O Memorial do Holocausto na Holanda, ou também conhecido como Memorial dos Nomes, foi recentemente inaugurado na cidade de Amsterdã pelo rei Willem-Alexander e outras autoridades. O projeto é o primeiro monumento nacional dedicado às vitimas do holocausto e foi projetado pelo arquiteto judeu americano-polonês Daniel Libeskind.
Entre as vítimas homenageadas, está presente no monumento o nome de Anne Frank, uma das mais conhecidas vítimas do Holocausto. Entre os anos de 1942 e 1944, ela documentou, por meio de um diário, o cotidiano claustrofóbico e silencioso de sua família num esconderijo em Amsterdã, na esperança de não ser capturada pelos nazistas.
Em 1944, a adolescente, sua irmã e seus pais acabaram sendo descobertos no anexo. Anne morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945, mas a história de sua vida percorre o mundo até hoje por meio de seu diário publicado postumamente.
O arquiteto Libeskind é filho de sobreviventes do holocausto e também projetou o famoso Museu Judaico em Berlim. Em 2018, ele publicou a proposta de design do projeto para o memorial dos nomes em Amsterdã e finalmente em 2021 este projeto foi executado.
Localizado na rua 'Weespertraat' e próximo ao quarteirão cultural judaico, o monumento é formado por várias paredes consolidando quatro letras em hebraico que, juntas, possuem um significado que pode ser traduzido como: "Em memória de".
Em memória às vítimas, as paredes do monumento foram construídas com tijolos gravados individualmente com o nome, a data de nascimento e a idade de cada um dos mais de 100 mil judeus holandeses que foram assassinados durante a Segunda Guerra Mundial. Além disso, aproximadamente mil tijolos foram inseridos sem gravações para homenagear aqueles que seguem desconhecidos.
Os muros estão distribuídos em série, criando as quatro letras em hebraico que podem ser lidas de cima. A experiência através da altura do olhar é vista como atravessar um pequeno labirinto dinâmico, aguçando a curiosidade dos visitantes. As paredes possuem em torno de 2 metros de altura e são coroadas por quatro volumes espelhados que refletem o seu entorno, um lindo jardim cheio de árvores.
Esse projeto foi pensado de forma muito simbólica, cada detalhe há uma homenagem e um significado. Segundo o escritório Studio Libeskind, os materiais utilizados para a construção do memorial também foram escolhidos de acordo com a seguisimbologia:
O tijolo, um material de construção onipresente na arquitetura holandesa e em várias outras cidades da Europa Ocidental, em comparação com as formas geométricas espelhadas em aço, fazem a conexão entre o passado e presente de Amsterdã.
Ao redor das paredes de tijolos estão pedras trituradas, árvores e assentos monolíticos que complementam os ângulos geométricos do memorial, enquanto a borda do local é revestida por sebes e painéis cor de bronze.
Ao vivenciarmos o dia-a-dia em um país como a Holanda, nos damos conta de que a Segunda Guerra Mundial aconteceu há pouquíssimo tempo, na verdade.
Uma atrocidade que, para nós brasileiros, parece um pouco distante, já que não experienciamos esse período histórico em específico, aqui temos a oportunidade de conhecer os avós de amigos holandeses que foram crianças / adolescentes durante a segunda guerra e contam inúmeras histórias de como sobreviveram a esse período.
Na Holanda celebramos todos os anos o Dia Nacional da Memória, que ocorre no dia 4 de maio. É um dia no qual os holandeses homenageiam os soldados e civis que morreram na Segunda Guerra Mundial através de 2 minutos de silêncio às 20 horas. Após isso, as autoridades concluem a cerimônia.
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