 nos próximos cinco anos.
Como estão as exportações?
Cesar Gomes – Nós fomos uma empresa que já exportou 60% da produção e, hoje, vendemos ao mercado externo cerca de 7% a 8%. Vamos ampliar para 15%. Nossa meta é ficar entre 10% e 20% nas exportações. Os principais mercados são as Américas, da Argentina ao Canadá. Temos uma boa participação na Europa e África. Tiramos de foco o mercado asiático. Vamos exportar mais em função do câmbio e da competitividade. Temos, nas vendas externas, lucratividade semelhante às das vendas no Brasil. Vamos exportar 20% da produção da nova unidade.
E as importações?
Cesar Gomes – Somos, hoje, um dos maiores exportadores e maiores importadores de revestimentos cerâmicos. Nos produtos finos e grandes que fazemos, somos competitivos mundialmente. Em alguns itens, a China é mais competitiva. Hoje, 20% das nossas vendas são de outsourcing (feitos fora). Também compramos da Itália e de fabricantes do interior de São Paulo. A Portobello caminha para ter de 30% a 40% de produtos de outros fornecedores, apesar de todos os investimentos que está fazendo em produção própria. Nossa prioridade é o mercado, canal de distribuição, logística, serviço, relacionamento. Não podemos ser os melhores em tudo. Hoje, temos, no mercado, revestimentos com preços por metro quadrado que variam de R$ 5 a R$ 200.