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Luz quente ou luz fria? Arquiteta influencer Raphaela Nascimento dá dicas de iluminação

Arquiteta Raphaela Nascimento

Para a arquiteta Raphaela Nascimento, de Balneário Camboriú (SC), atualmente não existe melhor opção para iluminar toda a casa do que a luz LED na cor amarela, aquela denominada Branca Quente nas embalagens das lâmpadas. E ela provou, em sua própria casa, exibindo em seu perfil no Instagram com mais de 21 mil seguidores, os efeitos dessa iluminação.

Segundo ela, a lâmpada do tipo LED na cor amarela, de intensidade 3000k, tem o poder de acalmar os moradores e deixar os ambientes ainda mais aconchegantes. "Hoje a gente consome mais a lâmpada LED nas cores amarela, que é quente, e a branca, que é a fria. Porém, a amarela é extremamente aconchegante, é que a mais se assemelha a luz do sol, e ao calor. E a luz branca, a chamada Branca Fria, como o próprio nome diz, é gélida, nada acolhedor", comentou.

Na sanca fixada em volta da sala de seu novo apartamento, com aproximadamente 50 metros quadrados, ainda sem decoração, ela mostrou que a instalação de lâmpadas com luz branca não favoreceu o clima acolhedor tão desejado pela sua família. Já nos spots e abajures com luzes amarelas, após a decoração, o resultado foi outro. E essa diferença foi mostrada ao vivo para seus seguidores na live "Luz branca, luz quente", realizada em seu canal IGTV

"Para que ficar enchendo o teto de iluminação? Precisamos de poucas lâmpadas e a melhor opção é de luz indireta, na cor amarela. A luz branca não é a única a economizar energia porque a amarela também é LED. Já a quantidade de luz, se quer mais fraquinha ou forte, escolha de acordo com sua preferência. Eu sempre compro de 40w", aconselhou.

Mais dúvidas foram surgindo no decorrer das postagens. "Luz da cozinha e da lavanderia não é melhor ser branca? Não é necessário! Precisa de mais luz para cozinhar? Basta colocar mais potência de waltz de luz amarela. Com a luz branca, nos sentimos mais agitados e dispostos, deixemos para os centros de cirurgia ou cozinha industrial. Depois da minha postagem, por exemplo, recebi muitas mensagens, mas uma delas me chamou atenção. A mensagem de uma mãe de autista que comentou que o dia que ela trocou as lâmpadas frias pelas lâmpadas quentes, a criança se acalmou mais", completa.

+ dicas de iluminação de Raphaela Nascimento

1 | Luz na cozinha - Na cozinha, pode-se colocar um balizador com luz amarela focado em cima da bancada para os preparativos da comida, e uma decoração com plantas. Já é a luz suficiente para iluminar a cozinha e deixá-la também aconchegante.

Detalhe da bancada da cozinha de Raphaela Nascimento com luz indireta para criar um ponto focal (Foto: @raphanascimento)

2 | Segredo de luz e sombraO charme de uma ambiente é o efeito sombra e luz que ele te proporciona. Então, você pode escolher focar alguns lugares, como quadros, plantas, algum objeto decorativo e desfocar outros. Esses efeitos de iluminar alguns pontos e outros não, dramatiza e dá profundidade para os objetos. Uma casa sem abajur, por exemplo, é como estar num supermercado. Todos os ambientes merecem luz indireta. Deixe as luzes brancas para lugares de trabalho que as pessoas precisam estar extremamente atentas.

"O que é um ponto de luz amarela no lugar certo? A cadeira conseguiu ficar mais espetacular do que já é", diz Raphaela em sua live

3 | Luz branca para quem não abre mão -  luz branca não é necessária em lugar nenhum. A exceção é quando a pessoa tem conhecimento. E pela experiência dela, tem preferência por luz branca. Acho o máximo porque é uma escolha consciente, e a deixa satisfeita. O problema é a pessoa não saber a diferença da luz branca e amarela. 

4 | Bancada de maquiagem - Deve-se instalar uma luz de frente, como a dos camarins, e nunca de cima para baixo, para não causar sombra no rosto e, claro, melhor optar pela luz quente de 3000k ou a neutra de 4000k.

