"La máquina Magritte" é uma exposição que acontece no museu Caixa Fórum em Barcelona.
É uma retrospectiva dedicada ao artista surrealista que explora suas obras atrativas e surpreendentes, caracterizadas por brincar com a lógica visual e colocar em dúvida nossa percepção sobre as coisas.
A exposição reúne uma seleção de setenta pinturas procedentes de museus e colecionadores ao redor do mundo. Uma cenografia única que envolve o telespectador por toda a visita também faz dessa exposição surpreendente.
Se somente conhecêssemos um quadro apenas de Magritte, nos pareceria um enigma sem solução. Entretanto, o grande acervo do artista reunido na Caixa Fórum de Barcelona, nos permite começar a entender seus métodos e pensamentos.
Magritte sempre definiu sua arte como "uma arte de pensar". Pensar sobre sua própria pintura e sua relação com a realidade sempre foi seu objetivo constante. Na sua pintura nada é o que parece.
A exposição "La máquina Magritte" se baseia na repetição, variação e combinação das obras mais icônicas do artista.
Está organizada em sessões temáticas e uma ordem que segue a carreira de Magritte. São elas: imagem e palavra; figura e fundo; quadro e janela; rosto e máscara; mimetismo e megalomania.
IMAGEM E PALAVRA, por Magritte
Durante os anos em que viveu em Paris, Magritte teve contato com um grupo surrealista francês. Nesta época introduziu palavras escritas em uma caligrafia escolar nas suas pinturas, palavras que se combinam e substituem imagens figurativas.
FIGURA E FUNDO
Max Ernst declarou uma vez que os quadros de Magritte eram "colagens pintadas à mão". A influência de colagem como método compositivo em sua arte é claramente visível.
Seus quadros durante 1926 e 1931 se enchiam de planos recortados, rasgados e perfurados. Silhuetas do corpo humano planas também foi uma característica marcante nas suas obras.
Aqui Magritte descobriu um procedimento que acompanhou por sua vida artística: a inversão de figura e fundo.
QUADRO E JANELA
O motivo que Magritte utiliza em suas pinturas um quadro dentro de um quadro é trazer o diálogo da ambiguidade. Fazer o telespectador pensar se o quadro que está olhando é um quadro, um marco vazio, uma janela ou um nicho e uma parede.
ROSTO E MÁSCARA
Outra fonte de enigmas das obras de Magritte é o rosto. Ao pintar uma figura humana de costas, ocultando seu rosto, o artista passa a sensação ao telespectador de estar dentro da pintura.
Tampar o rosto da pintura humana com outros objetos pintados ou cobrir a cabeça dele com um pano são outras formas que Magritte explora nas suas obras. Onde esperamos encontrar um rosto em sua obra está uma espécie de máscara ou até mesmo paisagens.
MIMETISMO
Outro conceito das obras de Magritte está baseado nos processos de metamorfose em duas vias: a semelhança e o estranhamento.
O artista era fascinado pelo mimetismo. Que nada mais é o mecanismo de algumas espécies conseguir imitar a outra, como método de camuflagem, buscando a invisibilidade.
MEGALOMANIA
E como a arte de Magritte é cheia de metáforas e ambiguidades, se há o mimetismo, há a megalomania. Se existe o conceito de desaparecer e camuflar-se, na sua obra também existe o efeito contrário.
Aqui o artista retira um objeto de seu habitat natural e o coloca em um meio estranho, fazendo-o destacar-se.
Agora que você conheceu todas as características, ambiguidades e lógica das obras de Magritte, confira também outra exposição sua que aconteceu em Florença.
Nela o visitante não é somente o telespectador como a exposição de Barcelona, mas também faz uma imersão na sua arte.