Quando o Cássio Frauzino e o Fábio Gaudenzi me convidaram para conhecer o apartamento minimalista deles em Florianópolis, fiquei imaginando um apartamento branco, pouquíssimos objetos, uma planta bem grande e tons claros.
Pois qual não foi a minha surpresa quando cheguei e vi um apartamento preto e em tons de cinza, super moderno, e ao mesmo tempo já abraçando quem chega com uma boa dose de afetividade em cada escolha.
Para ouvir o artigo completo, clique no play abaixo:
O primeiro impacto é certamente a bancada de granito da cozinha. Ela é enorme e se tornou uma escultura na casa.
O projeto é dos arquitetos Yuri Mori e Thiago Costa, que foram os responsáveis por convencer o casal a não fazer a bancada da cozinha na parede das janelas, e sim criar uma ilha gigante de interação da cozinha com o restante da casa.
A cozinha, bem minimalista, ficou ainda mais elegante e imponente ao usar o revestimento porcelanato Nero Venato da Portobello nas paredes e no piso. A escolha foi perfeita, pois ele é tão lindo que dispensa qualquer outra decoração.
O conjunto do preto absoluto da bancada em granito com o porcelanato Nero Venato é o palco perfeito para as inúmeras reuniões que o casal promove em casa. Eles adoram cozinhar, receber, fazer mesa posta, celebrar.
Aliás, tem um armário todinho com taças, pratos e prataria garimpados no Brasil e no exterior, justamente para criar essa atmosfera de afetividade.
A paleta guia do projeto foi preto, cinza, banco e madeira. Qualquer cor entraria através de objetos pontuais, como quadros, artesanato, plantas e detalhes cheios de carinho e muita história.
O corredor para a área íntima é todo preto, o que realmente me encanta, pois cria uma sensação de experiência especial, quase um portal. Ali fica o lavabo, também finamente revestido com Nero Venato, no piso e em uma das paredes.
Fica aqui uma dica que sempre funciona. Revestir uma parede escolhida do lavabo dá ao ambiente uma leitura única, um pensamento mais cuidadoso de valorizar um revestimento tão lindo.
No lavabo fica a coleção de cloissoné, uma paixão do Fábio e de sua mãe.
Os quartos são universos diferentes. São brancos e trazem um clima mais tranquilo, com referências e objetos inspirados nos avós, nas viagens, nos momentos de conversas a dois.
O que me encanta nesse apartamento é justamente a discussão sobre o óbvio quando se fala em minimalismo.
Eu entendi muito bem, enquanto andava pela casa, que o minimalismo não é sobre ter poucas coisas, mas entender o por quê de cada coisa que se tem e a opção por representar com poucos objetos materiais.
Isso é quebrar o padrão. Um apartamento preto. Uma bancada que parece vazia, mas que remete a muitos amigos ao redor. Uma mesa clean, com muitas cadeiras onde pode-se escutar muitas risadas. Um sofá reto, limpo de detalhes, mas que chama para se jogar e aproveitar.
Cássio me falou tanto de garimpos, de sustentabilidade, de avó, de mãe, de cachorrinho, de amigos, de viagens, de busca pessoal, de mergulhos internos, crescimento pessoal...
Saí dali com a sensação de que minimalismo real não é sobre ter pouco, mas apenas… ser muito.