5 | Poucas lâmpadas em um ambiente - Aqui no Brasil as pessoas colocam 15 luminárias embutidas no teto. No exterior, a luz no teto é só um detalhe, um sinalizador, e todo o resto é abajur, arandela, iluminação indireta. Mas depende do gosto pessoal de cada um. Eu escolho por 'menos é mais', gosto de pouca luz, para mim tudo fica mais bonito com uma luz indireta.

6 | Tipos de lâmpadas - Existem diferentes tipos de lâmpadas. As de filamento tem uma menor intensidade, e tem um desenho no bulbo que é mais decorativa, com uma luz laranja.

Fita de LED geralmente fica escondida, se usa para dar mais destaque. E é possível escolher sua intensidade. Se ela for virada para a parede, a dica é manter a distância de no mínimo 4 ou 5 cm da parede para que suas bolinhas de luz não apareçam na decoração, perdendo o efeito de linha contínua.

7 | Desmistifique o uso das cores - As pessoas precisam desmistificar o uso da luz amarela e da luz branca. Crescemos escutando que a luz branca economiza e a luz amarela consome mais energia; a luz branca ilumina muito mais e a amarela esquenta. Isso é um mito. Isso acontecia porque antigamente a gente tinha dois tipos de lâmpadas, a fluorescente (fria) e a incandescente (quente), que realmente existia diferença de consumo. Só que hoje não se encontra mais esse tipo de lâmpada. Agora só existe a do tipo LED: com a mesma economia para qualquer cor.

8 | Tipos de intensidade - Há três tipos: branca quente, de 2700k a 3000k, que acalma e traz sensação de conforto, e se assemelha a golden hour, que é a preferida dos fotógrafos, próxima à luz do pôr do sol ou até se parece com a luz de vela, que é muito aconchegante. Tem a neutra, de cerca de 4000k e branca azulada de 6000k - luz artificial que estimula a agitação. 

Luz quente, luz neutra e luz branca (Demonstração na loja LampLight Iluminação, de Balneário Camboriú / Arquivo: Raphaela Nascimento)

Iluminação é 80% de um projeto

"O assunto Iluminação é muito estudado, há cursos específicos de pós-graduação, e mestrado. O que eu quis apresentar para as pessoas, com a linguagem mais acessível e básica possível, foi o conceito simples de luz branca e luz amarela, para que quebrassem crenças e que escolhessem de forma consciente o melhor tipo de luz para elas. Também quis que elas começassem a perceber os lugares bacanas que mexem com as sensações delas. Por exemplo, em um restaurante que ela admira, passasse a reparar que a iluminação é quem fez 80% o projeto ficar atraente. Já nas lanchonetes de fast foods, as luzes brancas são propositais para que o consumo seja mais rápido", explica a arquiteta.

"Queria terminar citando uma frase genial de Oscar Niemeyer, que traduz o que penso: Uma boa iluminação levanta uma arquitetura medíocre e uma iluminação ruim acaba com um projeto", finaliza.

Bio

Arquiteta Raphaela Nascimento (Foto: arquivo pessoal)

Raphaela Nascimento é natural Joinville (SC), cidade onde atuou em seu escritório RR Arquitetura por 10 anos. Formou-se em Arquitetura na UNERJ. Neste ano de 2020 passou a residir em Balneário Camboriú (SC). Hoje Raphaela trabalha com projetos de interiores, com expertise em redecorar, reformar e transformar espaços. 

"Meu estilo de trabalho é decoração afetiva. Adoro reutilizar os objetos e móveis dos próprios moradores da casa, para transformar o ambiente e deixá-lo mais funcional, aconchegante, criativo e ainda com a personalidade deles", afirma. 

Em seu canal no Instagram @raphanascimento aproveita para divulgar seu trabalho, mas também para falar sobre vários outros assuntos. "Falo sobre minha família e meus gostos pessoais, o que me torna mais humana. Arquitetura e decoração fazem parte da minha vida e as pessoas conseguem perceber muita verdade nas minhas postagens. Eu mostro erros e acertos na minha própria casa, faço diy. As pessoas acompanham, por exemplo, a transformação de uma mesa vermelha antiga. Eu divulgo para meus seguidores que uma simples mudança pode dar outra cara e renovar a energia do espaço", enfatiza.


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