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Moriyama House

Moriyama House, Ryūe Nishizawa, 2002

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25.10.2017
Um projeto que aponta para um futuro questionador das formas atuais, e ao mesmo tempo, se volta para a tradição e história do país. Conheça mais sobre a Moriyama House.
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Com suas paredes pré-fabricadas de apenas 6 cm de espessura, a Moriyama House (2002-2005), de Ryūe Nishizawa, é um exemplo paradigmático das experimentações radicais de arquiteturas habitacionais desenvolvidas em pequenos terrenos urbanos no Japão a partir da segunda metade do século 20.

Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)

 

Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)
Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)

 

O projeto encara o desafio de otimizar e adensar o valorizado solo das atuais metrópoles. Para tanto, investiga desenhos que reproponham modos de vida nesses espaços exíguos com inventivas formas de circulação entre os ambientes, de organização da planta interna e inserção da construção na cidade.

Localizada no bairro de Ota, a 30 minutos do centro de Tokyo, e locada em um lote de 290m2, a Moriyama House não é apenas uma casa, mas sim um conjunto de habitações: os dez volumes espalhados pelo terreno abrigam cinco unidades residenciais e um escritório. A estratégia de projeto é explodir um pequeno edifício para levá-lo ao chão, e reconstruí-lo, então, em forma de múltiplas casas unifamiliares.

Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)
Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)

O cliente Yasuo Moriyama habita o bloco vertical maior – de três andares. As demais unidades são alugadas individualmente e, curiosamente, o próprio arquiteto indicou os primeiros inquilinos para ocupar essas casas quando o conjunto ficou pronto, em 2005.

O projeto deixou livre mais de 55% do terreno para o jardim, que funciona como elemento de coesão entre os volumes. Em referência a antigas habitações que não tinham banheiros dentro, há um bloco solto que abriga apenas uma casa de banho, acessível pelo jardim, sem conexão com os demais ambientes fechados.

Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)

 

Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)

A pesquisadora Angelika Fitz aproximou a Moriyama House da ideia de “casa como cidade”. No entanto, essa afirmação só se torna verdadeira por linhas tortas: a cidade projetada não é a cidade existente nas imediações – ou seja, o tecido urbano contemporâneo de Tokyo – e sim uma cidade permeável, distinta do contexto e imaginada pelo arquiteto como novo modelo (aqui em escala reduzida) para o futuro dos estabelecimentos humanos.

Nishizawa trata o terreno como um espaço poroso, aberto para a rua e o projeto acaba então por contrastar com a compacta ocupação das construções do entorno, típicas da urbanização japonesa contemporânea.

Se por um lado a cidade da “casa como cidade” na Moriyama aponta para um futuro questionador das formas atuais; por outro, se volta para a tradição e história do país. O projeto recupera a imagem de construções tradicionais japonesas, nas quais pavilhões – como casas de chá – ficam soltos e dispersos pelo terreno, envolvidos por minuciosos e delicados jardins.

Moriyama House, Ryūe Nishizawa (Foto: Gabriel Kogan)

Na relação entre a cidade existente e a cidade imaginada – e, sobretudo, na relação entre passado, presente e futuro – o arquiteto fórmula projetivamente a discussão sobre formas de “viver junto”, para melhor aproveitar um dos mais escasso recursos da atualidade: o solo urbano.  

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Gabriel Kogan
Colunista
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Arquiteto e crítico, formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de...

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